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Estado de Minas

Esta��es sem trens mudam de fun��o em Minas

Im�veis desativados em Minas s�o transformados em rodovi�rias, postos policiais e em centros culturais


postado em 10/01/2013 06:00 / atualizado em 10/01/2013 07:27

Na foto, Hélio Abraão, ex-funcionário da empresa ferroviária Bahia-Minas, na Igreja Nossa Senhora D'Ajuda(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Na foto, H�lio Abra�o, ex-funcion�rio da empresa ferrovi�ria Bahia-Minas, na Igreja Nossa Senhora D'Ajuda (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Ladainha, Ara�ua� e Bras�lia – O trem para de passar em munic�pios do interior de Minas e deixa lembran�as e im�veis abandonados, que acabam recebendo outras fun��es. Foi o que ocorreu em Ladainha, no Vale do Mucuri. “Foi um tempo bom para a nossa regi�o. O fim da linha prejudicou nossa economia”, atesta o aposentado H�lio Abra�o, de 76 anos, que trabalhava como auxiliar de pintura de locomotivas e vag�es na cidade que fica a 560 quil�metros de Belo Horizonte, onde funcionava a oficina da Estrada de Ferro Bahia-Minas, mais conhecida por “Baiminas”, como pronunciam moradores daquelas bandas. A linha, que ligava Ponto de Areia (BA) a Ara�ua� (MG), come�ou a ser constru�da em 1881, oito anos antes de a Rep�blica ser institu�da no pa�s, e encerrou suas atividades, em 1966, na �poca da ditadura.

Para H�lio, o destino da estrada de trem reflete o que ocorreu com a pr�pria fam�lia. “Cinco de meus seis filhos adotivos foram procurar emprego em outros lugares. Dois foram para Campinas (SP), outro para S�o Paulo, mais um para Angra dos Reis (RJ) e outro para Te�filo Otoni (MG).” H�lio ficou com a esposa e duas netas. Eles moram numa das casas constru�das pela Bahia-Minas, na d�cada de 1920, quando a oficina de trens foi montada. O local foi projetado para construir desde pequenos parafusos a complexas pe�as. O maquin�rio era um dos mais modernos para a �poca.

O fim da Bahia-Minas tamb�m ganhou o lamento do meio art�stico. Dois dos integrantes do Clube da Esquina, Milton Nascimento e Fernando Brant, contaram a saga da linha f�rrea na m�sica Ponta de areia: “Ponta de Areia, ponto final / da Bahia-Minas, estrada natural / que ligava Minas ao porto, ao mar / caminho de ferro mandaram arrancar”. O im�vel onde funcionou a importante oficina, desde 2000, foi modificado para abrigar o gin�sio poliesportivo do munic�pio. A imponente fachada, contudo, continua preservada, sugerindo o quanto o endere�o foi importante para a regi�o. Parte do lugar atualmente � ocupado por um posto da Pol�cia Militar. A outra parte funciona como uma minirrodovi�ria, onde tr�s empresas de �nibus levam passageiros para o interior de S�o Paulo, da Bahia e de Minas.

Longe de l�, em Ara�ua�, onde era o fim da linha da “Baiminas”, a esta��o local abriga um centro cultural. O interior do im�vel foi melhorado, mas a parte externa precisa de revitaliza��o: vidra�as est�o quebradas, a parede foi pichada e parte do passeio foi arrancada. “Quando crian�a, andei demais nesse trem. Me divertia bastante. Quem sabe, um dia, o trem n�o volta?”, deseja Jos� M�rio Ferreira, de 52, vendedor de aguardente de boa qualidade na regi�o.

Transnordestina

Projetada para ser a mais importante ferrovia de integra��o dos estados do nordeste, a Nova Transnordestina deveria ser inaugurada este ano, mas o impasse financeiro entre a concession�ria controlada pela Companhia Sider�rgica Nacional (CSN), e o governo federal praticamente paralisaram a constru��o nos �ltimos seis meses. Especialistas indicam que se prevalecer o ritmo atual, o trem s� entrar� nos trilhos em 2036.

O ponto da disc�rdia � o or�amento aprovado em 2005. Inicialmente previsto em R$ 4,5 bilh�es, foi acrescido de R$ 900 milh�es em 2008. Mesmo assim, a CSN, vencedora do leil�o para construir e operar a ferrovia, garante que a verba n�o � suficiente e pressiona para novo acr�scimo de R$ 2,8 bilh�es. O governo resiste. Caso resolva ceder, o custo vai praticamente dobrar, chegando a R$ 8,2 bilh�es.


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