Com inaugura��o prevista para dezembro, as obras do novo terminal do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, est�o chegando � reta final a um ritmo acelerado se comparado � paralisia que tem marcado os investimentos produtivos no setor produtivo do pa�s. Mas a concession�ria respons�vel pelo aeroporto, a BH Airport, tem, depois de entregar o novo espa�o, um desafio ainda maior: o de n�o deixar o terminal virar um elefante branco em Minas, pelo menos em curto prazo. Ao mesmo tempo em que haver� uma expans�o da capacidade do local, houve uma redu��o de 15% na demanda de passageiros; o n�mero de voos internacionais ainda � baixo e n�o justifica, por enquanto, a abertura do total de 26 pontes de embarque, 17 seriam suficientes. E ainda h� o terminal 3, o Puxadinho, que ser� desativado e para qual n�o h� um destino certo. Com os dois terminais, Cofins ter� capacidade para 22 milh�es de passageiros por ano.
A poss�vel ociosidade contrasta com o alto investimento para a obra que, at� o fim do ano, custar� R$ 750 milh�es. Como forma de corresponder ao que se espera desse novo espa�o e faz�-lo dar jus ao tamanho, a BH Airport informou articular a vinda de novos voos para a Confins. “Com essa nova estrutura, a inten��o � atrair novos pousos e decolagens”, prometeu o diretor-presidente da concession�ria, Paulo Rangel. Segundo ele, a empresa tem articulado a vinda de novas companhias e, inclusive, a volta da Avianca, que suspendeu os voos di�rios de BH desde janeiro do ano passado. Atualmente, o aeroporto conta com 104 mil pousos e decolagens por ano, sendo que o novo terminal tem capacidade para 200 mil.
Com espa�o de sobra, o grande problema � que, por enquanto, com a situa��o econ�mica do pa�s, a demanda pelas viagens est� em queda em todo o Brasil. Em julho, a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) divulgou que a procura por voos realizados dentro do pa�s sofreu queda pelo 11º m�s seguido. O indicador RPK, que mede a rela��o passageiros-quil�metros pagos transportados, teve redu��o de 6,3% em junho, em compara��o com o mesmo per�odo em 2015.
“Fizemos uma obra que estava prevista no contrato. Por�m, na �poca da concorr�ncia, o cen�rio era outro”, criticou o diretor-presidente da BH Airport. Ele diz que, diante da atual conjuntura, o ideal seria que as obras fossem feitas “paulatinamente, de acordo com a demanda”. “Mas estamos cumprindo o que estava no contrato, ainda que estejamos em um pior momento de investimento”, disse. O novo terminal contar� com mais 17 pontes de embarque, sendo tr�s exclusivas para opera��es internacionais. Atualmente, s�o nove, o que dar� um total de 26 pontes.
Al�m da baixa no voo dom�stico, Confins conta hoje com quatro voos internacionais, sendo eles para o Panam�, Buenos Aires, Miami e Lisboa. Diariamente, h� dois, Buenos Aires e Panam�. “A princ�pio, as 26 pontes n�o ser�o usadas. � medida que houver demanda, elas ser�o ativadas”, esclarece Rangel, que n�o estima qual o preju�zo que a concession�ria ter� com a ociosidade. “Esperamos que haver� um crescimento no n�mero de voos e de demanda nos pr�ximos anos”, aposta.
PUXADINHO O terminal 3, tamb�m conhecido como Puxadinho, � uma outra inc�gnita. Inaugurado em 2015, um ano e meio depois do prazo previsto, esse terminal provis�rio foi destinado exclusivamente � opera��o de voos internacionais, enquanto o terminal 2 n�o fosse conclu�do. O novo edif�cio, que come�ou a ser erguido para atender � demanda da Copa do Mundo e exigiu adapta��es para a nova utiliza��o, aumentou a capacidade operacional do aeroporto em 4,3 milh�es de passageiros e custou cerca de R$ 30 milh�es. No entanto, agora, com a inaugura��o do novo terminal, ele ser� desativado e, segundo Rangel, ainda n�o h� um destino para ele. “Pode ser que ele vire um local para as empresas que nos d�o suporte, como aquelas de bagagem. Ainda n�o h� nada definido”, afirmou.
Para aliviar press�o sobre o terminal 1
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves opera no seu limite, enquanto n�o � inaugurado o terminal 2. Com capacidade para 10,2 milh�es de passageiros por ano, o local chegou a receber 11,3 milh�es no ano passado. Por isso, a amplia��o do espa�o tornou-se urgente, ainda que corra risco de ficar ociosa. Al�m de tentar atrair novos voos para o lugar, uma antiga reclama��o de quem frequenta o aeroporto pode ser atendida: pre�os mais populares dos alimentos. De acordo com o diretor-presidente da BH Airport, Paulo Rangel, a ideia � oferecer aos usu�rios do aeroporto pre�os de mercado, al�m de m�quinas com fichas para sucos e lanches.
Em um espa�o de 49 mil metros quadrados de �rea constru�da, o novo terminal vai contar com mais 17 pontes de embarque (tr�s para opera��es internacionais), seis esteiras rolantes para passageiros, nove escadas rolantes, 18 elevadores e mais 1, 8 mil vagas de estacionamentos. Uma outra facilidade para o usu�rio al�m da poss�vel queda no pre�o do lanche, � o fluxo melhor com a sa�da dos t�xis e �nibus estacionados. Foram criados lugares espec�ficos para esses ve�culos estacionarem, sendo que um profissional � respons�vel por chamar os carros � medida que h� demanda.
Primeiramente, a obra de amplia��o estava prevista para ser entregue em abril deste ano, por�m, a BH Airport se antecipou sobre a impossibilidade de entregar a obra no prazo devido ao atraso no processo de licenciamento da unidade. Assim, a amplia��o s� come�ou em outubro do ano passado. Foram gerados cerca de 1 mil empregos. Foram usadas estrutura met�lica em a�o, revestimento interno e externo com isolamento termo-ac�stico e uma grande �rea de pel�cula de vidro com performance termo-ac�stica.
O acesso ao novo terminal foi constru�do em dois n�veis, para facilitar o embarque e o desembarque de passageiros. Al�m do Terminal 2, a concession�ria BH Airport vai ampliar o p�tio de aeronaves em cerca 29 mil metros quadrados e readequar os acessos para um mix de avi�es mais atual.