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Estado de Minas

Petrobras divulga balan�o sem incluir rombo de R$ 88,6 bilh�es gerado pela corrup��o

A��es despencam 11,21%. Valor de mercado da empresa desaba R$ 13,9 bilh�es no dia


postado em 29/01/2015 06:00 / atualizado em 29/01/2015 08:43

Presidente Graça Foster disse que é impraticável calcular valores das baixas por conta das irregularidades (foto: AFP PHOTO/Evaristo SA )
Presidente Gra�a Foster disse que � impratic�vel calcular valores das baixas por conta das irregularidades (foto: AFP PHOTO/Evaristo SA )

Bras�lia –
O balan�o n�o auditado da Petrobras referente ao terceiro trimestre de 2014, divulgado na madrugada de ontem, n�o apresentou as informa��es mais esperadas pelo mercado – o valor que ser� suprimido dos ativos por conta da corrup��o que se abateu sobre a companhia –, mas indicou que o rombo � muito maior do que se previa. As perdas com propinas e superfaturamentos podem chegar a R$ 88,6 bilh�es, 77,1% do valor de mercado da companhia, que despencou de R$ 128,7 bilh�es, na ter�a-feira, para R$ 114,8 bilh�es ontem, com as desvaloriza��o das a��es da estatal, que ca�ram at� 11,21% no caso das a��es preferenciais, com prioridade na distribui��o de dividendos. As ordin�rias, com direito a voto, despencaram 10,48%. A queda fez a Bolsa de Valores de S�o Paulo (Bovespa) fechar em baixa de 1,85%.

Diante do n�mero das perdas, que superou as previs�es mais pessimistas, a diretoria da empresa negou-se a computar as baixas cont�beis no balan�o, alegando que a metodologia utilizada n�o � correta. A decis�o de esconder os dados custou caro para a companhia. As a��es derreteram e, em apenas um dia, a Petrobras perdeu R$ 13,90 bilh�es de valor de mercado. Em Nova York, a perda foi ainda maior, de 11,95%, para os chamados American Depositary Receipts (ADRs) da Petrobras. Com a ansiedade dos operadores para se livrar dos investimentos na estatal brasileira, as negocia��es do papel ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para o Bank of America. Isso deu � empresa a honra de constar na principal p�gina eletr�nica da maior bolsa do mundo, mas por um triste motivo.

A presidente da Petrobras, Gra�a Foster, justificou a decis�o, afirmando que � “impratic�vel a exata quantifica��o destes valores indevidamente reconhecidos”, porque os pagamentos foram feitos por fornecedores externos e n�o podem ser rastreados nos registros cont�beis da companhia. “O resultado das avalia��es indicou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilh�es de diferen�a a menor. Decidimos n�o utilizar a metodologia da determina��o do valor justo para ajustar os ativos imobilizados devido � corrup��o", alegou, em comunicado.

A estatal garantiu que vai “aprofundar” outra metodologia, pedindo orienta��es � Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) e ao �rg�o equivalente nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC). “Por que n�o fez isso antes?”, indagou o economista-chefe da Opus Investimentos, Jos� M�rcio Camargo. Para ele, a PricewaterhouseCoopers (PwC) – empresa de auditoria externa que atestava a veracidade dos documentos cont�beis da Petrobras, mas se negou a continuar a faz�-lo depois que os esc�ndalos de corrup��o vieram � tona – deve ter exigido que a estatal buscasse metodologias aprovadas pelas duas ag�ncias reguladoras. "Mas isso j� podia ter sido feito. A Petrobras adiou duas vezes a divulga��o desse balan�o. O pior � ter anunciado que apresentaria as perdas cont�beis, e, depois, voltado atr�s", assinalou.

Deteriora��o Na avalia��o do estrategista da Guide Investimentos Luiz Gustavo Pereira, a estatal est� “no escuro”, sem saber como contabilizar o preju�zo causado pela corrup��o. “A empresa tem as op��es de calcular as perdas aplicando um percentual de 3% sobre todos os contratos, ou fazer os ajustes com base no valor justo dos ativos. Mas o preju�zo que surgiu foi muito alto”, explicou. Pereira ressaltou que, desde setembro de 2014, quando o balan�o do terceiro trimestre deveria ter sido fechado, at� hoje, a companhia j� perdeu R$ 70 bilh�es do valor em bolsa. “Isso quer dizer que as baixa patrimoniais j� est�o sendo precificadas pelo mercado”, disse ele.

Mesmo sem contabilizar os preju�zos da corrup��o, os n�meros divulgados ontem apontaram para a deteriora��o financeira da empresa. O lucro l�quido totalizou R$ 3,1 bilh�es, 38% abaixo dos R$ 5 bilh�es do segundo trimestre. Em rela��o ao terceiro trimestre de 2013, a queda foi de 9%. O resultado operacional foi de R$ 4,6 bilh�es, 48% inferior ao do per�odo precedente. Seis dos sete segmentos de neg�cios da Petroleira tiveram preju�zo. No ano, o resultado negativo j� est� acumulado em R$ 13,871 bilh�es.


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