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Estado de Minas

Crise na Argentina afeta a ind�stria brasileira

diante do cen�rio, US$ 3 bilh�es das exporta��es brasileiras, sendo US$ 1 bilh�o no setor automotivo, podem ser cortadas


postado em 06/03/2014 08:01 / atualizado em 06/03/2014 08:13

Pressionado pela falta de competitividade de seus produtos e preso a um acordo com o Mercosul, o Brasil tem hoje forte depend�ncia da Argentina nas rela��es comerciais. O pa�s vizinho para onde seguem 19,4% dos manufaturadas vendidos externamente, passa por grave crise e a queda de suas encomendas pode cortar US$ 3 bilh�es das exporta��es brasileiras, sendo US$ 1 bilh�o no setor automotivo.


Para analistas, a ind�stria nacional precisa se reinventar como exportadora. Por isso, v�rias entidades de classe defendem novos acordos comerciais, especialmente com Europa, Estados Unidos e pa�ses do Pac�fico, para que o Pa�s tenha uma agenda exportadora mais diversificada.

H� dez anos, a Argentina recebia 12,7% dos manufaturados exportados pelo Brasil. Os Estados Unidos, maior consumidor mundial de produtos, representavam 27,8% da pauta de exporta��es participa��o que hoje � de 14,6%.

Uma revers�o significativa ocorreu na venda de ve�culos. Do total de autom�veis exportados em 2003, 18,5% foram para os argentinos e 8,4% para os americanos. No ano passado, a Argentina ficou com quase 80% dos carros exportados pelo Brasil, enquanto os EUA n�o receberam nenhum.

Nos embarques que seguiram para o mercado americano naquele per�odo estava o Golf, produzido pela Volkswagen no Paran�. Maior exportadora de carros no Pa�s, a marca alem� tinha 45 pa�ses em sua lista de clientes. Al�m de EUA, compravam carros brasileiros mercados como Alemanha, �ustria e Emirados �rabes. Agora, as vendas praticamente s�o restritas � Argentina - que ficou com 70% do total exportado em 2013 -, M�xico e Uruguai.

Ao instalar a f�brica de Indaiatuba (SP) no fim dos anos 80, a Toyota tinha como meta fazer do Pa�s uma base de exporta��o para a Am�rica do Sul. At� 2004, vendia 26% da produ��o do Corolla para 19 pa�ses. Hoje, a participa��o dos exportados caiu para 16% e as vendas est�o praticamente restritas � Argentina.

“Me corta o cora��o ver que modelos Corolla vendidos na Am�rica do Sul v�m da f�brica do Mississippi, Estados Unidos, e n�o do Brasil”, afirmou recentemente o presidente da empresa para a Am�rica Latina, Steve St. Angelo. Nos anos 90, a General Motors construiu uma f�brica exclusiva para produzir CKDs (ve�culos desmontados) para exporta��o no complexo de S�o Jos� dos Campos (SP). Hoje, essa unidade opera com apenas 20% da capacidade.

No ano passado, a Argentina ajudou a ind�stria automobil�stica brasileira a registrar crescimento de 26,5% nas exporta��es, para 563,2 mil ve�culos, e a contabilizar alta de quase 10% na produ��o, para 3,74 milh�es de unidades, enquanto o mercado interno amargou a primeira queda em uma d�cada, de 0,9%.

“O setor automotivo � o principal exportador de manufaturados para a Argentina e o impacto da queda na balan�a comercial previsto para este ano pode ficar acima de US$ 1 bilh�o s� para ve�culos leves”, prev� Felipe Salto, economista da consultoria Tend�ncias. Com outros segmentos, como o de autope�as, pode chegar a US$ 1,5 bilh�o ou US$ 2 bilh�es, prev�.

Segundo Jaime Ardila, presidente da GM Am�rica do Sul, a perda de competitividade do produto nacional tem se mantido apesar da desvaloriza��o do real. Custos trabalhistas e log�sticos continuam aumentando, assim como a infla��o, afirma.

“As decis�es sobre onde produzir um novo ve�culo s�o tomadas com muita antecipa��o e duram pelo menos um ciclo do produto, em torno de cinco anos”, diz Ardila. “Portanto, mesmo que a competitividade de nossa manufatura melhore, levaria v�rios anos para mudar a estrutura global para tornar o Brasil de novo num centro de exporta��o global.”

N�o foi s� o setor automotivo que perdeu mercados importantes e concentrou exporta��es na Argentina e alguns pa�ses vizinhos. Produtores de cal�ados exportaram em 2003 para os EUA o equivalente a US$ 996,8 milh�es, montante que no ano passado n�o chegou a US$ 190 milh�es. Para a Argentina, as vendas saltaram de US$ 72,2 milh�es para US$ 118,8 milh�es.

O setor vive um embate com o vizinho e tem mais de 400 mil pares de cal�ados j� encomendados por distribuidores locais � espera da libera��o de licen�as para entrar no pa�s.

At� o ano passado, a Argentina era o maior cliente da Priority, fabricante de cal�ados das marcas West Coast e Cravo&Canela. Com seis f�bricas no Rio Grande do Sul e Sergipe, o grupo dedicava 18% de suas vendas externas ao mercado argentino. “N�o contamos com o pa�s este ano. Nossa meta de exportar para l� � zero e, se tiver algum pedido, vamos enxergar como oportunidade”, afirma Eduardo Smaniotto, diretor comercial da Priority. Segundo ele, as restri��es feitas pelos argentinos inviabilizam os neg�cios e n�o h� vontade pol�tica do governo brasileiro em resolver a situa��o. “A Argentina n�o � um pa�s s�rio”, diz Smaniotto.


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