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Estado de Minas

Corridas de carros el�tricos atraem empresas brasileiras

Apesar de recente, a F�rmula-E se consolida como alternativa para companhias que querem atrelar suas marcas ao uso de energia limpa e preocupa��o com mobilidade


postado em 19/02/2019 06:00 / atualizado em 25/02/2019 17:25

(foto: Flickr/Jaguar MENA)
(foto: Flickr/Jaguar MENA)

Cidade do M�xico – O uso de energia limpa vem sendo inserido cada vez mais na estrat�gia de empresas globais e tamb�m por startups que perceberam as possibilidades de neg�cio por tr�s da substitui��o do petr�leo por fontes alternativas.

O Brasil tamb�m tem buscado espa�o neste novo momento. Ainda que nas ruas do pa�s, segundo informa��o do Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran), existam apenas 300 ve�culos 100% el�tricos em circula��o (n�mero de 2018), h� quem acredite que vale a pena apostar desde j� neste mercado.

Uma dessas vitrines � a ABB FIA F�rmula-E, uma modalidade do automobilismo lan�ada em 2014, ligada � Federa��o Internacional de Automobilismo, e que atualmente, de um total de 22 competidores, conta com quatro pilotos brasileiros: Lucas Di Grassi, Felipe Massa, Nelson Piquet J�nior e Felipe Nars. � a nacionalidade com a maior participa��o.

A modalidade, lan�ada em 2014, � bem nova em compara��o a sessentona F�rmula 1. A velocidade m�xima � de 220 km/h, cada competi��o dura apenas 45 minutos, n�o � permitida a recarga da bateria e o principal desafio dos pilotos � justamente controlar o consumo de energia para n�o parar antes de cruzar a linha de chegada.

No lugar do conhecido “ronco dos motores”, o que se houve � um som parecido com o de ve�culos futuristas como os de filmes como “Blade Runner”, como se os pneus n�o tocassem o asfalto, apenas flutuassem. Apesar das diferen�as em rela��o � modalidade mais prestigiada do automobilismo, as provas da F�rmula-E t�m atra�do bom p�blico, equipes, patrocinadores e audi�ncia.

A prioridade s�o os circuitos de rua, mas algumas etapas, como a que aconteceu na Cidade do M�xico no �ltimo s�bado, podem ser em aut�dromos. Para os organizadores, � a forma de tornar a modalidade mais popular. Outra estrat�gia para esse neg�cio � criar espa�os p�blicos para os visitantes que n�o t�m como pagar pelo ingresso. Nesses lugares, empresas montam seus estandes e oferecem experi�ncias ligadas a tecnologia, mobilidades e sustentabilidade, como se fosse uma esp�cie de grande parque de exposi��o.

BRASIL NOS PLANOS O vencedor no M�xico foi Di Grassi, da equipe Audi Sport Abt Schaeffler, que fez a ultrapassagem decisiva nos �ltimos segundos da corrida, depois de quase bater no muro de prote��o. Perguntado pelo Estado de Minas sobre a possibilidade de o Brasil ser inclu�do no calend�rio da F�rmula-E, ele disse de forma entusiasmada que torce para que o pa�s fa�a parte da competi��o. “S�o Paulo, Rio, Bras�lia, Florian�polis, n�o importa. Temos quatro pilotos e todos sabem que o brasileiro tem muita paix�o pelo automobilismo.”

MINAS NA PISTA
N�o foi s� no topo do p�dio que o Brasil se destacou. A CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Minera��o), com sede em Arax� (MG), foi a patrocinadora da etapa. A companhia � uma das duas no pa�s que exploram o ni�bio. O controle est� nas m�os do Grupo Moreira Salles, que tem como s�cios um cons�rcio japon�s-sul-coreano e um grupo de empresas chinesas.

Gerente geral da divis�o de mobilidade da companhia, Rodrigo Amado conta que neste ano a CBMM decidiu ser patrocinadora de duas etapas e copatrocinadora de uma terceira, em Cingapura, onde participar� de rodadas de discuss�o sobre formas de melhorar a mobilidade das cidades.

