
Em outro trecho, o ministro garante aos empres�rios que "n�o vai haver greve" e diz que sempre que ouve a palavra, pergunta: "Voc�s v�o ganhar o qu�? Acha que o pre�o do diesel vai baixar? Se entrar em greve, n�o tem o que pedir". Segundo ele, a cada duas semanas "meia d�zia de l�deres chamam greve", tentando se aproveitar "do que aconteceu em 2018", quando o movimento trancou estradas e afetou seriamente a economia do pa�s. Essa uni�o, acredita o ministro, est� longe da realidade. Porque, no passado, a paralisa��o foi financiada por empresas de transportes, com o apoio do agroneg�cio, "que fizeram lockout e est�o pagando caro at� hoje". "Qual a possibilidade de greve hoje? Zero. Se meia d�zia parar, qual o efeito?", ironiza.
Indigna��o
Aldacir Cadore, uma das lideran�as dos caminhoneiros em 2018, diz que o conte�do do v�deo mostra a "real inten��o do ministro". Ele, que fez calorosa campanha para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se diz indignado principalmente com o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas. "Decepcionado � pouco. Tinha esperan�a, n�o no ministro, mas nos projetos do governo". Ele entende que Freitas d� com uma m�o e tira com a outra e tem um discurso d�bio, do tipo que fala o que for preciso para agradar aos dois lados. O caminhoneiro cita uma s�rie de projetos que foram costurados mas que n�o sa�ram do papel. Ele pensa que Freitas "fez lobby a favor dos embarcadores".
Greve mais forte
Walace Landim, o Chor�o, que comanda a Associa��o Brasileira dos Condutores de Ve�culos Automotores (Abrava), confirma que a greve est� de p� e que poder�, ainda, contar com apoio de outras categorias que sofrem com a alta constante da infla��o, dos pre�os da gasolina e do diesel, como motoristas de aplicativos e at� de transportes escolares. Ele lembra que a categoria (ele representa os aut�nomos), est� h� 15 dias aguardando uma resposta do governo, que at� agora n�o veio. "A greve est� marcada. N�o vamos recuar. Agora, � uma situa��o de sobreviv�ncia".
Segundo Chor�o, o v�deo no qual o ministro se coloca em defesa dos empres�rios refor�ou o movimento. "Ele diz o que conv�m, no momento que precisa", critica. Ele citou uma pesquisa na qual consta que, at� o momento, 52% dos cerca de 750 mil caminhoneiros est�o dispostos a parar em 1º de novembro. "Os 48% restantes ficam esperando para ver o que vai acontecer. Temos que acabar com isso de sempre achar que quem n�o concorda com o governo � de esquerda, e quem n�o concorda com a esquerda � bolsonarista. O descontentamento � geral. Por isso, estou conversando com outras lideran�as de outras categorias de trabalhadores e n�o vamos desistir", informa Chor�o.
Por meio de nota, o Minist�rio da Infraestrutura informou que Tarc�sio reafirmou em palestra na Paving Export, na �ltima semana, "o seu posicionamento p�blico em refer�ncia �s a��es setoriais adotadas pela pasta; a total abertura para o di�logo com todas as entidades que demonstraram interesse em fazer parte da formula��o da pol�tica p�blica; o posicionamento de n�o negociar com qualquer indicativo de paralisa��o ou locaute; e sua opini�o, de amplo conhecimento de todo o setor, sobre temas de interesse, como a tabela de frete e a necessidade de estimular a economia para fortalecer o mercado do transporte rodovi�rio de cargas". De acordo com o �rg�o, "diminuir o custo Brasil significa baratear os custos com frete para toda a cadeia log�stica, incluindo os caminhoneiros".