
As empresas mineiras que est�o buscando cr�ditos ou tentando acessar os recursos emergenciais disponibilizados pelo governo federal durante a pandemia do novo coronav�rus est�o encontrando dificuldades e muitas delas ouvindo um sonoro n�o das institui��es financeiras. Apenas 6,4% das micro e pequenas empresas do estado tiveram acesso a algum tipo de cr�dito para enfrentar a crise da COVID-19. � o que mostra pesquisa realizada pela Federa��o das Associa��es Comerciais e Empresariais de Minas Gerais (Federaminas) para avaliar o acesso das empresas aos benef�cios governamentais para sobreviv�ncia e manuten��o das atividades.
Entre as pesquisadas, 39% disseram n�o ter buscado recursos nas fontes dos governos federal e estadual, enquanto outras 61% recorreram �s medidas anunciadas para dar suporte financeiro �s empresas durante a crise, distribu�das entre as 6,4% que buscaram e tiveram �xito e ainda 31,5% que tentaram e desistiram e outras 23,2% que optaram por usar os cr�ditos, mas n�o conseguiram. A pesquisa foi feita entre os dias 25 e 28 de abril e ouviu 911 empresas no estado.
De acordo com o levantamento, o percentual de empresas sem acesso aos cr�ditos emergenciais pode ser maior, uma vez que dos 39% que n�o requisitaram financiamento, menos da metade (44%) declarou estar capitalizada e n�o necessitar de apoio. “Se somarmos o medo de n�o ser bem-sucedido (11,3%), o desconhecimento/desinforma��o (13%) e o preconceito de pensar que ser� um processo muito burocr�tico (15,8%), teremos, ent�o, um total de 40,1%. Isso significa dizer que quase metade das que n�o tentaram o fizeram por causa de situa��es ligadas � transpar�ncia, comunica��o e informa��o” e n�o por n�o precisar, segundo conclus�o do relat�rio do levantamento da Federaminas.
“As empresas vinham de uma crise econ�mica e de uma hora para outra tiveram que fechar. Agora n�o t�m fluxo de caixa e precisam de ajuda para atravessar esse per�odo, mas n�o t�m acesso ao cr�dito porque os juros s�o altos e os bancos t�m travas burocr�ticas”, afirmou ontem o presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues. Ele alerta que o quadro de prolongamento das medidas de isolamento associado � “falta de cr�dito” acess�vel pode levar ao fechamento de 84,1% dos neg�cios, com corte de 3,6 milh�es de postos de trabalho no estado, conforme previs�o feita em pesquisa da entidade no in�cio de abril.
Valmir informa que os empres�rios reivindicam dos governos estadual e federal uma flexibiliza��o das exig�ncias credit�cias, assim como a redu��o das taxas de juros, para que os pequenos neg�cios possam ter acesso aos recursos emergenciais. “O Congresso Nacional aprovou linha de cr�dito com recurso do BNDES com juro de 3,75% ao ano. E isso tem que chegar aos neg�cios”, afirma o presidente da Federaminas, numa refer�ncia ao projeto de lei que concede linha de cr�dito especial �s micro e pequenas empresas aprovado no Congresso na semana passada e que aguarda san��o presidencial. O projeto destina R$ 15,9 bilh�es para financiar micro e pequenas empresas at� o limite de 30% do faturamento do ano anterior, encargos de Selic mais 1,25%, o que corresponde a menos de 5% ao ano, e car�ncia de oito meses.
Dificuldades Hoje, segundo Valmir, os bancos cobram taxas que passam de 3% ao m�s nas linhas pr�prias e variam de 1,19% a 1,8% em linhas especiais e institui��es cooperativadas. “O problema � que o cr�dito no banco privado depende de cadastro e a empresa j� n�o estava numa situa��o boa por causa da crise econ�mica e n�o tem como estar com tudo em dia. Ela n�o vai pagar menos de 2,5%. O que n�s estamos pedindo � que � preciso fazer chegar esses recursos ao pequeno empres�rio”, afirma. A pesquisa mostra as dificuldades. No universo das que buscaram algum tipo de cr�dito, 51,6% desistiram, 37,9% n�o conseguiram e 10,4% conseguiram algum financiamento. Isso mostra que, entre as empresas que buscaram algum tipo de ajuda, nove em 10 tiveram sua inten��o frustrada.
O levantamento mostrou ainda que 47% das empresas n�o obtiveram �xito por excesso de burocracia e desinforma��o dos bancos e 31,4% n�o conseguiram tomar o cr�dito por considerar os juros altos demais. Segundo o presidente da Federaminas o grande problema hoje � a burocracia. “O dinheiro sai do BNDES e vai para o banco privado, que � o garantidor. Com isso, ele cria as restri��es. Esse � o grande problema e o que talvez possa ser feito e j� est� sendo negociado � que o Banco Central passe a ser o garantidor” nessas linhas de cr�dito emergenciais. “Os incentivos governamentais n�o est�o chegando a quem mais precisa”, acrescentou
Fonte: Federaminas
O muro do dinheiro
Recursos emergenciais do governo
N�o buscaram 39%
Tentaram e desistiram 31,5%
Tentaram e n�o conseguiram 23,2%
Conseguiram cr�dito 6,4%
Motivos dos que desistiram
Juros altos 31,4%
Burocracia excessiva 27,5%
Optaram por outra linha 21,6%
Desinforma��o dos bancos 19,5%
Motivos dos que n�o conseguiram
Restri��o de cadastro 54,5%
Sem mais informa��es 19,9%
Falta de garantias 17,1%
Aguardam retorno 8,5%
Fonte: Federaminas
