
“Quais s�o os setores que foram mais afetados pela pandemia? Esses setores v�o ser, for�osamente, aqueles que v�o dar mais descontos. Moda, por exemplo, ningu�m comprou roupa. No m�ximo pijama, chinelo, uma roupinha pra ficar mais em casa porque as pessoas deixaram de sair. Como esse foi o setor que mais sofreu durante a pandemia, ele inevitavelmente vai dar mais descontos”, explica o professor Leandro Silva, coordenador dos cursos de gest�o e ensino a dist�ncia do Centro Universit�rio Newton Paiva.
De acordo com ele, a regra � de quanto maior o estoque, maior a oferta. As �reas que est�o com menos estoque e precisam de mais prazo para fazer a entrega do produto, tendem a n�o dar descontos. “Se tem mais estoque parado, � uma tend�ncia do empresariado dar descontos maiores. Para poder, inclusive, dar descontos maiores e se capitalizar e preparar para o Natal”.
Assim, roupas, cal�ados, acess�rios, perfumaria e cosm�ticos s�o produtos que podem valer a pena serem adquiridos na sexta-feira de descontos.
Al�m disso, segundo ele, a Black Friday pode ser uma oportunidade �nica para as pessoas j� fazerem suas compras de Natal. “Quando as pessoas forem analisar o que � bom para comprar, talvez seria interessante olhar o que elas estavam planejando em comprar no Natal e aproveitar esses mega descontos, que parece que v�o acontecer”.
Alta demanda e risco
O especialista acredita que produtos com alta demanda n�o v�o ter pre�os t�o interessantes. “Por que o mercado vai dar desconto em televisores, aparelhos de inform�tica ou coisas que estejam atreladas ao dia-a-dia do home office, se vai continuar tendo essa procura? Portanto, acredito que s� vale a pena comprar produtos com grandes descontos e esses com alta demanda, � natural n�o terem desconto”, ressalta.
Outro segmento que poder� fazer promo��es atrativas � o de viagens. Silva, entretanto, alerta para o risco de adquirir pacotes ou passagens a�reas na Black Friday. “O setor de viagens e turismo est� com pacotes maravilhosos e muitos descontos. Mas, o problema � que qualquer compra que a pessoa fizer, vai ter que trabalhar com o risco de na data n�o poder viajar em fun��o da pandemia”.
Ele afirma, tamb�m, que as pessoas devem ficar atentas �s condi��es para o uso e, caso elas n�o possam usar, a possibilidade de devolu��o do valor ou remarca��o da data, sem custo extra. “Isso � o que eu chamo de compra de risco. Tudo que eu comprar hoje para usar no futuro, sem garantia de data e de prazo real do t�rmino da pandemia, pode ser um barato que ficar� caro depois”.
� vista ou parcelado?
Outra dica � comprar, sempre que poss�vel, � vista. “Se a pessoa puder optar em n�o gerar d�vidas futuras, � melhor pagar � vista. Inclusive, se voc� vai comprar, mas aquilo n�o � t�o necess�rio, o correto seria nem comprar. Porque o ano que vem ser� de muita instabilidade econ�mica. Ent�o, trazer d�vida para o pr�ximo ano, � s� para pessoas que t�m uma garantia de estabilidade de pagamento”.
Para ele, os consumidores devem resistir � tenta��o da compra por impulso e adquirir apenas aqueles produtos que estiverem realmente precisando. O especialista alerta, ainda, para as condi��es de financiamento. “�s vezes, se voc� compra um produto, na Black Friday, financiado em mais parcelas, ele pode acabar saindo mais caro do que estava antes. A pessoa geralmente n�o enxerga o pre�o total que vai pagar, olha apenas a parcela. No final, voc� pode acabar pagando um produto e meio”.
Al�m disso, segundo ele, existem algumas cl�usulas que podem enganar o consumidor. Em determinados casos, o desconto s� vale para pagamento � vista. Se a pessoa quiser financiar, o pre�o deixa de ser aquele praticado na Black Friday. “Ele volta para o pre�o da tabela comum. Um carro, por exemplo, ele pode estar com um pre�o bom. Mas na hora que a pessoa vai ver, para financiar o pre�o � outro”.
O monitoramento dos pre�os tamb�m � importante. “N�o s� o pre�o que determinada loja praticava, mas o pre�o m�dio do mercado. Porque �s vezes o desconto nem � t�o grande. � preciso fazer um planejamento e uma pesquisa de pre�os, para ver se, de fato, o produto est� com desconto. As lojas usam muito uma estrat�gia chamada boi de piranha. Colocam uma coisa em promo��o para atrair o consumidor e quando vai ver o que ele realmente queria n�o est� em promo��o”.
*Estagi�ria sob supervis�o daeditora-assistente Vera Schmitz