
Com um custo maior nas costas, os empres�rios do setor de e-commerce est�o fazendo de tudo para n�o repassar o preju�zo aos consumidores. “Assim que soubemos das mudan�as, procuramos o servi�o de contabilidade para nos ajudar”, comenta Andreza Gontijo, s�cia da marca La V�, que h� dois anos tem um site virtual na capital mineira. Ela conta que 40% das vendas do site s�o para Minas Gerais. “Vendemos para o Brasil inteiro e, pelo que entendemos com essa nova norma, vamos pagar impostos duas vezes. Porque compramos tecido de fornecedores de fora e vendemos o vestu�rio para outros estados. O foco do e-commerce � vender onde a marca n�o alcan�a e isso vai dificultando o mercado”, comenta.
Para Abel Berto Rosa, diretor financeiro da marca Huddies, com loja virtual em BH desde novembro, a situa��o pesa para o empres�rio. “Aumentou os custos e, aqui na loja, temos que colocar um funcion�rio para fazer essa burocracia todos os dias”, conta. A loja, que vende utens�lios dom�sticos, atende todo o Brasil, com uma remessa de 30 produtos por dia. De acordo com Rosa, muitos locais do pa�s n�o est�o preparados para a mudan�a. “A nossa sorte � que j� temos um cadastro na regi�o Sudeste, o que nos facilita. N�o podemos aumentar os pre�os agora, uma vez que j� vendemos importados e o d�lar est� nas alturas. Ent�o, por enquanto, n�o vamos repassar”, diz.
FECHAMENTO Entidades de todo o pa�s est�o se mobilizando para reformular a norma do Confaz. Ontem, a Associa��o Brasileira de Com�rcio Eletr�nico (ABComm) entrou com uma A��o Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). O requerimento visa cancelar cinco das onze cl�usulas, que estipulam novas regras para o recolhimento do ICMS em transa��es interestaduais.
O grande medo das entidades � de que as empresas de e-commerce fechem as portas. Segundo comenta a analista de pol�ticas p�blicas do Sebrae, Ariane Vilhena, a burocracia enfrentada por uma empresa de pequeno porte vai contra o que prega o estatuto nacional das micro e pequenas empresas, que tem como objetivo simplificar a vida do empres�rio. “� invi�vel para esses comerciantes contratar um contador para cada venda feita. As grandes empresas podem at� conseguir fazer isso, mas as pequenas v�o acabar fechando as portas”, comenta Vilhena.
Outro problema citado por ela � que muitas empresas podem se negar a vender determinado produto a um lugar do pa�s, o que vai contra ao que prev� o direito do consumidor. “E neste momento da economia, elevar o pre�o de um produto pode impedir o consumo”, alerta. Ela avisa que o Sebrae MG est� se mobilizando para revis�o da norma.
Enquanto isso...
...infla��o chega ao varejo na internet
Os pre�os de produtos vendidos no com�rcio eletr�nico seguiram num ritmo de crescimento recorde para o setor em janeiro. Em seu d�cimo m�s consecutivo de alta na compara��o com o mesmo m�s do ano anterior, os pre�os subiram 9,01%, de acordo com o �ndice Fipe/Buscap�, que mede a infla��o do setor. Na s�rie hist�rica desde 2012, o aumento de janeiro s� perde para o de dezembro de 2015, quando os itens vendidos online ficaram 9,24% mais caros. Os �ltimos dez meses em que os pre�os t�m subido marcam uma revers�o de tend�ncia nos n�meros do com�rcio eletr�nico. At� mar�o de 2015, os pre�os vinham num movimento de queda na compara��o anual, o que era atribu�do � caracter�stica promocional e de competi��o intensa entre vendedores online. Esse movimento, por�m, vem sendo revertido em meio � crise econ�mica, escalada da infla��o e deprecia��o da moeda brasileira. Algumas categorias que t�m peso significativo no e-commerce s�o influenciadas pelo c�mbio, caso de eletr�nicos, inform�tica, fotografia e telefonia.