Magazine Luiza chega � mil�sima loja no Brasil

S�o Paulo – Fabr�cio Garcia, vice-presidente de Opera��es e Comercial do Magazine Luiza e um dos acionistas da companhia, chegou � empresa h� 24 anos, quando a marca contava apenas com 58 lojas.

Nessa quinta-feira pela manh�, o executivo foi at� o Centro de Franco da Rocha, na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, para um compromisso importante: inaugurar a loja de n�mero 1.000 da companhia.

O vice-presidente conta que ficou emocionado. “No come�o, acho que ningu�m sonhava que chegar�amos � mil�sima loja.” Tamb�m participaram da inaugura��o Frederico Trajano, presidente da empresa, e Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administra��o e tia de Garcia. Os tr�s ajudaram a desfazer o la�o da fita vermelha que marcou o in�cio da mil�sima opera��o.

 

Apesar de chegar a uma marca importante, Garcia n�o teve muito tempo para comemorar. � tarde, j� seguiu para Mato Grosso, onde a empresa come�a a operar com lojas pr�prias a partir de hoje. Em setembro, ser� a vez da estreia no Par�. Com esse movimento, a bandeira do Magazine Luiza passa a estar presente em cerca de 700 cidades.

 

Apesar da baixa atividade econ�mica do pa�s, neste ano, dever�o ser abertas cerca de 150 lojas. O ritmo de expans�o tem feito com que Garcia viaje praticamente todos os dias. Al�m de Franco da Rocha, nesta semana, a empresa abrir� quatro unidades em Mato Grosso, mais duas em Goi�s, uma em Minas e outra no Rio Grande do Sul. No m�s que vem, ser�o 49 inaugura��es apenas no Par�.

“Estamos entrando em dois mercados com potencial grande e que estavam carentes de lojas como a nossa. Tamb�m nos anima o fato de estarmos gerando emprego”, relata Garcia.

CHEGADA AO DISTRITO FEDERAL

Apesar de ainda ter muitas lojas para abrir em 2019, Garcia j� tem planos definidos para expandir a marca no ano que vem. J� est� definido pela dire��o da companhia que o Distrito Federal ser� o pr�ximo destino do Magazine Luiza. “Ainda n�o sabemos se vamos para outras localidades, mas o Distrito Federal j� est� certo para 2020."

 

Come�ar uma opera��o em um estado, como est� ocorrendo agora em Mato Grosso e Par�, d� trabalho. � preciso instalar novas regionais, em centros de distribui��o e investir na divulga��o da marca. "Somos bons em promo��o, por isso, costumamos chegar chacoalhando o mercado. Como h� marcas j� estabelecidas nesses lugares, � preciso come�ar fazendo barulho.”

 

Os n�meros do segundo trimestre do ano mostram que a estrat�gia de multicanalidade tem impactado positivamente os n�meros. De abril a junho, as vendas totais – incluindo lojas f�sicas, e-commerce tradicional e marketplace – cresceram 24,4%, chegando a R$ 5,7 bilh�es. Quem mais puxou a expans�o foi o com�rcio eletr�nico, com alta de 56,2% (ante a um crescimento de 66,1% no segundo trimestre de 2018).

 

As lojas f�sicas, que adotam modelo j� estabelecido no varejo, apresentaram aumento nas vendas de 8,7% – 0,3% na compara��o entre lojas que j� estavam em opera��o. No segundo trimestre do ano passado, o crescimento foi bem mais expressivo, de 27,1%. Apesar de os n�meros terem ficado abaixo do desempenho de 2018, ainda foram melhores do que os apontados pelo IBGE, na Pesquisa Mensal do Com�rcio (PMC), com alta de 3,1% no segundo trimestre.

 

As vendas do e-commerce cresceram 56,2% no segundo trimestre e representaram 41,5% do total acumulado pelo Magazine Luiza no per�odo. Segundo levantamento do E-bit, o com�rcio eletr�nico como um todo apresentou crescimento de 10,8%.

ESPA�O PARA CRESCER NO BRASIL

Esses resultados poderiam desencorajar a abertura de lojas e levar o Magazine Luiza a apostar cada vez mais na migra��o dos neg�cios para o com�rcio eletr�nico. Mas a rotina de Garcia mostra que isso est� bem longe de ocorrer. "O e-commerce tem crescido mais para o Magazine Luiza do que as vendas das lojas f�sicas. A taxa de expans�o tem ficado acima de 50% h� v�rios trimestres. Mas tamb�m temos crescido bem nas vendas em lojas f�sicas”, diz o vice-presidente.

