Bras�lia, 28 - Em ata divulgada na manh� desta quinta-feira, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) informou que mudou sua premissa para o c�mbio de R$ 3,80 da ata anterior para R$ 4 para formar seu cen�rio de refer�ncia. No Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI) de dezembro, a cota��o usada pelo Banco Central era de R$ 3,90.
Apesar da eleva��o, o novo valor considerado para o d�lar est� abaixo do negociado no dia em que o colegiado decidiu manter a Selic de 14,25% ao ano mais uma vez. Na quarta-feira passada, dia 20, o d�lar � vista fechou em alta, aos R$ 4,0998, no maior n�vel de fechamento desde 23 de setembro de 2015, quando marcou R$ 4,1350 - m�xima hist�ria do Plano Real at� ent�o. J� a moeda para fevereiro subiu para R$ 4,1125 no mesmo dia.
A utiliza��o de uma refer�ncia mais baixa para o c�mbio tem sido recorrente nos documentos do Banco Central.
O realinhamento dos pre�os dom�sticos em rela��o aos internacionais - via alta do d�lar - vem sendo apontado pelo BC como um dos principais fatores de press�o para a infla��o no curto prazo ao lado do ajuste de pre�os administrados ou monitorados pelo governo.
Al�m de promover a rolagem integral dos vencimentos de contratos de swap cambial e de tamb�m rolar os prazos para leil�o de linha no fim do ano passado, o BC colocou recursos novos no mercado por meio de mais swap e linha para tentar conter a volatilidade da moeda norte-americana.
Infla��o
O Copom trouxe uma mudan�a significativa logo no primeiro par�grafo na ata divulgada nesta manh� sobre o desmembramento da infla��o. Na edi��o anterior, o colegiado ressaltava que as informa��es dispon�veis at� �quele momento sobre os pre�os sugeriam "certa persist�ncia da infla��o".
Isso, conforme o documento, refletia, em parte, a din�mica dos pre�os de servi�os e, no curto prazo, o processo de realinhamento dos pre�os administrados e choques tempor�rios de oferta em alimenta��o em bebidas.
J� na ata de hoje, a diretoria do BC n�o fala mais dessa persist�ncia e traz que "as informa��es dispon�veis refletem, em parte, a din�mica de maior persist�ncia dos pre�os no segmento de servi�os, os processos de realinhamento de pre�os relativos e choques tempor�rios de oferta no segmento de alimenta��o e bebidas".
Essa mudan�a na avalia��o da composi��o da infla��o vem ap�s a informa��o de que o IPCA fechou 2015 em 10,67%, com os pre�os livres aumentando 8,51% e os administrados, em 18,07%.
A ata tamb�m trouxe uma altera��o inusual no par�grafo 20, um trecho do documento mais protocolar, que discorre sobre os objetivos da pol�tica monet�ria e a forma de atua��o do colegiado.
Embora esse par�grafo praticamente sempre se repita de ata em ata, dessa vez o Comit� excluiu a express�o "especialmente" ao citar que cabe � pol�tica monet�ria manter-se vigilante, para garantir que press�es detectadas em horizontes mais curtos n�o se propaguem para horizontes mais longos.
Ambiente externo
Para justificar a manuten��o da taxa de juros, a ata da ultima reuni�o do Copom alterou substancialmente a avalia��o sobre o ambiente externo ao afirmar que as incertezas se ampliaram. O Copom inclui avalia��o de que h� crescente preocupa��o com a economia chinesa e seus desdobramentos para outras economias.
Segundo o Copom, as perspectivas recentes indicam "modesta" recupera��o da atividade nas economias maduras, enquanto importantes economias emergentes experimentam per�odo de transi��o. Na ata anterior, a indica��o era de que havia indica��es de recupera��o da atividade nessas economias.
A ata destaca que "ainda" h� baixa probabilidade de ocorr�ncia de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais. O termo "ainda" foi introduzido na ata divulgada hoje. Para o Comit�, a atividade global mostra tend�ncia de maior modera��o ao longo do horizonte relevante para a pol�tica monet�ria.