
Os dados s�o do estudo Indicadores Imobili�rios Nacionais do 4º trimestre de 2021, feito pela C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (CBIC) e o Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Intelig�ncia Estrat�gica.
As informa��es foram divulgadas nesta segunda-feira (21/2) em coletiva on-line. Os dados coletados e analisados incluem 176 cidades, sendo 22 capitais.
Para o presidente da C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (CBIC), Jos� Carlos Martins, "o maior problema que a constru��o civil tem hoje � a aus�ncia de m�o de obra, pois o setor est� muito aquecido. Isso porque, em 2020 e no primeiro semestre de 2021, as vendas foram muito boas e batemos recordes atr�s de recordes. Os n�meros consolidados de 2021 s�o positivos, mas isso precisa ser lido com aten��o, porque no �ltimo trimestre a curva estabiliza e come�a a descrescer".
Segundo o estudo, os lan�amentos e as vendas do segundo semestre de 2021 foram afetados pela mudan�a do cen�rio econ�mico e, principalmente, pelos efeitos do aumento de custos dos insumos da constru��o. Al�m disso, houve uma redu��o efetiva no poder de compra das fam�lias.
"L� �tras, fal�vamos que o aumento de custo n�o era compat�vel com o aumento de renda das pessoas. O IPCA (�ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo) deve estar girando em torno de 10%, o �ndice da Constru��o Civil est� em torno de 20%, ou seja, o custo da constru��o subiu muito mais do que a capacidade de reposi��o dos sal�rios.".
De acordo com Celso Petrucci, presidente da Comiss�o da Ind�stria Imobili�ria da CBIC, os pre�os dos im�veis registraram aumento de 6,12% no �ltimo trimestre de 2021, em rela��o ao trimestre anterior. Petrucci destaca que as construtoras n�o estavam repassando o aumento nos custos ao pre�o, mas que agora o consumidor final est� absorvendo a subida nos pre�os dos materiais.
Inten��o de compra
Nos �ltimos 12 meses a inten��o de compra de im�veis pela popula��o se manteve est�vel, com 5% da popula��o afirmando que pretende comprar im�veis.
Segundo Marcos Kahtalian, s�cio da Brain Intelig�ncia Estrat�gica:
- 62% dos brasileiros n�o t�m inten��o de compra;
- 20% t�m inten��o, mas n�o come�aram a procurar ativamente;
- 12% possuem inten��o, mas procuraram apenas na internet; e
- 6% t�m inten��o e j� come�aram a visitar im�veis e stands de vendas.
"Vontade de compra tem, a grande preocupa��o � se o im�vel cabe no bolso".
Casa Verde e Amarela
No programa habitacional do governo Federal, o Casa Verde e Amarela (CVA), as vendas aumentaram 3,4% em 2021 em rela��o ao ano anterior. Para o presidente da CBIC, o mercado deve ser afetado positivamente pela nova curva de subs�dios que entrar� em vigor entre mar�o e abril deste ano. A expectativa da � que a melhora nas vendas pode fazer com que os n�meros dos indicadores fiquem pr�ximos aos do ano passado.
De acordo com o Minist�rio do Desenvolvimento Reional, com o aumento do pre�o dos insumos de constru��o, os valores dos im�veis se desenquadraram do programa Casa Verde e Amarela. Foram alteradas, ent�o, a curva de subs�dios, que varia com a renda, composi��o familiar ou localiza��o da fam�lia.
"O que fizemos foi aumentar o valor desse subs�dio para mais fam�lias, especialmente as que recebem at� R$ 2 mil. Isso diminui o risco dos agentes financeiros e melhora a condi��o de compra das fam�lias que s�o foco principal do programa", afimou, em entrevista ao portal do minist�rio, o secret�rio nacional de Habita��o, Alfredo dos Santos.
O levantamento ainda analisou a participa��o do programa habitacional Casa Verde e Amarela no total de unidades lan�adas e vendidas em todas as regi�es brasileiras. No �ltimo trimestre de 2021, em rela��o ao trimestre anterior, o n�mero de lan�amentos subiu 28,3%, as vendas ca�ram em 0,3% e a oferta final registrou 12,1% de alta.
No 4º trimestre, a participa��o do programa no total de unidades vendidas registrou leve queda em rela��o ao trimestre anterior, passando de 47% de todos os im�veis vendidos no Brasil para 45%. Em rela��o aos lan�amentos, do total do 4º trimestre, 41% foram do Casa Verde e Amarela.
A regi�o com o maior n�mero de unidades vendidas pelo CVA no �ltimo trimestre de 2021 foi a Sudeste com 18.167, seguida do Nordeste com 5.248. A Regi�o Sul teve 3.614 vendas pelo programa habitacional, o Centro-Oeste teve 1.660 e o Norte, 721.
N�meros
Em compara��o com 2020, os lan�amentos aumentaram 25,9%. A Regi�o Sudeste liderou com crescimento de 32% e 159.662 unidades lan�adas no per�odo. Centro-Oeste registrou aumento de 29,3%, com 20.186 unidades lan�adas, o Nordeste cresceu 22,1%, com 37.643 lan�amentos. Na Regi�o Sul foram 41.884 lan�amentos e aumento de 11,8% e a Norte teve 6.303 lan�amentos, com crescimento de 0,8%.
No comparativo entre o 3º trimestre de 2021 e o 4º, o valor geral lan�ado (VGL), que � a multiplica��o do n�mero de unidades lan�adas com o valor cobrado por cada uma, a varia��o foi de 42,5%, somando R$ 42 bilh�es. Em 2021, a varia��o foi de 48,9% em rela��o ao ano anterior, com VGL de R$ 116 bilh�es. Em 2020, o valor foi de R$ 78 bilh�es.
A oferta final aumentou 10,4% no 4º trimestre em rela��o ao anterior e chegou a 232.566 unidades ofertadas, n�o vendidas, em dezembro de 2021. Considerando a m�dia de vendas dos �ltimos 12 meses, se n�o houver novos lan�amentos, a oferta final poderia ser escoada em 10,7 meses, o que, na avalia��o de Petrucci, n�o � muito.
No total do 4º trimestre, as vendas registraram aumento de 3,6%. Contudo, somente a regi�o Sudeste registrou aumento nas vendas, com 15,5% e 39.556 unidades vendidas no trimestre. A regi�o Norte foi a que registrou maior queda nas vendas no per�odo, que chegou a 22,9%, com 1.428 unidades.