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Estado de Minas MAIS CARO

Bife de boi some do tradicional 'prato feito' em Belo Horizonte

Pre�os nas alturas afasta a carne de boi dos pratos nos restaurantes da capital. Pre�o do prato feito variou 336% "AGORA � PEIXE E FRANGO"


08/04/2022 12:54 - atualizado 08/04/2022 13:58

prato feito
O bife de boi j� foi o mais consumido no PF, mas anda sumido devido aos altos pre�os da carne (foto: Gladyston Rodrigues/EM - Belo Horizonte-MG - DA Press/Brasil)
A carne de boi em formato mais apreciado pelo consumidor, bife, anda sumida do mais tradicional card�pio brasileiro, o prato feito (PF). Pre�os nas alturas s�o apontados por comerciantes como respons�vel pela substitui��o por outros cortes. At� mesmo em restaurantes mais sofisticados, o pre�o da prote�na adquire valores � parte. Tem restaurante a quilo que cobra a mais pela carne bovina no prato montado pelo fregu�s.
A �ltima pesquisa do Mercado Mineiro e o aplicativo comOferta, apresentada na segunda-feira (4/4), apontou que o PF � vendido entre R$ 15,99 e R$ 48, uma vari�vel de 336%. A refei��o combinada registrou um aumento de 1,6% no pre�o em mar�o.

O marmitex grande apresentou varia��o de 324% entre fevereiro e mar�o deste ano e os valores de venda estavam entre R$ 10,99 at� R$ 46,70. Um encarecimento da marmita de 3% em 30 dias. No marmitex pequeno, a varia��o foi de 91%, com pre�os em torno de R$ 12,99 no produto mais barato e R$ 23,99 no mais caro.

Leia tamb�m: BH tem infla��o menor que a do Brasil em mar�o, mas �ndice gera alerta

Quando perguntados sobre a constitui��o do pre�o cobrado por um prato feito, donos de restaurantes apontam as carnes como principal item no custo ao consumidor. No caso do boi, o valor do quilo � multiplicado por dois.

Diante de pre�os proibitivos, h� casos de comerciantes que determinam a quantidade de carne que cada cliente pode colocar no prato. "Se o produto n�o for de boa qualidade, o dono n�o consegue vender, e h� muitas reclama��es," observa o economista Feliciano Abreu, do site Mercado Mineiro, que realiza pesquisa semanal de pre�os em BH e Regi�o Metropolitana.

"� comum ouvir reclama��es de marmitex que vem com muito arroz. As pessoas ficam de olho no diferencial, e o dono numa encruzilhada, muita carne de primeira n�o consegue vender, se for muito ruim o produto final, n�o encontra comprador", explica Feliciano.

Abreu aponta certo malabarismo na economia para continuar funcionando, uma vez que o consumidor n�o vai achar produto de melhor qualidade com pre�os mais em conta. Al�m do pre�o da carne, lembra o economista, � preciso levar em conta os demais itens que est�o encarecendo cada vez mais, como �leo, arroz, verduras e legumes, o g�s, o transporte.

O setor, al�m de passar praticamente dois anos fechado, se depara com os valores mais altos em momento de reabertura e com a renda em queda do trabalhador. A renda m�dia do brasileiro ficou em R$ 2.489 no trimestre encerrado em janeiro de 2022, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (PNAD Cont�nua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A popula��o desocupada est� em 12 milh�es de pessoas.

O valor apurado pela pesquisa nos meses de novembro, dezembro e janeiro de 2022 representa queda de 1,1% em rela��o ao trimestre encerrado em outubro, e de 9,7% frente ao trimestre finalizado em janeiro de 2021. Nenhuma categoria apresentou alta no rendimento durante a realiza��o do levantamento.

Celso Consola��o, dono do Caf� do T�xi, na Cidade Industrial, em Contagem, cobra um acr�scimo de R$ 2  para quem exige o PF com bife de boi. Ele oferece alternativas com pre�o fixo de R$ 15  o prato, para outras carnes, como bovina cozida, frango frito, assado ou cozido.

O restaurante funciona diariamente de 6 �s 22h, "servimos almo�o e jantar entre 10h30 e 22h, antes da pandemia funcion�vamos 24h, mas movimento caiu muito, h� muita concorr�ncia, muitos ficaram desempregados e resolveram abrir restaurantes."

O comerciante diz que paga, em m�dia, R$ 5 mil por m�s pelas carnes adquiridas no a�ougue. "Compro a prazo para dar conta de compor meu card�pio." Na sexta-feira, principalmente por tratar-se de quaresma, tem a op��o de peixe. "Mas as pessoas n�o est�o muito ligadas a quest�es religiosas."


"Agora � carne cozida, peixe, frango"


bife de boi
Dondo do tradicional restaurante Mineirinho II, Daniel Carlos aboliu o bife de boi do PF servido na casa (foto: Gladyston Rodrigues/EM - Belo Horizonte-MG - DA Press/Brasil)

Daniel Carlos Amaral Almeida. Dono do Restaurantes Mineirinho II, um dos mais populares e tradicionais do centro da capital, aboliu o bife de boi de seu card�pio.

"Bife de boi tem que ser uma carne de qualidade e n�o consigo repassar o valor ao cliente. At� tentei, mas o pre�o muito alto e as reclama��es dos clientes me fizeram decidir tirar do card�pio. Agora � carne cozida, peixe, frango. Estou h� 16 anos no mercado, primeira vez que vejo crise nessas dimens�es. Veio a pandemia, e quando reabriu, vieram os pre�os alt�ssimos dos alimentos, nunca tinha visto isso, tenho 40 anos de idade e nunca tinha visto."

O restaurante serve em torno de 150 PFs por dia. "Muito aqu�m do que vend�amos antes da pandemia", atesta.
prato feito e bife de boi
Giovani serve bife de boi duas vezes por semana, mas trocou alcatra por ch� de dentro (foto: Gladyston Rodrigues/EM - Belo Horizonte-MG - DA Press/Brasil)
No Restaurante Cheiro e Sabor, no Barro Preto, o propriet�rio Giovani Alves Farias, 45 anos, que h� 16, serve somente PF, todos os dias de segunda a segunda, entre 10h30 e 18h, optou por n�o cortar o bife de boi, que oferece duas vezes por semana.

A alternativa, de acordo com o comerciante, foi trocar o corte, por ch� de dentro "contra fil� e alcatra, os pre�os pesam muito, mais de R$ 37 o quilo, muito caro. Vendo na faixa de 200 a 250 pratos di�rios."

Feliciano Abreu aponta alternativas que alguns est�o levando em considera��o para baratear o pre�o do PF, "o ovo por exemplo."


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