A decis�o do governo em reduzir a meta de super�vit prim�rio do setor p�blico para R$ 8,747 bilh�es, o equivalente a 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), � uma "surpresa" negativa para o mercado. Mas as not�cias que circularam antes do an�ncio oficial dando conta da magnitude da revis�o j� prepararam o humor dos economistas, na avalia��o do economista-s�nior do Besi Brasil, Fl�vio Serrano.
"Hoje j� tinha a boataria e acho que amanh� isso j� estar� digerido", afirmou Serrano. De acordo com o relat�rio de receitas e despesas, divulgado no in�cio da noite desta quarta-feira, 22, pelo Minist�rio do Planejamento, a meta anterior era de R$ 66,325 bilh�es (1,13% do PIB), uma queda de 86,73%.
Para o economista, que trabalhava com a estimativa de um super�vit de 0,5% do PIB este ano, a maior surpresa entretanto ficou na revis�o dos super�vits dos anos seguintes - o que vai afetar diretamente a rela��o entre d�vida bruta e PIB. "Essa redu��o das metas n�o estava prevista. E apesar da curva do governo mostrar que a rela��o d�vida p�blica cresce at� 2017 para se estabilizar e voltar a cair depois, pode n�o se concretizar", afirmou.
Os minist�rios da Fazenda e do Planejamento anunciaram ainda que as metas de 2016 e 2017 passaram para 0,7% e 1,3%, respectivamente. Em 2018, o governo acredita que realizar� uma meta de 2% do PIB. "Se o ajuste fosse mais severo agora no curto prazo, voc� n�o teria uma deteriora��o da rela��o d�vida/PIB. Agora a queda da rela��o entre d�vida bruta e PIB vai ficar postergada", disse Serrano.
O economista afirmou que o novo cen�rio deve refletir na classifica��o de risco do Brasil pelas ag�ncias. "A Moody's deve rebaixar a nota de cr�dito em um degrau, mas ainda com outlook est�vel", afirmou. "Um outlook negativo seria muito ruim para os mercados", completou.