A Secretaria Estadual de Agricultura do Rio de Janeiro quer dobrar a renda do cafeicultor familiar no estado a partir da produ��o de caf�s de maior qualidade. A estrat�gia inclui a compra de unidades m�veis de beneficiamento. De acordo com informa��o do secret�rio Christino �ureo � Ag�ncia Brasil, a renda m�dia calculada para o cafeicultor familiar do estado do Rio, situada no patamar de R$ 1,6 mil por m�s, pode alcan�ar R$ 3,2 mil.
“A saca de caf� de qualidade hoje gira em torno de R$ 300. Se voc� considerar que o produtor vai poder obter uma saca de caf� superior, ao inv�s de receber R$ 140 ou R$ 160 por um caf� de qualidade mais modesta, ele vai dobrar sua renda”, explicou. De acordo com �ureo, o ano de 2013 traz boas perspectivas para a cafeicultura fluminense, que j� foi, no tempo do Imp�rio, l�der da produ��o nacional.
“N�s conseguimos dar curso a uma antiga aspira��o do setor que � colocar unidades m�veis de beneficiamento prim�rio para funcionar junto �s pequenas propriedades rurais, com recursos pr�prios do estado, do Programa Rio Caf�”, disse �ureo. Os recursos aplicados na aquisi��o das duas unidades de beneficiamento alcan�am R$ 423 mil.
Essas unidades permitem, segundo o secret�rio, que o caf� produzido no estado ganhe entre 25% e 30% de valor adicional. “Em vez de o produtor entregar o caf� para intermedi�rios, ele recebe a visita dessas nossas unidades m�veis, que separam as impurezas, fazem uma pr�via daquilo que vai ser o beneficiamento, e o produtor conhece na hora o tipo de produto que tem na m�o, fica com esse produto armazenado e, logicamente, conhece o pre�o potencial desse produto”.
Outro fator que sinaliza para a recupera��o da cafeicultura do Rio de Janeiro, de acordo com o secret�rio, � a implanta��o, prevista para este ano, do m�dulo de rebeneficiamento de caf� (processo de separa��o dos gr�os por tamanho e qualidade), que funcionar� nas instala��es da Cooperativa de Produtores de Caf� do Noroeste Fluminense (Coopercanol).
O projeto envolve recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) no montante de R$ 1,7 milh�o, repassados pelo Banco do Brasil.
�ureo informou que a Coopercanol re�ne a produ��o de cerca de 400 a 500 cafeicultores que n�o t�m como fazer o rebeneficiamento do caf�. Com isso, a venda do produto ocorre com valor “muito aviltado”, acentuou. “Agora, [a cooperativa] ganha perspectiva, inclusive, de fazer um produto para exporta��o”.
Os investimentos est�o sendo concentrados na regi�o noroeste que �, atualmente, a maior produtora de caf� do estado, respondendo por cerca de 70% da produ��o estadual, que atinge em torno de 300 mil sacas anuais. O n�mero ainda est� bem abaixo da necessidade, admitiu o secret�rio, tendo em vista que o Rio de Janeiro consome 1,3 milh�o de sacas por ano.
Pela proximidade com as regi�es produtoras do Esp�rito Santo e de Minas Gerais, o secret�rio acredita que o noroeste fluminense poder�, al�m de rebeneficiar a produ��o local, inverter o fluxo atual, que leva produto do estado do Rio para ser contabilizado nos outros estados, devido � necessidade de buscar unidades industriais que realizem essa etapa da produ��o. “Na medida em que a gente coloca essa unidade em funcionamento, o fluxo do tr�nsito da mercadoria deve se inverter”.
Segundo o secret�rio, o Rio de Janeiro est� lutando para recuperar n�o a sua posi��o em termos de volume de produ��o, mas a posi��o de qualidade da cafeicultura. “N�s j� fizemos isso com o leite. A ind�stria l�ctea hoje, no Rio de Janeiro, reconhecidamente, renasceu”, lembrou o dirigente.
No caf�, �ureo reiterou que as a��es n�o s�o diferentes. O objetivo, explica, � buscar a qualidade da produ��o. Para isso, as iniciativas de unidades m�veis de beneficiamento e a unidade de rebeneficiamento contribuir�o para colocar o Rio de Janeiro em uma posi��o de destaque nos mercados dos caf�s gourmet e de qualidade elevada, segundo espera.