O cen�rio econ�mico atual � "desafiador", segundo o diretor de Rela��es com Investidores do Ita�, Marcelo Kopel. Diante das dificuldades, o banco aposta que a inadimpl�ncia marcar� o ano de 2015, inclusive entre as grandes empresas. Apesar de prever que o restante do ano ser� melhor do que foi o primeiro trimestre, o Ita� mant�m no radar o risco do "calote". Para se precaver, aumentou a reserva com perdas duvidosas, o que dever� ter efeito direto sobre o spread do banco.
A avalia��o de Kopel � que a inadimpl�ncia n�o � exclusividade de segmentos isolados da economia, como poderia ser o caso do setor de petr�leo e g�s natural, atingido pela Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal. As dificuldades econ�micas afetam diversos segmentos, de acordo com Kopel. Por isso, o Ita� continuar�, nos pr�ximos meses, revendo a classifica��o do risco dos seus grandes clientes, de diversas �reas, trabalho j� iniciado no primeiro trimestre.
O banco provisionou, no per�odo, R$ 5,5 bilh�es para cobrir poss�veis perdas com a inadimpl�ncia, valor superior ao do quarto trimestre de 2014, R$ 4,6 bilh�es. O atraso no pagamento por parte dos clientes, no entanto, continua sendo de curto prazo, de 15 a 90 dias, o que, segundo o diretor do Ita�, est� relacionado ao descontrole moment�neo do planejamento dos clientes. A preocupa��o com a inadimpl�ncia ir� aumentar, disse ele, se o endividamento se prolongar, para al�m de 90 dias, como consequ�ncia das condi��es macroecon�micas adversas.
O Ita� aposta na continuidade do ciclo de alta da taxa b�sica de juros (Selic), pelo Banco Central, e na retra��o do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,5% neste ano. Mas, para 2016, as perspectivas s�o melhores. Em encontro com analistas de mercado para detalhar os resultados financeiros do primeiro trimestre, Kopel demonstrou confian�a na atual equipe do Minist�rio da Fazenda.
Ele defendeu a decis�o do governo de estabelecer a meta de infla��o de 4,5% no ano que vem, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Mesmo considerado irreal, para o executivo, o importante � que o ministro Joaquim Levy demonstra ao mercado que persegue o controle dos pre�os.
Ao ser questionado se essa postura do governo, de estipular metas dif�ceis de serem atingidas, n�o comprometeria a credibilidade da equipe econ�mica, como ocorreu com o ex-ministro Guido Mantega, Kopel respondeu que "n�o � poss�vel comparar as duas equipes", de Mantega e Levy. Ele demonstrando mais confian�a no atual minist�rio.
Durante encontro promovido pela Apimec-Rio, o executivo ainda antecipou uma poss�vel recompra de a��es do banco, em caso de excesso de capital. Mas disse tamb�m que ainda n�o h� data para isso ocorrer. Sobre a venda do HSBC, Kopel falou brevemente. "Tenho pouco a comentar sobre o HSBC. Entendo que foi desenhada uma transa��o em que querem manter (a parte de) pessoa jur�dica (do banco) e vender a f�sica. N�o consigo ver um cen�rio de fatiamento nesse ambientes", disse Kopel, referindo-se a uma poss�vel divis�o dos ativos entre diferentes bancos.