Na foto o presidente do Banco Central Campos Neto, durante o programa Roda Viva

Presidente do Banco Central acredita que mudan�a na meta de infla��o n�o � boa

Nadja Kouchi/Divulga��o

O presidente do Banco Central, Rodrigo Campos Neto, acredita que uma mudan�a na meta de infla��o causaria “perda de flexibilidade” neste momento. Em entrevista ao programa Roda Viva, nesta segunda (13/2), ele garantiu que isso n�o est� sendo estudado. “N�o entendemos que a meta � um instrumento de pol�tica monet�ria. Existem sempre, obviamente, aprimoramentos a se fazer”, garantiu.

 

Sobre a impossibilidade de cumprimento da meta, ele comparou ao cen�rio do pa�s em dezembro do ano passado. “O nosso cen�rio b�sico era o cumprimento da meta, com uma curva de juros que j� incorporava corte a partir de junho”, comparou.

 

Atualmente, a meta para 2023 � 3,25% e de 3% para 2024, com 1,5% de toler�ncia para cima ou para baixo, como definido pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN), composto pelos ministros da Fazenda e do Or�amento e presidente do BC. Em 2022, a infla��o foi de 5,79%.

 

“Nossa opini�o, hoje, � que n�o exista ganho de credibilidade simplesmente se aumentar a meta. Porque, no final das contas, voc� vai ter uma expectativa de infla��o que, n�o s� acompanha a meta nova, como vai ganhar um pr�mio maior ainda ent�o ao inv�s de ganhar flexibilidade, voc� vai perder”, ponderou.

 

Para Campos Neto, existe um grande esfor�o do governo na quest�o fiscal e que reformas, como o novo arcabou�o fiscal e a tribut�ria, podem ser centrais para retomar as proje��es de dezembro passado.

 

“A agenda de reformas ajuda muito, acho que podemos tranquilamente voltar a ter o cen�rio de dezembro em breve, mas depende de v�rios fatores t�cnicos, analisados de momento a momento”, opinou o presidente do BC, que disse, inclusive, que Simone Tebet, do Or�amento, estaria “empolgada” em avan�ar na reforma tribut�ria.

 

Taxa de Juros

O chefe do BC justificou a manuten��o da taxa de juros em 13,75% ao ano em fatores “estruturais e cr�nicos”.

 

“Em rela��o ao fiscal, o que observamos nos �ltimos muitos anos � uma trajet�ria de gastos dif�cil de ser interrompida. Se voc� olhar a trajet�ria e imaginar uma linha de tend�ncia de alta, que � a m�dia, e imaginar todas as vezes que teve um corte que foi abaixo da m�dia, v�rias vezes esse corte n�o � sustent�vel”, explicou Campos Neto, citando como exemplo cortes no funcionalismo p�blico.

 

“Tivemos v�rios cortes que voltaram. Por exemplo, um ajuste muito baseado no corte de funcionalismo, depois ele volta. Tamb�m n�o acho razo�vel que o governo chegue e fa�a um mega ajuste de despesa que nunca foi feita”, observou.