Mais de um ter�o de tudo o que o Brasil produziu em 2011 foi para os cofres p�blicos. Segundo n�meros divulgados hoje (29) pela Receita Federal, a carga tribut�ria no ano passado correspondeu a 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB), crescimento de 1,78 ponto percentual em rela��o a 2010, quando a carga havia atingido 33,53%, o maior percentual j� registrado. At� agora, a maior carga tribut�ria havia sido registrada em 2008, quando o percentual alcan�ou 34,54%.
O n�mero corresponde � arrecada��o da Uni�o, dos estados e munic�pios, dividida pelo PIB, que � a soma de tudo que � produzido no pa�s. De acordo com a Receita Federal, o crescimento da carga tribut�ria resultou da combina��o do crescimento de 2,7% do PIB no ano passado e da expans�o real (descontada a infla��o) de 8,15% da arrecada��o tribut�ria nos tr�s n�veis de governo.
Apesar do aumento da arrecada��o, a Receita alega que o incremento da carga tribut�ria decorreu muito mais do crescimento da economia do que da eleva��o de impostos e contribui��es. De acordo com o Fisco, isso pode ser comprovado pelo fato de que, no ano passado, n�o foram observadas medidas legislativas relevantes para aumentar a carga tribut�ria.
Segundo a Receita Federal, a eleva��o da renda do brasileiro e a formaliza��o do mercado de trabalho foram os principais fatores que impulsionaram a arrecada��o no ano passado. Somente o Imposto de Renda teve impacto de 0,52 ponto percentual no aumento da carga tribut�ria, influenciado pelo aumento da massa salarial e pela recupera��o dos investimentos em aplica��es financeiras. Em segundo lugar, veio a contribui��o para a Previd�ncia Social, com impacto de 0,31 ponto percentual.
O bom desempenho do com�rcio, cujas vendas se mantiveram aquecidas no ano passado, refletiu-se na arrecada��o da Contribui��o para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), tributo ligado ao faturamento. A arrecada��o da Cofins representou 0,20 ponto percentual do crescimento da carga tribut�ria em 2011.
Os tributos federais foram os que mais pesaram no bolso do brasileiro, correspondendo a 24,73% do PIB em 2011. Em 2010, esse percentual havia atingido 23,15%. Os tributos estaduais representaram 8,63% do PIB, �ndice praticamente est�vel em rela��o a 2010, quando os tributos estaduais haviam alcan�ado 8,53% do PIB. A carga tribut�ria dos munic�pios subiu de 1,85% do PIB, em 2010, para 1,95% no ano passado.
De acordo com a Receita Federal, a carga tribut�ria brasileira � mais baixa que a da maioria dos pa�ses da Organiza��o para a Coopera��o e o Desenvolvimento Econ�mico (OCDE), grupo composto principalmente por pa�ses desenvolvidos. O peso dos tributos no Brasil � menor que o de 16 pa�ses do bloco. Os tributos respondem por 48,2% do PIB na Dinamarca, 45,8% na Su�cia, 43,8% na B�lgica, 43% na It�lia e 42,9% na Fran�a.
Apesar disso, o peso dos impostos sobre a economia brasileira � maior do que nos Estados Unidos, onde a carga tribut�ria somou 24,8% em 2010, e em pa�ses emergentes como o M�xico, cuja carga atingiu 18,1% do PIB. Como os dados dos outros pa�ses est�o desatualizados, a Receita Federal fez a compara��o com 2010.