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Estado de Minas

Pronto-socorro particular investe em atendimento r�pido e pre�o em conta

Inspiradas nas redes de fast food, cl�nicas de pronto atendimento privado para urg�ncias de baixo risco ganham espa�o em BH. Investimentos na capital j� passam de R$ 3 milh�es


postado em 04/09/2016 00:12 / atualizado em 06/09/2016 13:03

Maurício Botelho e Welfane Cordeiro Junior, da Doutor Agora, investimento de R$ 2,7 milhões e inspiração nos EUA(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Maur�cio Botelho e Welfane Cordeiro Junior, da Doutor Agora, investimento de R$ 2,7 milh�es e inspira��o nos EUA (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Atendimento r�pido, salas climatizadas, aroma confort�vel no ar e telas na parede, pagamento dividido em at� seis vezes no cart�o de cr�dito. A inspira��o do neg�cio veio de grandes redes do chamado fast food, como Mc Donald’s e Starbucks, mas o foco � o paciente que precisa tratar rapidamente uma dor aguda, sem marca��o de consulta. O modelo de pronto atendimento privado, que j� contabiliza mais de 7 mil unidades nos Estados Unidos, com os chamados urgent care, desembarcou em Minas. Em Belo Horizonte, a inspira��o americana j� soma investimentos que ultrapassam R$ 3 milh�es.


O alvo do neg�cio s�o usu�rios das classes A, B e C e at� da classe D, que mesmo pagando por um plano de sa�de ou sendo usu�ria habitual do Sistema �nico de Sa�de (SUS) est� disposta a desembolsar at� R$ 165 por uma consulta particular, para fugir da longa espera do pronto-socorro p�blico ou privado. O atendimento sem hora marcada � para as chamadas urg�ncias de baixo risco, que apresentem sintomas agudos, mas que n�o precisam de interna��o, mais um fil�o no mercado da sa�de.

Para convencer o usu�rio a pagar por um servi�o m�dico particular quando ele tem um plano ou pode procurar o SUS, a estrat�gia � reduzir o tempo. A meta � que em 30 minutos o consumidor preencha sua ficha, acerte a consulta, seja atendido pelo m�dico, receba um diagn�stico e at� o procedimento m�dico, no caso das fraturas por exemplo, da� a inspira��o no fast food.

Na �ltima segunda-feira, o t�cnico em eletr�nica Jorge Ant�nio Luiz, de 62 anos, procurou o pronto atendimento Doutor Agora, rec�m-inaugurado na Rua Timbiras, Regi�o Centro-Sul da capital. Jorge queria verificar se havia fraturado a m�o. “Senti dor no fim de semana, mas fiquei desanimado de procurar o SUS porque a demora � grande – at� quatro horas ou mais de espera – e muitas vezes n�o tem o especialista, por isso resolvi pagar”, comentou. Jorge desembolsou R$ 165, foi atendido pelo especialista, fez um raio X e recebeu alta com o diagn�stico de uma luxa��o.

A estrutura da cl�nica e o processo de atendimento seguem um modelo importado dos Estados Unidos e da Inglaterra. O diretor-presidente, Maur�cio Botelho, conta que a hist�ria de Jorge Ant�nio � parecida com a sua. Depois de enfrentar durante anos longas horas de espera com a filha em pronto-socorro de grandes hospitais para conseguir atendimento urgente, mas de baixo risco, Maur�cio reuniu um grupo de oito m�dicos a fim de pesquisar um modelo alternativo. Nos EUA, encontraram o modelo das urgent care, decidiram importar toda a estrutura de atendimento, da concep��o ao software.

O grupo investiu R$ 2,7 milh�es na estrutura de pronto atendimento que atende, sem hora marcada, cl�nica m�dica, pediatria e ortopedia. “Essas tr�s especialidades re�nem 90% dos casos agudos que chegam ao pronto-socorro”, explica Maur�cio. No primeiro m�s de funcionamento da cl�nica, 30% dos casos atendidos foram de usu�rios de planos de sa�de.

Confiantes nesse v�cuo deixado pelas operadoras de planos de sa�de e pelo governo federal, a equipe tem planos de expans�o j� no ano que vem para os bairros Buritis e Cidade Nova. “J� temos interessados em outros estados e podemos transformar o modelo em uma franquia.”

