Bras�lia - O governo j� avalia, nos bastidores, que subestimou o potencial da greve dos caminhoneiros e agora tem receio de que o movimento tome uma propor��o semelhante � dos protestos de 2013, ressuscitando o "Fora Temer". Em conversas reservadas, interlocutores de Michel Temer admitem que a paralisa��o aumentou o desgaste do presidente e h� preocupa��o de que os protestos nas ruas, por causa do desabastecimento, se transformem em uma convuls�o social.
Acuado, o governo agora teme as consequ�ncias da disputa entre os presidentes da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eun�cio Oliveira (MDB-CE). "Temos de colocar menos gasolina e mais di�logo sobre a greve", disse Maia, na segunda-feira, 28, ap�s se reunir com Temer, no Planalto. O deputado fez quest�o de destacar que a C�mara e o governo t�m "vis�es distintas" sobre a quest�o tribut�ria.
Foi de Maia a proposta aprovada pela C�mara, na semana passada, zerando o PIS/Cofins sobre o diesel. Com c�lculos errados nas m�os, ele chegou a dizer que o custo dessa isen��o seria de R$ 3,5 bilh�es, quando, na realidade, ficaria em aproximadamente R$ 10 bilh�es.
As articula��es de Maia, que � pr�-candidato � Presid�ncia, t�m irritado cada vez mais o Planalto. Al�m disso, o governo identificou que simpatizantes do presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) se infiltraram na greve. H� tamb�m apreens�o com a promessa de greve de 72 horas dos petroleiros, anunciada para quarta-feira, 30. No diagn�stico do Planalto, esse movimento tem o apoio do PT e da CUT.
"H� movimentos pol�tico-partid�rios que querem agudizar a crise e a popula��o deve estar atenta a isso", afirmou o l�der do governo no Senado, Romero Juc� (MDB-RR). "N�o d� para fazer disputa eleitoral em um momento como esse. Os petroleiros t�m de discutir sal�rio na data-base da categoria".
S�o Paulo
Al�m de enfrentar desgaste, o Planalto tamb�m contrariou o governador de S�o Paulo, M�rcio Fran�a (PSB). No s�bado, 26, Fran�a prop�s um acordo com os caminhoneiros muito parecido com o que Temer anunciou na noite de domingo, 29. Candidato � reelei��o ao Bandeirantes, Fran�a pediu ao presidente que a negocia��o fosse feita com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Temer, no entanto, enviou a S�o Paulo o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pr�-candidato do MDB ao Bandeirantes, n�o gostou do protagonismo dado a Fran�a, seu advers�rio.