
Com isso, a popula��o de mais baixa renda, que destina quase 80% dos recursos dispon�veis para a compra de alimentos, ser� a mais prejudicada. Muitas fam�lias, inclusive, j� est�o retirando do carrinho de supermercado uma s�rie de itens b�sicos — a quantidade de arroz, feij�o e carne diminuiu bastante.
Como n�o veem mudan�a nesse quadro t�o cedo, os analistas afirmam que o IPCA de 2021 voltar� a se situar entre 3% e 4%, elevando o desafio do Banco Central de manter a taxa b�sica de juros (Selic) em 2% ao ano, o menor n�vel da hist�ria. Os mais pessimistas, acreditam que a Selic poder� subir j� neste ano.
Tropa de choque de Bolsonaro
A disparada dos pre�os dos alimentos n�o atormenta apenas os consumidores. O Pal�cio do Planalto j� identificou que a comida mais cara est� come�ando a impactar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que vem subindo gradualmente, principalmente, entre os eleitores de renda mais baixa.
N�o � toa, o Planalto montou uma tropa de choque para monitorar a alta dos pre�os dos alimentos e para acompanhar todas as medidas que v�m sendo tomadas pelos minist�rios da Economia e da Agricultura a fim de conter abusos e de evitar desabastecimento.
Segundo integrantes da equipe econ�mica, o momento exige um acompanhamento cuidadoso, mas n�o h� nada de muito preocupante no horizonte. Um dos t�cnicos garante que o pa�s est� diante de um movimento passageiro, de reacomoda��o do mercado, j� que o consumo cresceu al�m do esperado.
“Com o aux�lio emergencial de R$ 600, que injetou bilh�es na economia, era natural supor que a demanda maior por alimentos pressionaria os pre�os. Mas vemos uma press�o moment�nea, um choque passageiro”, afirma o t�cnico da equipe econ�mica.