Danilo Santana, presidente da Associa��o Brasileira de Consumidores (ABC), � moderado ao avaliar o impacto dos pronto atendimentos particulares. Segundo ele, essa � mais uma op��o do mercado, mas � importante que o usu�rio n�o abra m�o de seu direito. “O consumidor deve exigir de seu plano de sa�de o atendimento eficiente. Se todos come�arem a pagar do pr�prio bolso, os planos tendem a piorar uma quest�o que j� � complicada, que � o acesso ao atendimento no tempo esperado”, avalia.

Antes de inaugurar a Dr. J�, na Pra�a Hugo Werneck, um grupo de quatro investidores formado por m�dicos, engenheiro e especialista em marketing, escolheu estrategicamente como vizinha a nova esta��o do Move metropolitano. O m�dico Rodirley Diniz, s�cio-propriet�rio do empreendimento, diz que o PA tem como objetivo atender com presteza e rapidez o cliente ao custo de R$ 95. S�o dois cl�nicos no atendimento e, segundo Rodirley, a cl�nica tem estrutura para prestar primeiros socorros e encaminhar pacientes diagnosticados como mais graves para o pronto-socorro. O investimento inicial foi de R$ 250 mil.

“Como o mineiro � muito desconfiado, nosso objetivo � conquistar a confian�a com atendimento humanizado”. Antes de investir, a equipe do Dr. J� realizou uma pesquisa de mercado com usu�rios de unidades de pronto atendimento da capital, classificados como verde ou amarelo. “As pessoas apontaram uma espera m�dia de quatro horas e disseram que estariam dispostas a pagar at� R$ 100 por um atendimento particular se tivesse o tempo reduzido a meia hora. “Vamos monitorar nosso atendimento e assim que o tempo alcan�ar 25 minutos vamos ampliar a estrutura.”

CUSTOS MENORES O m�dico Welfane Cordeiro, respons�vel pela implanta��o da classifica��o de riscos em Minas Gerais, e um dos s�cios do Doutor Agora, diz que a chave do neg�cio � ter efici�ncia. O Pronto Atendimento, inaugurado em Belo Horizonte, segue o modelo de redu��o de custos inaugurado pela montadora Toyota e espalhado pelo mundo.

Seguindo a concep��o americana, a cl�nica funciona com 15 consult�rios e tr�s m�dicos, onde o paciente se desloca como em um circuito. “Com um software controlamos todo o fluxo, sem desperd�cio de tempo”, explica Welfane. Com isso, a cl�nica espera atender 120 pacientes por dia e ter de volta o investimento em 18 meses. O modelo de precifica��o inclui um pagamento �nico para todos os procedimentos: consultas, exames e medica��o.

O presidente da Associa��o M�dica de Minas Gerais, Lincoln Ferreira, avalia que desde que o PA possa encaminhar com responsabilidade urg�ncias graves ao pronto-socorro, essa � mais uma op��o que pode ser positiva para m�dicos e usu�rios. Danilo Santana alerta que o modelo das urgent care � voltado para queixas de menor gravidade, como tosse, gripe, dores de garganta e n�useas, e em casos mais graves o consumidor deve dar prefer�ncia ao hospital.

André Andrade, Rubia Moreira e Rodirley Diniz fizeram pesquisa e verificaram demanda por agilidade(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Andr� Andrade, Rubia Moreira e Rodirley Diniz fizeram pesquisa e verificaram demanda por agilidade (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


EM ALTA

Em reportagem recente, o Estado de Minas mostrou que cl�nicas populares para atendimento de consultas agendadas particulares e de baixo custo tiveram crescimento exponencial na capital, estando distribu�das por praticamente todas as regi�es da cidade, um reflexo de que o consumidor n�o est� conseguindo acessar os servi�os m�dicos no tempo desejado. A Proteste Associa��o de Consumidores lan�ou na sexta-feira campanha para cobrar mais qualidade do atendimento e um modelo de sa�de eficiente no sistema p�blico e privado. A peti��o on-line est� dispon�vel no link www.proteste.org.br/protestepelasaude.


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