
O assunto que envolve os planos de sa�de nunca esteve com tanta evid�ncia como agora. Em maio deste ano, a Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS) aprovou o reajuste de 15,5% dos planos individuais e familiares para o per�odo de maio de 2022 at� abril de 2023, sendo o maior aumento desde o in�cio da s�rie hist�rica, em 2000.
Desde ent�o, os consumidores t�m quebrado a cabe�a para obter solu��es com maior custo-benef�cio e migrado constantemente de operadoras.
Segundo a ANS, o reajuste vai englobar cerca de 8 milh�es de contratos, o que representa 16,3% dos consumidores de planos de assist�ncia m�dica no Brasil. Em Minas, os planos de sa�de foram os campe�es na infla��o de junho, com alta de 15,40% e contribui��o de 0,52 ponto percentual (p.p.) na varia��o do IPCA.
"O plano de sa�de veio recompor aquilo que ocorreu nos �ltimos dois anos. Em 2020, ele aumentou cerca de 8,5%, mas em 2021 houve queda de 8,17%, pela n�o utiliza��o dos servi�os, em fun��o da pandemia. Agora, os custos com assist�ncia de sa�de aumentaram muito em rela��o a 2021, o que explica essa varia��o expressiva nos custos", ressalta o economista Eduardo Antunes, da Funda��o Ipead/UFMG.
Para aqueles que buscam op��es mais baratas, � bom ficar atento: as operadoras n�o querem perder os usu�rios dos planos e tamb�m buscam aumentar o n�mero de ades�es.
“As dificuldades que temos hoje para contratar um plano � o pre�o da mensalidade, que realmente teve um aumento. V�rios planos tiveram reajuste atrav�s da resolu��o da ANS, que autoriza o reajuste anual. Conforme esse per�odo da pandemia, tivemos um cancelamento desse reajuste no primeiro ano, mas no segundo ano ele veio com aumento maior que esperado, de at� 30%”, avalia Diogo Umann, m�dico gestor do Cart�o Sa�de e beleza Imedco.
“Vemos muitos pacientes saud�veis e sem comorbidades, que tem o seu plano participativo para seguran�a, nos casos de interna��o, acidente e outros. Normalmente, ele faz acompanhamento dentro do plano, n�o faz consultas e n�o tem necessidade. Essas pessoas costumam ser vantajosas para o plano. As pessoas que precisam do plano, como idosos, que precisam ficar internadas, vivem com maiores dificuldades”, acrescenta.
Segundo ele, o cart�o-sa�de se torna uma modalidade interessante para quem deseja economizar. A op��o conta com outros benef�cios, como o pronto-atendimento online e o reembolso por acidente com morte.
“O cart�o veio para melhorar a qualidade e a experi�ncia do paciente que precisa de acompanhamento, check-up anual. � uma parcela grande da popula��o que n�o tem acesso aos planos de sa�de e que precisam pagar por cooparticipa��o. H� um seguro-sa�de que d� direito � interna��o. � como se pens�ssemos num seguro para carro. A pessoa ter� reembolso pelos dias em que ficar internados. Esse valor ser� reembolsado. Se a pessoa precisou fazer cirurgia de emerg�ncia, ela ter� o reembolso da interna��o”, afirma.
Diogo diz que a modalidade tem tudo para facilitar o acesso do cidad�o aos sistemas de sa�de. “Os planos aumentaram sua mensalidade e tem a quest�o da coparticipa��o. Um ajuste de 30%, sendo que muitas pessoas nunca usaram nesse plano. O cart�o-sa�de tem um valor 300% menor se comparado ao plano de sa�de. � uma op��o para suprir aquela parte da popula��o que est� totalmente desassistida”.
Rol Taxativo
Em 16 de junho, o Superior Tribunal de Justi�a (STJ) determinou que os planos de sa�de devem oferecer aos usu�rios apenas os procedimentos listados pela Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS), o chamado rol taxativo.
Na pr�tica, a maioria dos servi�os continuar�o sendo cobertos pelos conv�nios. Contudo, h� limita��o de novidades e solu��es inovadoras, o que poder� prejudicar alguns tratamentos, especialmente de pessoas que t�m doen�as ou defici�ncias incomuns.
O rol da ANS com mais de 3,7 mil procedimentos vinha sendo considerado exemplificativo pela maior parte de decis�es judiciais sobre o tema. Isso significa que os pacientes que tivessem procedimentos que n�o constassem na lista poderiam recorrer � Justi�a para ampliar o atendimento.
“A quest�o do rol � que temos v�rios procedimento que v�rios planos j� fazem fora do rol, que s�o verticalizados e que tem a rede de atendimento pr�pria e fazem esse tipo de trabalho. Como aumentou o custo de materiais e procedimentos, veio a conta para o paciente. A operadora, para conseguir se manter est�vel financeiramente, repassa esses valores. Alguns procedimentos que est�o fora do rol ficaram mais caros e h� dificuldade para o paciente fazer o procedimento”, afirma Diogo Umann.
