Mercado financeiro aumenta insatisfa��o com governo Lula

A insatisfa��o com a economia brasileira entre os executivos do mercado financeiro aumentou, de acordo com nova pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta ter�a-feira (19/9). Entre os entrevistados, 72% acreditam que o pa�s est� indo na dire��o errada, contra 28% que acreditam que o Brasil est� no caminho certo. Para compara��o, em julho deste ano, no terceiro levantamento da s�rie de pesquisa, esta avalia��o era de 53%.

Ainda segundo o levantamento, o percentual de entrevistados que acreditam que a economia ir� melhorar nos pr�ximos 12 meses � de 36%. H� dois meses, o n�mero representava 53% dos entrevistados. J� o grupo de executivos que consideram que a pol�tica econ�mica do governo ir� piorar subiu de 21%, em compara��o a julho, para 34% em dois meses. Para 30% a economia ficar� do mesmo jeito, ante 26%, em compara��o a julho. 

A insatisfa��o com o cen�rio econ�mico do pa�s aumenta, ao mesmo tempo em que cresce o descontentamento com o governo Lula. De acordo com a pesquisa, subiu de 44% para 47% a avalia��o negativa do terceiro mandato do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Apesar do aumento, em compara��o a primeira s�rie, publicada em mar�o deste ano, a avalia��o negativa do governo neste segmento era de 90%.

O n�mero de entrevistados que avaliam o governo positivamente caiu de 20% (em compara��o a julho), para 12%. Em mar�o deste ano, a avalia��o positiva era zero entre os executivos. Outros 41% veem o governo como regular, ante 36% registrado em julho. 

Tamb�m caiu a avalia��o positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passando de 65% para 46%. Subiu de 24%, para 31% aqueles que consideram a atua��o do ministro regular; e passou de 11% para 23% aqueles que avaliam o trabalho de Haddad negativamente.

Conforme o levantamento, a maior insatisfa��o no mercado financeiro � com a incerteza sobre o ajuste fiscal. Para 57% dos entrevistados, a falta de uma pol�tica fiscal que funcione � o principal problema para a economia brasileira. J� para 22%, interesses pessoais; para 15% a baixa escolaridade e produtividade da popula��o; e para 6%, a alta na taxa de juros.

A expectativa de proje��o para o Produto Interno Bruto (PIB) entre os executivos � de 24% para um PIB acima do esperado pelo mercado, maior que 3%. Para 61%, a expectativa � de 3%. J� para 15% dos entrevistados, o PIB ficar� abaixo do esperado pelo mercado, menor que 3%.

Os executivos tamb�m est�o divididos sobre as propostas apresentadas para alcan�ar o d�ficit zero. 

De acordo com a pesquisa, para os executivos a taxa��o dos fundos exclusivos, taxa��o dos fundos de investimentos no exterior (offshores) e o fim da dedutibilidade dos juros sobre capital pr�prio podem at� ser aprovadas no Congresso Nacional, mas n�o medidas suficientes para cumprir as metas. Apenas 14% dos entrevistados acreditam que as medidas ir�o levar o governo a registrar d�ficit fiscal zero em 2024.

Para 53% dos executivos, caso o governo n�o consiga aprovar as medidas necess�rias, ele ir� buscar medidas de efeito imediato para aumentar a arrecada��o, enquanto 37% acreditam, neste cen�rio, que o governo ir� abandonar a meta do d�ficit zero. Outros 10% acreditam que o governo ir� aumentar as al�quotas de outros impostos.

Mesmo com a press�o do governo para reduzir a taxa de juros, para 58% dos entrevistados, o Executivo n�o est� preocupado com o controle da infla��o. O percentual em julho era de 66%. Para 42%, o governo se preocupa com o cen�rio.

10% do mercado financeiro ainda avalia que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central deve reduzir, j� na pr�xima reuni�o, a taxa b�sica de juros abaixo de 12,75%. Para a maioria(80%), a taxa selic ficar� estabelecida em 12,75%. Outros 10% acreditam que a taxa ficar� acima de 12,75%. Atualmente, a selic est� em 13,25% ao ano.

Apesar das oscila��es da avalia��o do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad, a avalia��o da atua��o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desde o come�o de 2023, teve uma varia��o m�nima. Em julho, 86% o avaliavam positivamente, agora, 85%.

No mesmo per�odo, recuou de 7% para 6% quem o avaliava negativamente. E subiu de 7% para 9% quem o avalia como 'regular'.

Para 41% dos entrevistados, at� o momento o Congresso Nacional tem desempenhado positivamente, enquanto para 14%, negativamente. 45% avaliam que as atividades do Congresso s�o 'regulares'.

O Programa de Acelera��o de Crescimento (PAC) do governo federal ï¿½ avaliado como uma medida negativa entre 71% dos executivos. Para a maioria (85%), o valor de investimentos anunciado, R$ 1,7 trilh�es, � inadequado, do ponto de vista dos gastos p�blicos. 

O programa prev� investimentos em transportes, energia, inclus�o digital, educa��o, infraestrutura urbana e infraestrutura social inclusiva, entre outras �reas.

Segundo levantamento, para 86% os investimentos n�o ser�o eficientes para fazer o pa�s crescer. 

A pesquisa foi realizada com 87 economistas e executivos do Rio de Janeiro e de S�o Paulo, entre os dias13 e 18 de setembro.