
Bras�lia – Os ex-ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Miriam Belchior, do Planejamento, foram determinantes para que a Petrobras n�o publicasse o balan�o com as perdas cont�beis da corrup��o. Ao longo da reuni�o de mais de 12 horas, os dois manobraram com todas as for�as para que prevalecesse a decis�o do Pal�cio do Planalto, de n�o escancarar o tamanho do rombo na estatal provocado pelo PT e pelos partidos da base aliada do governo de Dilma Rousseff._
Para os investidores, foi estrat�gico o Planalto manter Mantega e Miriam no Conselho de Administra��o da Petrobras no momento em que se debate se a empresa deve ou n�o assumir que superfaturou obras para abastecer partidos pol�ticos. Uma mudan�a, agora, poderia expor sem d� as entranhas da companhia. Hoje, dos sete integrantes do Conselho nomeados pela Uni�o, cinco est�o diretamente subordinados ao Planalto: Mantega; Miriam; a presidente da estatal, Gra�a Foster; o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; e o secret�rio-executivo do Minist�rio de Minas e Energia, M�rcio Zimmermann.
O governo at� sondou poss�veis executivos para o conselho, mas ningu�m quis correr o risco de se envolver com um esc�ndalo t�o grande, que pode chegar a R$ 88,6 bilh�es em perdas por pagamento de propinas, superfaturamento de obras e desvio de dinheiro. H� o risco de outros problemas surgirem e os novos nomes entrarem na Opera��o Lava-Jato da Pol�cia Federal. A presidente Dilma chegou a afirmar que quer integrantes do setor privado no Conselho para substituir os ex-ministros. O objetivo � tentar recuperar um pouco de credibilidade no mercado. Os executivos, contudo, aguardavam a divulga��o do balan�o com as perdas cont�beis para se manifestarem.
Nos EUA Mas a divulga��o de um balan�o n�o auditado sem as perdas cont�beis com a corrup��o tornou a Petrobras mais vulner�vel �s a��es judiciais, que devem se multiplicar nos Estados Unidos. Al�m de exigir indeniza��o pelos preju�zos, os investidores estrangeiros que compraram a��es da petroleira na Bolsa de Nova York tamb�m est�o reivindicando danos morais. Os custos, com multas e indeniza��es, ser�o bilion�rios e amea�am o caixa da estatal.
O advogado Andr� de Almeida, que faz parte do processo Class Action contra a Petrobras nos EUA, destacou que o prazo para ades�o termina em 6 de fevereiro. “A decis�o de n�o publicar as perdas deve aumentar o n�mero de pessoas nessa a��o. J� s�o milhares e as ades�es s�o di�rias. Todas as a��es ser�o reunidas num mesmo processo em 6 de fevereiro”, explicou. Os investidores reclamam as perdas de mais de 50% no valor das a��es de 2010 a 2014 e tamb�m danos morais por terem sido enganados.
“Os gestores da Petrobras n�o saberem o tamanho das perdas econ�micas j� � bastante grave. N�o admitir que elas existem em seu balancete � ainda pior, pois segue na t�tica de divulgar n�meros imprecisos, deixando os acionistas e credores no escuro”, ressaltou Almeida.