S�o Paulo, 02 - A inadimpl�ncia pode ter eleva��o mais forte por conta do cen�rio macro, mas os bancos brasileiros t�m mais de R$ 150 bilh�es para fazerem provis�es adicionais sem se desenquadrarem em termos de Basileia, que mede o quanto podem emprestar sem comprometer o capital, segundo a Fitch Ratings. "Vemos empresas nas �reas de �leo e g�s, constru��o, a��car e �lcool e muitas pedindo recupera��o judicial. � uma situa��o mais dif�cil, mas o sistema financeiro � apto para absorver um aumento mais forte da inadimpl�ncia", avaliou Claudio Gallina, diretor s�nior da ag�ncia, em teleconfer�ncia com a imprensa, realizada nesta quarta-feira.
A qualidade de ativos dos bancos � o principal indicador a ser acompanhado no cen�rio atual e o principal direcionador para a perspectiva da Fitch para os bancos, mantida em negativa ontem. No entanto, at� agora, os calotes podem n�o ter subido tanto, conforme Gallina, por conta do esfor�o
A Fitch espera que as despesas com provis�es para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, cres�am entre 35% e 40% neste ano. Para 2016, a ag�ncia trabalha com expectativa de aumento de 13,4% em seu cen�rio base e de eleva��o de 54,4% no pior cen�rio.
Em rela��o � Lava Jato, Gallina disse que � dif�cil mensurar o impacto da opera��o para os bancos, pois as premissas adotadas podem "fugir muito da realidade". O esfor�o da Fitch, segundo ele, � entender at� que ponto o sistema estaria preparado para uma perda. Acrescentou, entretanto, que o sistema continua robusto e que a Fitch segue acompanhando eventos importantes no setor como o recente epis�dio da pris�o do banqueiro Andr� Esteves, ex-presidente do BTG Pactual.
Venda de carteiras
Outro movimento que tem se intensificado no setor banc�rio, conforme Gallina, � a venda de carteiras de cr�ditos vencidos antes mesmo de alcan�arem sua pior classifica��o, H. Durante sua divulga��o de resultados, a Caixa Econ�mica Federal informou que vendeu at� o m�s passado R$ 10,6 bilh�es em cr�ditos podres.
Sobre o banco p�blico, o diretor da Fitch citou a necessidade de olhar de perto o desempenho do desemprego. Isso porque a Caixa elevou sua carteira de cr�dito em mais de 30% nos �ltimos anos. "Grandes crescimentos de cr�dito s�o acompanhados por aumentos de inadimpl�ncia no futuro", comentou.
A Fitch manteve na segunda-feira, 1, pela terceira vez consecutiva, perspectiva negativa para os bancos brasileiros. "Temos essa posi��o desde dezembro de 2013, quando j� t�nhamos expectativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB), aumento da infla��o, dos juros e do desemprego. Esse conjunto de vari�veis levaria a uma maior dificuldade para as opera��es banc�rias no Brasil em 2014 e esse cen�rio se materializou", disse Gallina.
Segundo ele, o tom para Brasil tanto no meio banc�rio como no corporativo � "bastante preocupante". Do lado dos bancos, conforme o diretor da Fitch, o discurso de proteger balan�os, agregar garantias e reduzir prazos dos empr�stimos se mant�m. "2015 j� est� dado e 2016 ser� bastante desafiador. Fica uma interroga��o para 2017. Mais um ano de recess�o para o Brasil ser� bastante preocupante", concluiu Gallina, acrescentando que a falta de perspectivas para 2017 � algo "bastante cr�tico".