Segundo o executivo, a decis�o de incluir o Brasil entre as etapas da competi��o depende de negocia��es entre a FIA e o poder p�blico – no caso, os prefeitos. Algumas cidades brasileiras j� teriam sido sondadas, mas Amado desconversa sobre poss�veis destinos. Apesar de ainda n�o haver uma defini��o sobre o pa�s fazer parte da F�rmula-E em 2020, a CBMM j� tem uma carta de inten��o assinada para ser patrocinadora.

Estar em uma competi��o como essa, explica o gerente da CBMM, � uma forma de divulgar os usos do ni�bio e desenvolver parcerias com outras empresas. Hoje, 95% da sua produ��o � exportada. No Brasil, seus clientes est�o na �rea de siderurgia.

Nesta temporada, a su��a ABB, especializada em tecnologias de automa��o e de energia, � a principal patrocinadora, d� nome ao evento e tem seus carregadores el�tricos usados por todas as equipes. Para Greg Scheu, presidente da ABB Am�ricas, apesar de os ve�culos el�tricos ainda serem pouco representativos em rela��o aos que utilizam energia f�ssil, o espa�o para crescer ser� muito grande, inclusive no Brasil.

Scheu acredita que a tend�ncia seja que expans�o gradativa em diferentes frentes: transporte p�blico, t�xis e ve�culos de uso pessoal. Para a ABB, pode vir da� uma boa fonte de receita. A companhia det�m a tecnologia de produ��o de equipamentos para recarga r�pida e j� est� presente em algumas eletrovias no Brasil. Entre elas, a BR-277, rodovia federal que corta o estado do Paran� e une Paranagu� a Foz do Igua�u. � poss�vel abastecer em oito minutos e rodar at� 200 quil�metros. O executivo torce pela inclus�o do pa�s na pr�xima temporada e espera que o Rio de Janeiro seja o destino. “Adoraria que fosse no Rio, perto da praia.”

Al�m dessas empresas, a F�rmula-E tem hoje entre seus apoiadores nomes que j� tem tradi��o no automobilismo, como Tag Heuer e Allianz, mas tamb�m atraiu outras companhias ligadas ao setor de energia, engenharia e minera��o, como a Enel, Bosch e a Antofagasta Minerals.

Para o piloto Di Grassi, a evolu��o desse tipo de tecnologia ser� cada vez mais veloz. “A tecnologia desenvolvida na F�rmula-E evolui muito rapidamente e poder� trazer muitos benef�cios tanto no que diz respeito a emiss�o de poluentes quanto na redu��o de ru�do. S�o v�rias vantagens quando se faz a conta. Estamos em um momento �nico de transforma��o e acredito que os carros el�tricos v�o ficar por muito tempo”, avalia.

*A jornalista viajou a convite da ABB Brasil


“A populariza��o vir� com o tempo”, diz piloto


A eletricidade tamb�m � a matriz energ�tica da Jaguar Ipace Ethrophy, um evento com carros de turismo que d� suporte � F�rmula-E e tamb�m conta com pilotos brasileiros, S�rgio Jimenez e Cac� Bueno. Na etapa da Cidade do M�xico, Jimenez terminou a competi��o em terceiro lugar. Entre seus patrocinadores est� a Zeg, companhia do segmento de energias renov�veis.
 
Jimenez conta que apresentou o projeto aos executivos da Zeg e o interesse foi imediato. “Tem todo sentido com tudo que eles est�o desenvolvendo na �rea de energias renov�veis. O carro el�trico � o que emite menos polui��o”.

Para o piloto, a proposta de unir uma marca a um projeto de energia limpa n�o � o �nico apelo para patrocinadores que se interessam por modalidades como a F�rmula-E e a Jaguar Ipace Ethrophy. As discuss�es sobre formas de buscar alternativas nesses eventos esportivos tamb�m s�o importantes. “O esporte chama a aten��o para o que pode ser feito para ajudar o mundo. A F�rmula E foi criada para isso e est� fazendo o trabalho dela. O motorsport, por sua vez, acelera a evolu��o dos carros. Essa � uma combina��o importante”, analisa.

Jimenez n�o acredita que as competi��es com motores el�tricos tenham pouco apelo em rela��o aos motores a combust�o. Para ele, a populariza��o vir� com o tempo. “As corridas s�o muito boas e o p�blico quer esse tipo de emo��o. Mas, por outro lado, n�o acho que as corridas a combust�o v�o acabar, mas se adaptar a um h�brido.


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