
Favorecidas pela expectativa de alta nos pre�os do petr�leo e da energia em geral com a Guerra da Ucr�nia, empresas do ramo de produ��o, explora��o e distribui��o de petr�leo e g�s foram amplamente favorecidas e aparecem entre as que tiveram melhor desempenho.
No topo na lista est� a Dommo Energia, a antiga OGX de Eike Batista, empresa que passou por recupera��o judicial e hoje � controlada pela Prio, antes chamada PetroRio. Mudan�as recentes na gest�o da companhia e o pr�prio neg�cio com a Prio, neste ano, contribu�ram para que a companhia empolgasse investidores e registrasse em 2022 uma alta perto de 270%.
A segunda posi��o da lista est� com a Cielo, que entre as a��es que fazem parte do Ibovespa obteve o melhor resultado. A valoriza��o de 140% dos pap�is, por�m, se deve menos a uma conjuntura favor�vel e mais aos resultados da companhia, que conseguiu maior penetra��o no mercado e controlou custos.
Fernando Ferreira, estrategista chefe da XP Investimentos, destacou em seu balan�o de 2022, que al�m do setor de petr�leo e g�s, tamb�m mostraram for�a os setores financeiro e de utilidades p�blicas.
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� o setor de mercadorias b�sicas e mat�rias-primas um dos grandes respons�veis, segundo analistas, para que o pa�s tenha obtido resultados na Bolsa muito superiores aos principais mercados de a��es, como o americano, que fechou 2022 com o pior resultado desde a crise de 2008.
"Na outra ponta, os setores de educa��o, sa�de e varejo entregaram os piores retornos. Nomes como [as varejistas] Magazine Luiza, Americanas e [a empresa de viagens] CVC continuaram a sofrer com alta de juros e deteriora��o macroecon�mica, repetindo o movimento desde 2021", relatou Ferreira.
Entre as a��es que fazem parte do Ibovespa, a maior queda � a da IRB Brasil, com decl�nio de quase 80%, diante da desconfian�a sobre a capacidade da resseguradora de se sustentar diante de preju�zos seguidos.
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No ranking do TradeMap, a IRB ficou atr�s apenas das quedas de Espa�olaser (servi�os est�ticos) e da Aeris, que fabrica equipamentos para gera��o de energia e�lica. Nos casos dessas duas empresas, o mercado corrige pre�os considerados superestimados nas ainda recentes entradas dessas empresas na Bolsa.
A manuten��o da taxa de juros em patamar elevado pelo Banco Central para controle da infla��o -a Selic fechou 2022 em 13,75%, para um IPCA anual estimado em 5,6%- � apontada por analistas como a grande respons�vel por ter empurrado para o fundo boa parte das empresas com os piores resultados.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, considera que essa tamb�m ser� uma tend�ncia para 2022 e inclui no lado negativo das estimativas as empresas administradas pelo governo.
"Companhias que dependem de cr�dito, como tecnologia e varejo, e estatais devem seguir na berlinda. Mais do que isso, a volatilidade do mercado deve seguir alta, o que exigir� uma maior flexibilidade na aloca��o dos investidores", disse Borsoi.
O cen�rio intimidador foi respons�vel pela total aus�ncia de novas ofertas p�blicas iniciais na Bolsa, depois de quase 50 IPOs anotados em 2021 que movimentaram cerca de R$ 65 bilh�es.
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"O ano de 2022 foi um ano desafiador para a Bolsa de Valores no Brasil e para o mundo, e promete fortes emo��es para 2023", comentou Idean Alves, s�cio e chefe da mesa de opera��es da A��o Brasil.
Para o pr�ximo ano, segundo Alves, o mercado est� dividido. Por um lado, tem a "esperan�a de luz no fim do t�nel", o que significa basicamente uma desacelera��o dos pre�os ao consumidor no mundo e, consequentemente, redu��o das taxas de cr�dito, mas por outro, teme uma "recess�o vindo de encontro sobre a economia, dada a infla��o e a alta de juros que devem ser mantidas nos pr�ximos meses", disse.