O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu na noite de quarta-feira numa conversa com representantes da Comiss�o Mista de Or�amento (CMO), que poder� deixar o governo caso seja aceita a proposta, defendida por uma ala do governo, de reduzir a zero a meta de super�vit prim�rio para o pr�ximo ano, fixada por ele em 0,7% do PIB. “Se zerar o super�vit, estou fora”, disse Levy aos presentes ao encontro, realizado no Minist�rio da Fazenda.
A eventual mudan�a na meta de economia que o pa�s pretende fazer em 2016 para pagar os juros da d�vida p�blica � um dos pilares da gest�o Levy. A previs�o do super�vit de 0,7% do PIB consta do projeto da Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO) que pode ir a vota��o a partir de ter�a-feira. O l�der do governo na CMO, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), garantiu que apresentar� uma emenda para ser votada em plen�rio a fim de contemplar a chamada “meta zero”.
Ontem, Levy reconheceu que o risco de o pa�s perder o chamado grau de investimento de mais uma ag�ncia de classifica��o de risco reflete a atual situa��o da economia brasileira. “O rebaixamento reflete a realidade. Se voc� n�o se organiza, n�o tem uni�o, o resultado � s�rio”, afirmou. Para Levy, � preciso superar as diverg�ncias e levar adiante reformas como a da Previd�ncia. O ministro defendeu que o Congresso aprove uma idade m�nima para aposentadoria e um tempo m�nimo de contribui��o para obter o benef�cio.
O ministro, contudo, manifestou que a d�vida interna “est� crescendo em velocidade desconfort�vel”, o que “aponta a import�ncia de o pa�s fazer reformas”, sobretudo de ordem fiscal. “Para isso, precisamos de unidade, todos estarem pensando em primeiro lugar no Brasil”, disse. “� preciso uni�o, entendimento e muito foco para fazer o que for necess�rio.”