O presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Ind�stria (Iedi) e s�cio-fundador da Natura, Pedro Passos, disse, durante o F�rum Estad�o - Brasil Competitivo, que os incentivos e prote��o � ind�stria, vistos desde 2008, n�o s�o suficientes para salvar o setor. Segundo ele, � preciso apostar na internacionaliza��o, tanto das empresas brasileiras como das multinacionais que atuam no Pa�s. Todos os emergentes que tiveram sucesso nas pol�ticas industriais agiram assim, diz ele.
Passos afirma que exportar mais pressup�e poder importar mais. "S� vamos conseguir ser produtivos se entendermos a nova din�mica da manufatura. Um produto simples hoje em dia tem componentes de, no m�nimo, cinco, dez pa�ses", comentou. Segundo ele, o Brasil tem grandes oportunidades, j� que, das 500 maiores multinacionais do mundo que respondem por dois ter�os do com�rcio global, 400 j� atuam no Pa�s, mas n�o t�m incentivos para acessar outros mercados.
Na avalia��o do presidente do Iedi, essas mudan�as passam por uma revis�o das tarifas de importa��o para baixo no longo prazo, que coloquem essas taxas em n�veis semelhantes aos dos principais competidores do Brasil no com�rcio global. Ele tamb�m defende a amplia��o dos acordos comerciais e a revis�o constante de programas setoriais, como desonera��es e pol�ticas de conte�do nacional. "As pol�ticas industriais deveriam rumar para vers�es mais horizontais e menos setoriais."
Segundo Passos, as pol�ticas governamentais deveriam apostar em "setores vencedores, n�o nos perdedores", aproveitando as vantagens comparativas da economia brasileira. "� l�gico que n�o podemos negar socorro para as ind�strias, mas temos de apostar nos setores que t�m capacidade de ser competitivos". Ele cita como uma das pol�ticas erradas adotadas atualmente a prote��o e desonera��o para bens de consumo finais, quando essas a��es deveriam focar na base das cadeias produtivas.
Passos considera ainda que aspectos macroecon�micos t�m prejudicado o setor industrial e as pol�ticas de incentivo espec�ficas n�o ter�o efeito sem um acerto em quest�es como o c�mbio e os juros. "No Iedi, n�o defendemos que o c�mbio seja a solu��o para todos os problemas da ind�stria, mas, com o c�mbio sobrevalorizado que tivemos por um longo per�odo, n�o h� ganhos de produtividade que possam satisfazer essa equa��o", comentou. "Mesmo que tenhamos propostas no �mbito da ind�stria, se n�o acertarmos a parte macroecon�mica, n�o haver� pol�tica suficiente para recuperar a ind�stria", concluiu.
Ele contestou ainda a vis�o de que a ind�stria n�o � essencial como vetor de crescimento do Pa�s. Ele citou estudo da consultoria McKinsey, o qual concluiu que, mesmo se a economia do Brasil crescer a taxas anuais de 3,2%, o Pa�s ainda vai regredir em renda per capita. "Pensar num modelo de desenvolvimento que n�o tenha a ind�stria � condenar o Pa�s a ter crescimento baixo", afirmou, acrescentando que o setor passa pela prior crise das �ltimas d�cadas.