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Estado de Minas

Desempregados e rec�m-contratados esperam que rea��o do mercado se confirme

Em posi��es opostas, rec�m-contratados e pessoas que buscam uma oportunidade de trabalho vivem a expectativa de que a rea��o do mercado se confirme


postado em 28/01/2018 06:00 / atualizado em 28/01/2018 08:45

(foto: Com emprego novo, Daniela, Viviane e Jéssica torcem para que a fábrica consolide expansão que gerou onda de contratação)
(foto: Com emprego novo, Daniela, Viviane e J�ssica torcem para que a f�brica consolide expans�o que gerou onda de contrata��o)

Divin�polis e Nova Serrana – Duas trabalhadoras do polo industrial do Centro-Oeste de Minas Gerais come�aram 2018 enfrentando realidades bem diferentes. Enquanto Daniela de Oliveira, de 40 anos, vive a expectativa de contrata��o em uma f�brica de roupas em Divin�polis, Suzi de Jesus Santana, de 33, passou as primeiras semanas do ano distribuindo curr�culo por v�rias empresas de Nova Serrana e cidades vizinhas, em busca de uma oportunidade para voltar ao mercado. As duas perderam o emprego durante a fase mais aguda da crise e sentiram na pele as dificuldades de anos de recess�o. Se, para Daniela, a retomada mineira no interior j� � percept�vel, para Suzi, a perspectiva � de que a recupera��o continue a gerar empregos.

Ao fim de uma manh� ensolarada de ter�a-feira, com os term�metros a 30 graus e sol a pino, Suzi chegava � porta de uma f�brica de cal�ados que anunciava a abertura de sete vagas para o setor de produ��o. “Vim tentar mais uma chance. Hoje entreguei em algumas empresas e consegui uma entrevista. Estamos vendo muitas placas com oferta de emprego, mas tem muita gente atr�s de trabalho, por isso a situa��o continua dif�cil”, conta Suzi. Em pouco mais de uma hora em que a reportagem do Estado de Minas esteve � porta da f�brica, 14 pessoas – o dobro do n�mero de vagas – deixaram curr�culo e tentaram agendar entrevistas.

Desempregada desde 2015, Suzi conseguiu trabalhos tempor�rios para atravessar o per�odo de recess�o, mas est� h� cinco meses sem emprego. “A crise foi bem dura aqui na regi�o, muita gente ficou sem trabalho nenhum por muitos meses. Muita gente voltou para casa depois de ter perdido o emprego e deixou a cidade, inclusive muitos trabalhadores do Nordeste”, diz Suzi.

No mesmo dia, Daniela de Oliveira vivia a expectativa do primeiro dia de trabalho ap�s quase um ano. Com experi�ncia na ind�stria do vestu�rio, a trabalhadora mineira passou 2017 distribuindo curr�culos e no fim de dezembro foi chamada para entrevista em uma f�brica de camisas masculinas. Aprovada na entrevista, come�ou na semana passada o per�odo de testes para a vaga. “� um �nimo novo come�ar o ano com uma oportunidade de trabalho. No ano passado, perdi o emprego em outra f�brica e n�o eram muitas chances que estavam surgindo”, lembra Daniela.

Na mesma f�brica, J�ssica Aparecida, de 19 anos, e Viviane Caetano, de 26, tamb�m iniciaram o ano com emprego novo e esperam ser contratadas ap�s o per�odo de experi�ncia. Em seu primeiro emprego ap�s concluir um curso t�cnico no Senai, J�ssica n�o chegou a viver as dificuldades do per�odo de crise na ind�stria do Centro-Oeste entre 2015 e 2016, mas acompanhou de perto o momento ruim enfrentado por muitos trabalhadores da regi�o. “Assim que conclu� o ensino m�dio busquei um curso para me qualificar, pois sabia que o mercado n�o estava f�cil. Agora j� consegui esta oportunidade e espero aproveit�-la para garantir meu primeiro emprego”, diz J�ssica.

Para o presidente do Sindicato das Ind�strias de Vestu�rio de Divin�polis (Sinvesd), Marcelo Marcos Ribeiro, o cen�rio de 2018 � de al�vio para fabricantes e vendedores, mas o n�mero de empregos ainda est� distante do boom que a regi�o viveu h� 10 anos. Ele analisa que o pior da crise j� passou, mas os reflexos continuam impactando, principalmente no �ndice desemprego, que levar� mais tempo para voltar aos n�veis considerados aceit�veis.

