
Marcado por intensa volatilidade, o dia come�ou com o d�lar forte. A moeda foi a R$ 2,1665 na m�xima, o que provocou as interven��es do BC. No primeiro leil�o, a autoridade monet�ria colocou 80 mil contratos no mercado, dos quais conseguiu negociar 25 mil, numa opera��o de US$ 1,2 bilh�o. Logo em seguida, fez novo leil�o e negociou US$ 997 milh�es. Contudo, a moeda permaneceu valorizada e s� come�ou o movimento de baixa ap�s a divulga��o da reuni�o da presidente com o ministro Mantega.
“� uma queda de bra�o. O mercado s� se acalmou na expectativa de alguma medida que atraia capital estrangeiro”, alertou o gerente da Corretora Fair, M�rio Battistel. Na avalia��o do analista, � poss�vel que o governo mantenha o movimento de zerar o Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF), tanto sobre os empr�stimos com prazo abaixo de um ano, quanto sobre os derivativos – ambos com taxas de 6% –, a exemplo do que j� fez com a entrada de capital estrangeiro para renda fixa.
Entretanto, n�o foi anunciada nenhuma medida ap�s a reuni�o de tr�s horas e meia de Mantega com Dilma, que ainda contou com os ministros Paulo Bernardo (Comunica��es), Aloizio Mercadante (Educa��o) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento e Ind�stria) e o publicit�rio Jo�o Santana.
Mantega procurou n�o mostrar preocupa��o. Diante do mau humor dos investidores em rela��o �s incertezas na condu��o da pol�tica econ�mica do pa�s, perguntou: "Que crise? Onde � que est� crise?" Essas foram as poucas palavras que o ministro pronunciou ao ser questionado sobre a oscila��o do d�lar e a queda no mercado de a��es.
Para o economista-chefe do Esp�rito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, o governo deve tomar alguma medida para atrair capital estrangeiro ao pa�s. Santos destacou que os motivos para a valoriza��o da moeda norte-americana continuam os mesmos. A melhora da economia dos Estados Unidos e a sinaliza��o do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de que poder� retirar ou reduzir os est�mulos � economia, que hoje garantem a inje��o de US$ 85 bilh�es mensais no mercado, s�o doisdeles. E a desacelera��o da economia da China, que afeta diretamente os pa�ses produtores de commodities, como o Brasil, � outro.
“N�o houve nenhum fato adicional, por isso o Banco Central interveio quando bateu nos R$ 2,16. Ele est� acenando para o mercado que quer evitar essa volatilidade, esses movimentos bruscos descolados de fundamentos”, disse. Apesar da incerteza do mercado, Santos acredita que ainda � cedo para que o c�mbio valorizado tenha se refletido na alta da infla��o. “Ningu�m sabe ao certo qual ser� o novo patamar do d�lar para fazer qualquer repasse aoconsumidor. Quando ficar definida nova banda � que o impacto ser� mais vis�vel na alta dos pre�os”, estimou.
Posi��o inc�moda
O real j� perdeu 6% de valor frente ao d�lar desde 1º de maio, registrando a quinta maior desvaloriza��o dentre as 30 moedas mais importantes do planeta, atr�s apenas das divisas da �frica do Sul, Austr�lia, �ndia e Nova Zel�ndia. Os dados foram divulgados ontem no relat�rio do HSBC. O rand sul-africano amargou a maior queda e acumula recuo de 12% ante a moeda dos Estados Unidos.
Na an�lise do economista do HSBC David Bloom, os pa�ses exportadores de commodities e emergentes foram os principais prejudicados pelo movimento do mercado global de c�mbio. “A linha que une o trauma dos mercados emergentes tem origem nos EUA. � uma combina��o de fatores que inclui a preocupa��o com a redu��o do relaxamento quantitativo, o que pode significar menor fluxo para os emergentes, e a possibilidade de aumento dos rendimentos nos EUA”, afirmou.
A preocupa��o com a economia japonesa, que n�o deve aumentar o programa de est�mulos como o mercado esperava, tamb�m tem influ�ncia no comportamento da moeda norte-americana, de acordo com o HSBC. Mas o economista reconhece que fatores locais potencializam o movimento em alguns pa�ses. O relat�rio do HSBC menciona o quadro pol�tico na Turquia e na �frica do Sul e a deteriora��o das contas externas em outros mercados, sem citar nomes.
“Diante de um d�lar mais forte, mercados emergentes poderiam ter uma ajuda de competitividade para exportar, mas a possibilidade de ganho crescente em d�lar gera preocupa��o sobre uma desacelera��o na entrada de capitais nesses mercados”, destacou Bloom. Das 30 moedas pesquisadas pelo HSBC, apenas seis registraram valoriza��o no mesmo per�odo: libra esterlina, coroa norueguesa, florim h�ngaro, iuan chin�s, euro e, na lideran�a, a coroa checa, com valoriza��o de cerca de 1% desde 1º de maio. (Colaborou Rosana Hessel)
Bolsa em queda de 3,01%
A Bolsa de Valores de S�o Paulo (Bovespa) engatou ontem seu terceiro preg�o consecutivo de quedas, no qual atropelou o patamar de 50 mil pontos e situou-se um n�vel abaixo, nos 49 mil pontos, no menor patamar desde agosto de 2011. O mau humor externo foi o gatilho para as ordens de vendas. O Ibovespa fechou em baixa de 3,01%, aos 49.769,93 pontos, menor n�vel desde 8 de agosto de 2011 (48.668,29 pontos). Na m�nima, registrou 49.709 pontos (-3,13%) e, na m�xima, 51.314 pontos (est�vel). No m�s, acumula perdas de 6,98% e, no ano, de 18,35%. Nestas tr�s sess�es em queda recuou 5,89%. O giro financeiro totalizou R$ 8,315 bilh�es, o maior do m�s.