Criado com a finalidade de aproveitar o maior per�odo de luz solar durante a �poca mais quente do ano, o hor�rio de ver�o foi institu�do no Brasil em 1931 pelo ent�o presidente Get�lio Vargas e adotado em car�ter permanente a partir de 2008. No entanto, mudan�as nos h�bitos do consumidor e avan�o da tecnologia reduziram a relev�ncia da economia de energia ao longo dos anos. Esse foi o argumento usado pelo governo para extinguir a medida, em abril de 2019.
“As conclus�es foram coincidentes: quest�o de economia, o hor�rio de pico era mais para as 15h, ent�o, n�o tinha mais a raz�o de ser [da perman�ncia do hor�rio], n�o economizava mais energia; e na �rea de sa�de, mesmo sendo uma hora apenas, mexia com o rel�gio biol�gico das pessoas”, disse Bolsonaro na �poca que assinou o decreto para extinguir o hor�rio de ver�o.
"Justo anseio da popula��o brasileira [o fim do hor�rio de ver�o]. Eu concordo que eu sempre reclamei do hor�rio de ver�o. E tive a oportunidade, agora, atendendo �s pesquisas que fizemos, tamb�m, que mais de 70% da popula��o era favor�vel ao fim do hor�rio de ver�o", acrescentou.
� �poca, estudo do Minist�rio de Minas e Energia (MME) apontou que n�o havia economia de energia t�o relevante. Isso porque, como o calor � mais intenso no fim da manh� e in�cio da tarde, os picos de consumo aumentam nesse hor�rio durante o ver�o, o que leva as pessoas a usarem mais o ar-condicionado.
Qual � a economia?
O Minist�rio de Minas e Energia analisou a performance do hor�rio de ver�o entre 2018 e 2019 – foram considerados os 30 dias anteriores e posteriores ao in�cio do hor�rio especial, que ocorreu em 4 de novembro de 2018.
Os resultados mostraram que o consumo energ�tico aumentou ligeiramente (0,7%) nesse per�odo. O minist�rio atribui o crescimento a mudan�as nos h�bitos de consumo energ�tico da popula��o.
A base da pesquisa foram dados hist�ricos de carga de energia el�trica do Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS), al�m de informa��es do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre a temperatura nas principais regi�es metropolitanas brasileiras.
De acordo com o Minist�rio de Minas e Energia, entre 2010 e 2014, por�m, os dias mais longos permitiram uma economia de R$ 835 milh�es nas contas de luz – uma m�dia de R$ 208 milh�es durante o hor�rio de ver�o de cada um desses anos.
A �ltima vez que a economia de energia bateu recorde gra�as � mudan�a anual no rel�gio foi em 2013, com R$ 405 milh�es poupados. Esse montante caiu para R$ 147,5 milh�es em 2016. De l� para c�, diminuiu ainda mais.
Crise h�drica pressiona
Dois anos depois, o volume de chuvas muito abaixo do esperado nos �ltimos meses, inclusive na compara��o com o ano passado, deixou os reservat�rios das hidrel�tricas da Regi�o Centro-Sul do pa�s em condi��es cr�ticas. Agora, Bolsonaro apela para que a popula��o economize energia.
Neste momento, qualquer economia � necess�ria. O ONS informou que ser� preciso garantir uma produ��o adicional de energia, a partir de outubro, para atender � demanda que n�o poder� ser suprida pelas usinas hidrel�tricas.
"O problema � s�rio. Eu vou tentar fazer um apelo a voc� que est� em casa agora. Eu tenho certeza que voc� pode apagar um ponto de luz agora. Eu pe�o esse favor pra voc�. Assim voc� estar� ajudando a economizar energia e a economizar �gua das hidrel�tricas", afirmou o presidente durante live em suas redes sociais.
J� o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, refor�ou a crise energ�tica que o Brasil vive em fun��o da escassez de �gua nos reservat�rios e pediu aos brasileiros que reduzam o uso de tr�s itens: ar-condicionado, ferro el�trico e chuveiro.
Bento pediu uma "redu��o volunt�ria" em um esfor�o conjunto entre resid�ncias e setores do com�rcio e de empresas. O ministro destacou que consumidores podem ter desconto na conta de energia el�trica. O governo afirmou que pretende conceder vantagens para quem reduzir o consumo entre 10% a 20%, com um b�nus de R$ 0,50 a cada quilowatt-hora economizado.
