O diretor t�cnico do Dieese, Clemente Ganz Lucio, afirmou nesta segunda-feira, que eventuais mudan�as no sistema de pagamento de abonos salariais n�o ocorrer�o neste ano. O Poder Executivo est� preocupado com o tema, pois a previs�o � de que dever�o ser gastos R$ 47 bilh�es neste ano com o abono e seguro-desemprego. "Essa quest�o envolve o Congresso, pois precisaria de altera��o da legisla��o que trata do tema. E o parlamento tem seus tr�mites. Portanto, qualquer mudan�a s� ocorrer� em 2014", comentou.
"O governo chegou � conclus�o que precisa reduzir as despesas com o pagamento de benef�cios, como o abono e seguro desemprego. Contudo, para fazer isso � preciso investir em v�rias frentes. � preciso, por exemplo, que se comuniquem os sistemas de informa��o relativas a homologa��es de demiss�es e o sistema que visa empregar pessoas que est�o sem trabalho", destacou o diretor do Dieese.
Lucio confirmou que o governo n�o apresentou nenhuma proposta para diminuir os gastos com seguro-desemprego e abono na reuni�o realizada hoje em S�o Paulo entre o secret�rio de Pol�tica Econ�mica, M�rcio Holland, e dirigentes de seis centrais sindicais: CUT, UGT, For�a Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores, CTB e CGTB. "Ficou acertado que o Minist�rio do Trabalho far� uma an�lise em detalhes sobre os setores que recebem o abono e isso depois ser� a base para o governo fazer uma proposta de altera��o no abono, que depois ser� apresentada aos trabalhadores", disse. Contudo, ele afirmou que n�o foi marcada nenhuma data para a pr�xima reuni�o entre o Poder Executivos e os dirigentes sindicais.
Na avalia��o do diretor do Dieese, o governo poderia fazer uma boa economia de recursos caso tornasse mais eficiente o processo de recoloca��o no mercado de trabalho de funcion�rios de empresas que s�o demitidos. "Se houvesse um sistema de prote��o do emprego, poderia ser feito um cruzamento de dados para verificar as empresas que est�o dispensando funcion�rios em grande n�mero constantemente. � preciso verificar o que est� de fato ocorrendo e se tais demiss�es se justificam", ponderou. "Por outro lado, se o governo tem um programa eficiente de informa��o, ele poderia acelerar o processo de acesso ao novo emprego pelas pessoas que foram dispensadas, o que inclusive reduziria os gastos com o seguro desemprego", ponderou.
Ele avalia ainda que a quest�o que envolve a alta rotatividade de trabalhadores no Brasil poderia contar com uma significativa contribui��o dos governos estaduais e municipais. "Um professor contratado pela CLT pelo sistema de ensino p�blico em muitos casos � admitido em fevereiro e � dispensado em dezembro do mesmo ano. Isso poderia ser revisto", destacou. "Um fato semelhante ocorre para um segmento de profissionais da sa�de, que s�o contratados por dois anos e depois desse prazo deixam suas fun��es", acrescentou.