
A regulamenta��o do Selo Arte pelo Minist�rio da Agricultura, selo nacional para produtos aliment�cios artesanais, como l�cteos, mel e embutidos, serem vendidos em todo o pa�s, d� a chance ao com�rcio do queijo artesanal mineiro de sair da clandestinidade. Atualmente, dos 30 mil produtores em Minas, 280 contam com a autoriza��o do Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA) e 10 t�m a documenta��o que permite a venda fora do estado.
O setor comemora a libera��o das divisas como um salto para o reconhecimento de um dos principais patrim�nios da cultura e gastronomia mineira.
O setor comemora a libera��o das divisas como um salto para o reconhecimento de um dos principais patrim�nios da cultura e gastronomia mineira.
Somente nas sete regi�es produtoras do chamado queijo minas artesanal de leite cru s�o produzidas 219 mil toneladas da iguaria ao ano, por 9 mil produtores, de acordo com a Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
Isso representa quase 68% da produ��o industrial, que chega a 320 mil toneladas ao ano, segundo dados do Sindicato da Ind�stria de Latic�nios do Estado de Minas Gerais (Silemg). O n�mero desconsidera outros tipos de queijos artesanais, como caba�inha, do Norte de Minas, requeij�o moreno, Serra da Mantiqueira e Alagoa, o que mostra que a produ��o artesanal pode se equiparar � industrial.
Isso representa quase 68% da produ��o industrial, que chega a 320 mil toneladas ao ano, segundo dados do Sindicato da Ind�stria de Latic�nios do Estado de Minas Gerais (Silemg). O n�mero desconsidera outros tipos de queijos artesanais, como caba�inha, do Norte de Minas, requeij�o moreno, Serra da Mantiqueira e Alagoa, o que mostra que a produ��o artesanal pode se equiparar � industrial.
Apesar desse universo, a maior parte circula no pr�prio estado sem inspe��o, apontando para o desafio que vir� pela frente. A produ��o com selo do IMA corresponde a apenas 18,2 mil toneladas de queijo, parcos 8,3% da produ��o do queijo minas artesanal nas microrregi�es da Serra da Canastra, Serro, Arax�, Campo das Vertentes, Tri�ngulo Mineiro, Cerrado e Serra do Salitre.
O superintendente de abastecimento e cooperativismo da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Seapa), Gilson Sales, justifica que o n�mero � acanhado por causa da falta de interesse de muitos produtores de regularizar a sua situa��o e tamb�m porque a antiga legisla��o federal dificultava a adequa��o. “Os par�metros eram muito r�gidos porque precisavam estar em conson�ncia com as regras federais, que estavam muito mais alinhadas � ind�stria convencional”, explica Sales.
Com a regulamenta��o do Selo Arte, os estados e o Distrito Federal ficam respons�veis pela concess�o da autoriza��o para o com�rcio fora do pr�prio estado. “Esse decreto � uma vit�ria do estado e cria condi��es para que sejamos a Fran�a brasileira”, comenta Sales. Segundo ele, a lei de regulamenta��o do queijo artesanal mineiro, aprovada no ano passado, facilita esse processo de regulariza��o, mas ele reconhece a necessidade de estudar e normatizar outros tipos da iguaria.
“A nova lei reconhece os queijos, mas para que cada queijo tenha sua parte sanit�ria em dia, o governo precisa ter o regulamento t�cnico de cada um. O IMA precisa fazer portarias relativas ao processamento desses produtos”, explica a coordenadora estadual do queijo minas artesanal da Emater-MG, Maria Edinice Rodrigues.
O analista da unidade de agroneg�cio do Sebrae Minas Ricardo Boscaro trata o Selo Arte como um avan�o. “� um reconhecimento. A lei possibilita a venda, mas ela ainda depende de adequa��o da legisla��o estadual”, reitera.
O analista da unidade de agroneg�cio do Sebrae Minas Ricardo Boscaro trata o Selo Arte como um avan�o. “� um reconhecimento. A lei possibilita a venda, mas ela ainda depende de adequa��o da legisla��o estadual”, reitera.
Produtores miram supermercados
“O Selo Arte veio regular o nosso mercado e simplificar o processo. Vamos estar na g�ndola do supermercado ao lado do queijo industrial e com a garantia do produto”, comemora o presidente da Associa��o de Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), Jo�o Carlos Leite. O produtor questiona, no entanto, se o estado ter� capacidade para cadastrar todos os produtores. “Acho que n�o”, responde.
Pertencente � microrregi�o do Cerrado, Eudes Braga � hoje o maior produtor de queijo minas artesanal do estado. A fazenda fica em Carmo do Parana�ba, no Alto Parana�ba, e transforma, diariamente, 8 mil litros de leite em 950 quilos da iguaria. Antes mesmo de obter o Selo Arte, ele planeja os pr�ximos passos. “Meu alvo � comercializar parte da produ��o para atender �s redes de supermercado fora do estado”, afirma.
A situa��o atual do queijo, para Eudes Braga, limita sua venda �s cidades mineiras. “Temos somente o certificado do IMA. Agora, temos a possibilidade de atender a outros mercados, como S�o Paulo, Bras�lia, onde esse produto estava chegando de forma clandestina ou limitada. Acreditamos que ele poder� ter uma maior valoriza��o”, comenta.Segundo o superintendente de abastecimento e cooperativismo da Seapa, Gilson Sales, j� est�o ocorrendo mudan�as no IMA para atender ao decreto do Selo Arte. (FA)