A queda na arrecada��o e o aumento de gastos levaram o governo federal a reduzir para R$ 10,101 bilh�es a estimativa de super�vit prim�rio para este ano. A meta anterior para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previd�ncia Social e Banco Central) correspondia a R$ 80,774 bilh�es. Os n�meros foram divulgados h� pouco pelo Minist�rio do Planejamento, que liberou a nova vers�o do Relat�rio de Avalia��o de Receitas e Despesas Prim�rias, documento publicado a cada dois meses com par�metros para a execu��o do Or�amento Federal.
O super�vit prim�rio representa a economia de recursos para pagar os juros da d�vida p�blica. Para que a meta passe a valer, no entanto, o governo depende da aprova��o, pelo Congresso Nacional, do projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Or�ament�rias e amplia o montante que pode ser abatido da meta original de super�vit.
At� o fim de setembro, o governo pretendia abater R$ 35,298 bilh�es de gastos do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) e de desonera��es federais da meta original. A equipe econ�mica aumentou para R$ 105,970 bilh�es a quantia que pode ser descontada da meta. Est� mantido o uso de R$ 3,5 bilh�es do Fundo Soberano do Brasil, reserva formada pelo excedente de super�vit prim�rio em 2008, para alcan�ar a meta de super�vit prim�rio.
At� setembro, o Governo Central tinha d�ficit prim�rio acumulado de R$ 20,4 bilh�es. Para alcan�ar a meta, seria necess�rio economizar R$ 30,5 nos �ltimos tr�s meses de 2014. De acordo com o relat�rio, a previs�o de receitas para 2014 caiu R$ 38,372 bilh�es. A estimativa de gastos, no entanto, aumentou R$ 32,3 bilh�es, dos quais R$ 22,164 bilh�es correspondem a despesas obrigat�rias e R$ 10,137 bilh�es, a despesas discricion�rias (n�o obrigat�rias).
Em rela��o �s despesas, as maiores eleva��es de gastos ocorrer�o com o abono salarial e o seguro desemprego (R$ 8,752 bilh�es) e o aumento da previs�o de d�ficit da Previd�ncia Social (R$ 8,591 bilh�es). Tamb�m contribuir�o para o aumento das despesas o aumento da compensa��o do Tesouro � Previd�ncia para cobrir a desonera��o da folha de pagamento (R$ 3,587 bilh�es) e um novo aporte de R$ 1,540 bilh�o � Conta de Desenvolvimento Energ�tico, fundo que subsidia as tarifas de energia.
Do lado das receitas, o governo revisou para baixo em R$ 11,732 bilh�es a arrecada��o da Contribui��o para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), motivado pela decis�o judicial que retirou o Programa de Integra��o Social e a Cofins da base de c�lculo de mercadorias importadas e pelo desquecimento do consumo. A equipe econ�mica reduziu em R$ 7,921 bilh�es a estimativa de arrecada��o do Imposto de Renda Pessoa Jur�dica, por causa do aumento de compensa��es tribut�rias e da menor lucratividade das empresas em 2014.