 

O vice-presidente lembra que o Brasil tem quase 6 mil munic�pios e que a marca est� presente em pouco mais de 10%. “Com certeza, vale a pena continuar a abrir lojas. Mas � claro que essa estrat�gia de expans�o exige uma disciplina financeira muito grande. O custo, por exemplo, n�o pode ser t�o elevado. Mas levamos em considera��o outros aspectos, como o poder aquisitivo da regi�o e como as vendas do e-commerce para aquela localidade se comportam”, explica o executivo. O objetivo final, diz, tem de ser a alavancagem da plataforma de vendas como um todo, n�o apenas as lojas f�sicas.

 

Ao abrir uma loja em uma regi�o ainda n�o atendida, a companhia inclui na planilha a capilaridade da marca e a densidade de entregas. “Precisamos aproveitar a malha log�stica para entregar tamb�m os produtos comprados no on-line”, diz. Isso porque, como lembra o executivo, a infraestrutura do pa�s "n�o ajuda". “Quando h� densidade de entrega, passamos a um servi�o de qualidade e n�o muito caro.” No caso de Mato Grosso, por exemplo, j� foi aberto um centro de distribui��o em Cuiab�, para atender ao modelo de multicanalidade. O mesmo movimento foi feito em Bel�m.

ALUGUEL MAIS BARATO

Se a crise afeta o �nimo de muitos brasileiros na hora de fazer compras, por outro lado, seu reflexo nos pre�os dos alugu�is serve como est�mulo adicional na pol�tica de expans�o da marca, diz Garcia. "Com certeza, o momento atual � mais favor�vel para abertura de loja f�sica do que h� cinco anos. Hoje, conseguimos ir para boas cidades, com boas lojas e a um custo fact�vel. Antes, era caro demais e isso acabava inviabilizando alguns projeto.” Quando vai bater o martelo sobre um im�vel, a conta � feita da seguinte forma: um aluguel aceit�vel, que leve bons resultados para os acionistas, deve representar de 1,5% a 2% do faturamento da loja.

 

Na avalia��o de Garcia, al�m da complementariedade com o e-commerce, as lojas f�sicas ainda s�o um ponto de contato valorizado pelos clientes, que t�m acesso a mais informa��es sobre o que desejam comprar e, com isso, esperam mais dos vendedores.

 

Al�m de investir em treinamento dos profissionais de atendimento, foi preciso mudar o processo de vendas. Assim como fizeram outras redes de varejo, o Magazine Luiza passou por um movimento de digitaliza��o das lojas. Um processo de compra, que antes levava em torno de 40 minutos, hoje � feito em apenas 3 minutos, com o uso de smartphones pelos vendedores na hora de fechar o pedido e receber o pagamento.

Dados do segundo trimestre de 2019 mostram que, no e-commerce tradicional, as vendas do Magazine Luiza avan�aram 30,9%. A opera��o de marketplace trouxe vendas adicionais de R$ 582,8 milh�es, ou 24% do com�rcio eletr�nico total.

 

Boa parte desse resultado veio de transa��es feitas pelo aplicativo do Magazine Luiza (incluindo o Superapp do Magalu, os apps da opera��o da Netshoes e da Zattini, comprada em junho, e �poca Cosm�ticos, que chegou a 12 milh�es de usu�rios ativos mensais.

 

A empresa teve lucro l�quido de R$ 386,6 milh�es, aumento de 174,7% em rela��o ao mesmo per�odo de 2018. O valor inclui a compra da varejista on-line de cal�ados Netshoes, que custou aos cofres da empresa US$ 114,9 milh�es.

 

Tamb�m pesou nesse resultado o aumento do n�mero de vendedores no marketplace e dos produtos dispon�veis, al�m da redu��o do tempo de entrega.

 

Outra frente de neg�cios que contribuiu com os n�meros da varejista foi a opera��o financeira. A Luizacred teve aumento de receita de 51,4%, a maior taxa de crescimento dos �ltimos cinco anos. A base de cart�es com a bandeira Luiza cresceu 24,2%, comparado ao segundo trimestre de 2018, com um total de 4,6 milh�es de cart�es. No per�odo, o faturamento total do cart�o Luiza foi de R$ 6,3 bilh�es, alta de 32,7%. A carteira de cr�dito total cresceu expressivos 44,1% nos �ltimos 12 meses, alcan�ando R$ 9,5 bilh�es.

Apesar de as fachadas das lojas da rede varejista ainda trazerem estampado o nome Magazine Luiza, os clientes que v�o at� uma das unidades f�sicas tamb�m se deparam com a denomina��o Magalu no ambiente interno. O mesmo ocorre no e-commerce da empresa e nas campanhas publicit�rias, que apresentam as duas nomenclaturas.

Por enquanto, n�o h� nenhuma defini��o, segundo o vice-presidente, quanto � troca do nome Magazine Luiza para Magalu. No entanto, Garcia n�o descarta que essa decis�o venha a ser tomada em algum momento. “Se a marca se fortalecer no futuro, pode ser que isso ocorra. Mas, por enquanto, n�o decidimos mudar a fachada das lojas e seguimos com Magazine Luiza em primeiro plano."