“Em 2016, tivemos um ano p�ssimo, foi o fundo do po�o na regi�o, com muitas empresas fechando, muitas demiss�es, pessoas passando para a informalidade e aumento enorme na inadimpl�ncia. A partir do ano passado, a situa��o come�ou a melhorar, mas ainda foi um ano dif�cil. O cen�rio agora � de um setor voltando a decolar. A crise come�a a passar e voltamos a respirar”, avalia Ribeiro. Ele ressalta que o setor depende muito das compras no cr�dito e que a retomada da confian�a tem impacto direto no resultado das vendas.

Na dianteira

O emprego com registro voltou a se recuperar em Minas Gerais, a um ritmo comandado pelos munic�pios do interior do estado. Das 110 cidades com mais de 30 mil habitantes onde o Minist�rio do Trabalho acompanha o comportamento do mercado formal de vagas, 61 tiveram saldo positivo (diferen�a a maior das contra��es ante as demiss�es), ao passo que Belo Horizonte e a Grande BH amargaram mais demiss�es do que contrata��es em 2017. Os n�meros fazem parte do levantamento de informa��es de 2017, disponibilizado nesta semana pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Minist�rio do Trabalho.

Na capital, foram 374.022 demiss�es ante 370.923 contrata��es. O saldo negativo foi de 3.099 vagas.  Campe� do ranking formado do ponto de vista do saldo do emprego com carteira, Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, registrou 99 mil contrata��es, mas tamb�m 96.825 dispensas, o que levou � diferen�a positiva de 2.175 vagas. O resultado cresceu 1,13%, portanto, acima da m�dia de 0,62% no estado, frente ao estoque de empregados de dezembro de 2017.

Em Minas, foram abertas 1.671.895 vagas com registro em 2017, mas outros 1.647.599 empregos desapareceram. O saldo ficou em 24.296 vagas. Pouso Alegre, Santa Rita do Sapuca� e Varginha, munic�pios importantes do Sul de Minas e Divin�polis e Nova Serrana, no Centro-Oeste do estado, tamb�m exibiram taxas positivas do saldo do emprego e se destacaram no ano passado.

Dom�nio feminino

Apesar de passar por recupera��es em n�veis diferentes, um cen�rio se repete nas ind�strias de alimentos, medicamentos, eletr�nicos ou vestu�rio: a forte presen�a da m�o de obra feminina nas f�bricas mineiras. Em uma empresa farmac�utica com 3 mil funcion�rios, mais de 80% s�o mulheres. J� em outra fabricante de alimentos, com 1 mil funcion�rios, o percentual de trabalhadoras alcan�a mais de 90%. No entanto, em quase todas as empresas que a reportagem do EM visitou pelo interior mineiro, os cargos de dire��o s�o ocupados por homens.



Mais qualidade, mais vagas

Alguns empres�rios est�o revisando a op��o pela terceiriza��o da produ��o na ind�stria do vestu�rio em algumas cidades mineiras. Apesar da redu��o de custos com impostos, a diferen�a na qualidade do produto final entregue �s lojas est� sendo apontada como motivo para a busca por contrata��es do quadro pr�prio da empresa. “Tivemos uma reuni�o com empres�rios no in�cio do ano para discutir o assunto e a maioria j� avalia que a terceiriza��o reduz significativamente a qualidade do produto. Alguns trabalhadores terceirizados produzem em casa ou galp�es de outra pessoa, com 15 ou 20 pessoas. Parte deles fica s� por 15 dias e para”, conta Marcelo Ribeiro, dono de f�brica de roupas e presidente do Sinvesd.

No setor, o acompanhamento da fabrica��o faz com que o produto seja diferenciado, com maior qualidade. “E o cliente percebe a diferen�a”, explica Marcelo Ribeiro. O gerente comercial de uma f�brica de camisas em Divin�polis Eug�nio Humberto Pacelli tamb�m aposta na busca mais intensa da m�o de obra n�o terceirizada da empresa em 2018. “Quando voc� conquista um mercado que exige padroniza��o no produto � preciso ter uma fatia que segue o padr�o para ser refer�ncia, um controle de qualidade. Desde o ano passado, buscamos aumentar a produ��o interna de nossas camisas”, afirma Pacelli. (MF)


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