Bras�lia –O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou atr�s na proposta de adiamento da obrigatoriedade do airbag e freios ABS em todos os autom�veis produzidos no pa�s a partir de 2014. Mantega havia anunciado essa possibilidade para evitar o impacto do aumento dos pre�os dos ve�culos populares na infla��o, j� que os modelos 1.0 ter�o tamb�m de sair de f�brica com esse itens de seguran�a a partir do pr�ximo ano.
A decis�o de manter o cronograma estabelecido em 2009 pela Resolu��o 312 do Contran foi definida em uma reuni�o entre Mantega, o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel e representantes das montadoras de ve�culos e do sindicato dos trabalhadores do ABC Paulista, realizada na tarde de ontem na sede do Minist�rio da Fazenda. Prevaleceu a quest�o seguran�a dos motoristas sobre a preocupa��o do governo em conter a infla��o. Especialistas apontam que o aumento efetivo do custo desses itens de seguran�a est� sendo, em boa parte, superestimados. O economista-chefe da LCA Consultores, Br�ulio Borges, estimou, em artigo recente, o que o custo de R$ 1 mil desses equipamentos cairia com o aumento da escala, as autope�as acabariam aumentando a produ��o e teriam que contratar mais. Al�m disso, ele calcula que a alta m�dia de 2% no pre�o dos ve�culos ao sa�rem de f�brica equipados com airbag e ABS teria um impacto m�nimo na infla��o oficial: 0,06 ponto percentual.
Ao anunciar a decis�o, Mantega aproveitou a entrevista coletiva para afirmar que, em rela��o � recomposi��o das al�quotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o governo n�o vai recuar e que o imposto vai subir mesmo. “S� posso antecipar que n�o haver� volta atr�s no IPI. Essa n�o � uma solu��o para o setor”, afirmou ele, sem detalhar se a recomposi��o do tributo ser� parcial ou integral. De acordo com dados do presidente da Associa��o Nacional dos Ve�culos Automotores (Anfavea), Luis Moan, o aumento de 2% para 5% no imposto para os ve�culos populares implicaria uma eleva��o de 5,6% no pre�o final do produto. Mantega, no entanto, disse que a press�o inflacion�ria ocorrer� com a manuten��o da determina��o do Contran. A estimativa � que impacto da obrigatoriedade dos itens de seguran�a nos pre�os dos ve�culos ser� de 4% a 8%.
Empregos
O principal problema da mudan�a a partir de 2014, na avalia��o de Mantega, est� nas linhas de montagem da Kombi, da Volkswagen, e do Uno Mille, da Fiat. Esses dois ve�culos n�o teriam condi��es de receberem airbag e nem ABS e, por conta disso, as linhas seriam desativadas. No caso da Kombi, ser�o afetados 4 mil funcion�rios, sendo mil diretos e 3 mil indiretos. “Nossa preocupa��o � com o emprego. Vamos tentar contornar. Os sindicatos est�o contabilizando algo entre 10 mil e 20 mil trabalhadores que sofreriam com esse processo. As empresas se comprometeram a amortecer esse problema buscando empregabilidade em outras fabricas da cadeia”, explicou o ministro.
Ficou agendada uma nova reuni�o para decidir o futuro da Kombi na segunda-feira, “Uma alternativa que ser� estudada e com a qual a Anfavea concorda que � criar uma excepcionalidade para a Kombi. A Kombi � um produto diferente. E n�o tem similar. E todas as empresas t�m restri��o a uma exce��o para a que ela possa sobreviver por mais um ou dois anos”, disse.
Moan, da Anfavea, disse que as montadoras apresentaram algumas propostas de compensa��o e sugeriram uma redu��o do Imposto de Importa��o sobre os componentes importados pelas autope�as. A proposta seria de uma redu��o da al�quota de 16% para 2%. Um grupo de trabalho vai analisar o pedido na pr�xima semana. “Se a industria n�o for forte, ela n�o vai ter competitividade”, disse.