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Estado de Minas

Ex-secret�rio da Fazenda diz que apesar de incentivo, crise na ind�stria � grande


postado em 18/11/2014 13:37 / atualizado em 18/11/2014 14:52

O ex-secret�rio de pol�tica econ�mica do Minist�rio da Fazenda e s�cio da MB Associados, Jos� Roberto Mendon�a de Barros, avaliou que o Brasil vive um paradoxo no desenvolvimento da ind�stria. Durante participa��o em evento da s�rie F�runs Estad�o - Brasil Competitivo, ele considerou que nunca na hist�ria se fez tanta pol�tica para a ind�stria e, ao mesmo tempo, nunca a crise do setor foi t�o grande.

"Temos uma dosagem e uma variedade de pol�ticas sem precedentes, com cr�dito subsidiado em doses maci�as e opera��es de participa��o do BNDESPar em grande escala", afirmou. "No entanto, a ind�stria nunca esteve numa crise t�o grande, o que mostra que algo est� errado", disse.

Mendon�a de Barros avaliou que pol�ticas espec�ficas para a ind�stria n�o t�m tido efeito porque h� quest�es macroecon�micas que precisam ser abordadas. "Se a pol�tica macro vai mal, n�o tem como a pol�tica setorial compensar, isso est� na base de boa parte das pol�ticas setoriais que o governo fez recentemente", declarou.

O economista considerou que as isen��es tempor�rias de tributos n�o t�m tido o efeito desejado e defendeu um processo mais amplo de simplifica��o tribut�ria. "Se n�o tivermos uma simplifica��o, n�o tem como haver retomada fact�vel do crescimento da economia", declarou. "A isen��o tempor�ria de tributos cria incertezas, n�o ajuda o setor produtivo e ainda atrapalha o Tesouro", concluiu.



Outro ponto citado como cr�tico por Mendon�a de Barros foi a quest�o energ�tica. Para ele, houve um retrocesso porque os industriais n�o podem mais contar com o fornecimento de energia tradicional e muitos optam por ter um sistema pr�prio de gera��o. Ele ainda criticou o que considerou um excesso de prote��o � ind�stria nacional. "Esse excesso de suporte danifica a produtividade, inibe os esfor�os de tentativa e erro que geram a inova��o", comentou.

A exemplo de outros palestrantes presentes ao evento, Mendon�a tamb�m avalia que o Pa�s n�o vai crescer sem a ind�stria, j� que ela est� associada ao grosso do avan�o tecnol�gico em todas as economias. "A revolu��o tecnol�gica do mundo � de software, de intelig�ncia, de conhecimento, n�o de hardware, de m�quinas. Muito mais importante que soldar chapa para fazer casco � saber como opera o navio", comentou, ao ressaltar a necessidade da ind�stria brasileira apostar em inova��o e competitividade.

Segundo Mendon�a de Barros, mesmo em alguns setores nos quais o Brasil consegue ser competitivo, pol�ticas equivocadas do governo prejudicam a sustentabilidade das empresas. Um dos casos mais emblem�ticos � o setor automotivo. Se todos os investimentos previstos se concretizarem, em 2017 a capacidade de produ��o chegar� a 7,1 milh�es de ve�culos, o dobro do mercado interno e das exporta��es brasileiras, que chegam a 3,5 milh�es de unidades. "Garantimos uma enorme crise no setor automotivo pela ambi��o de botar muro de prote��o enorme para as empresas que atuam aqui"comentou. Para ele, o setor de estaleiros navais vai no mesmo sentido.

O economista aponta que atualmente a agricultura � praticamente o �nico setor competitivo da economia brasileira, justamente por estar ligada aos processos produtivos globais. "O agricultor rapidamente aprendeu que ganha dinheiro quem inova", afirmou.


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