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Estado de Minas

Capacidade de organiza��o e criatividade contribuem para o sucesso das empreendedoras


postado em 08/03/2013 08:40

Impulsionadas pela necessidade de assumir os gastos da fam�lia, elevar a renda da casa ou pelo sonho de abrir um neg�cio pr�prio, muitas mulheres encaram o desafio de se tornarem empreendedoras. Segundo especialistas, algumas caracter�sticas mais comumente ligadas � popula��o feminina, como a capacidade de organiza��o e a criatividade, contribuem para o sucesso nos neg�cios.

� nisso que tamb�m acredita Ana Maria Romeiro, 50 anos, que h� mais de uma d�cada recicla fibras naturais, como sisal, baga�o de cana-de-a��car, palha de milho e de bananeira para produzir papel artesanal, pe�as decorativas como lumin�rias, e agendas. Para ela, a versatilidade t�pica das mulheres � uma forte aliada.

“Desde cedo, a mulher aprende a gerenciar v�rias situa��es. Cuidamos da casa, da fam�lia, do nosso trabalho. A capacidade que desenvolvemos para dar conta de tantas coisas ao mesmo tempo acaba nos ajudando a gerir um neg�cio”, disse. Segundo ela, a renda obtida com a atividade ajuda a pagar as contas da casa, principalmente quando o marido, que � mestre de obras, n�o est� trabalhando.

Para garantir o escoamento da produ��o, Ana Maria vende as pe�as na oficina de artesanato que montou, no Recanto das Emas, uma regi�o administrativa do Distrito Federal (DF) e tamb�m participa de feiras em cidades vizinhas.

A diretora executiva do Instituto Patr�cia Galv�o, uma organiza��o n�o governamental que atua em projetos de defesa dos direitos da mulher, Jacira Melo, tamb�m avalia que a capacidade da brasileira de conduzir bem seus pr�prios neg�cios est� associada � forma��o cultural, uma vez que ela � treinada desde cedo para desempenhar bem tarefas variadas.


“As mulheres, em geral, s�o criadas para dar conta de cinco, seis coisas ao mesmo tempo, tendo de fazer bem todas elas. Assumimos os cuidados da casa, dos filhos, do trabalho, al�m dos interesses pr�prios e desenvolvemos essa capacidade de equilibrar in�meras fun��es”.

Ela lembra que o empreendedorismo feminino tamb�m pode ser um aliado importante no combate � viol�ncia de g�nero, uma vez que mulheres que geram renda t�m mais possibilidades de abandonar seus agressores. “Sabemos que uma das principais causas para que o ciclo de viol�ncia dom�stica n�o seja rompido � a depend�ncia financeira [que essas mulheres] t�m de seus companheiros”.

Para Jacira, o aumento no n�mero de empreendedoras no Brasil na �ltima d�cada tem contribu�do para a autonomia econ�mica e a realiza��o profissional de muitas mulheres, mas tamb�m potencializa os desafios dessa parcela da popula��o. Ela enfatizou que essa mulher, que al�m de empreendedora �, na maioria das vezes, a principal cuidadora dos filhos e da fam�lia, n�o conta com uma estrutura p�blica adequada, o que inclui oferta de creches e de servi�os de sa�de.

“N�o raro, uma m�e precisa chegar a uma unidade de sa�de ainda de madrugada em busca de atendimento para os filhos e s� consegue sair no fim da manh� ou no in�cio da tarde. Situa��es como essa dificultam seu desenvolvimento profissional”, acrescentou.

Jacira enfatizou que o crescimento do empreendedorismo feminino no pa�s tamb�m evidenciou a aptid�o das mulheres para atuar em setores historicamente dominados por homens. � o caso de Agda Oliver, 32 anos, propriet�ria da oficina Meu Mec�nico, em Ceil�ndia, regi�o administrativa do DF. Depois de ter se sentido lesada ao ser atendida em uma oficina tradicional onde s� trabalhavam homens, ela decidiu investir em um estabelecimento voltado para o p�blico feminino.

Segundo a ex-banc�ria, o charme do neg�cio vai al�m das paredes cor-de-rosa: inclui a oferta de diversos mimos � clientela, como vale maquiagem, manicure e academia.

“Sempre tive vontade de ter um neg�cio pr�prio e quando enxerguei essa oportunidade decidi mudar tudo. Meu rendimento ainda � menor do que na �poca do banco, mas tenho expectativa de continuar crescendo”, disse ela. Tr�s anos depois de largar o antigo emprego em um banco e mergulhar na nova atividade, ela se diz orgulhosa do neg�cio inovador que, apesar da proposta inicial, tamb�m atrai clientes homens.

“Oferecemos um atendimento individualizado, com dicas por e-mail sobre o melhor uso do carro e alertas sobre a �poca em que se deve fazer um servi�o, como a troca de �leo. Por isso, embora as mulheres sejam 80% de nossos clientes, muitos homens tamb�m nos procuram porque sabem que aqui o servi�o � de qualidade”, explicou.

Dados da �ltima Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad), divulgada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), revelam que as mulheres representam 31% dos cerca de 22,8 milh�es de empreendedores no pa�s. Embora tenha diminu�do o n�mero de mulheres nessa atividade entre as duas �ltimas edi��es da pesquisa, em 2011 elas somavam 7 milh�es. Em rela��o a 2001, quando elas totalizavam 5,8 milh�es, houve aumento de 20%. Naquele ano, as mulheres correspondiam a 29% do total de empreendedores no pa�s.


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