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Estado de Minas

Dos 25 rios monitorados em Minas, 16 est�o com vaz�o abaixo do normal

O avan�o da crise h�drica em Minas j� se reflete na redu��o cr�tica da vaz�o da maioria dos mananciais monitorados pelo Instituto Mineiro das �guas (Igam)


postado em 14/07/2015 11:00 / atualizado em 14/07/2015 08:02

Vorlei Souza e o amigo Hilário Dias lamentam a situação do Rio das Velhas, em Jaboticatubas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Vorlei Souza e o amigo Hil�rio Dias lamentam a situa��o do Rio das Velhas, em Jaboticatubas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Pau, pedra, e quase o fim do caminho. Quem olha o Rio das Velhas do alto da ponte rec�m-constru�da sobre o legend�rio afluente do Rio S�o Francisco, na divisa de Jaboticatubas e Lagoa Santa, na Grande BH, enxerga tamb�m garrafas pet, bancos de areia, seixos e n�vel da �gua muito baixo. A cena entristece o morador de um s�tio ribeirinho, Vorlei Sousa, que j� viu, em outros tempos, esse corpo h�drico dois metros acima da superf�cie. “Al�m de raso, o rio est� muito sujo”, diz ele, que n�o v� mais por ali sinal de peixes ou de animais como pacas e capivaras. O avan�o da crise h�drica em Minas j� se reflete na redu��o cr�tica da vaz�o da maioria dos mananciais monitorados pelo Instituto Mineiro das �guas (Igam), como o Rio das Velhas, que tem sua �rea a partir de Rio Acima at� Raposos  e a foz (Barra do Guaicu�) em situa��o de alerta, que antecede a restri��o de consumo que diminui as capta��es. Dos 25 mananciais acompanhados, 16 se encontram abaixo do normal, em n�veis de aten��o, alerta ou restri��o, o dobro do in�cio das medi��es, ocorrido em maio.


Um manancial entra em estado de aten��o quando sua vaz�o chega a 200% do n�vel mais baixo de um hist�rico de 10 anos, numa sequ�ncia de sete dias, chamado �ndice Q7,10. Nesse est�gio, os usu�rios devem ficar atentos a um agravamento da situa��o. O patamar seguinte � o de alerta, que dispara quando o curso h�drico chega ao �ndice, marcando a imin�ncia de uma interfer�ncia nas outorgas, que s� ocorre quando se est� a 30% abaixo da Q7,10, momento em que se inicia a restri��o de capta��es como a que j� ocorre no Sistema Paraopeba, que abastece a Grande BH. No caso do Rio das Velhas, as medi��es em Pedro Leopoldo (m�dio) e Santo Hip�lito (foz), registraram �ndices abaixo da menor vaz�o hist�rica Q7,10, na raz�o de 7% e 6%, respectivamente. Em Rio Acima, na cabeceira do manancial, o estado � de aten��o com as �guas ainda 43,4% acima do n�vel mais cr�tico.


“O pior mesmo � a destrui��o das matas ciliares, das �rvores que protegem o rio. Basta olhar e ver as manilhas aparecendo, troncos de eucalipto, enfim, o rio vai perdendo cada vez mais a sua for�a”, diz Vorlei que nasceu no Vale do Jequitinhonha e teme pelo futuro das bacias hidrogr�ficas de Minas. “Os condom�nios tomam conta da paisagem. Aqui ainda temos um pouco de �rvore, mas no trecho de 200 metros em dire��o ao S�o Francisco, n�o se v� quase vegeta��o de grande porte.”

DEGRADA��O A baixa vaz�o do Rio Doce, provocada por assoreamento e seca, e que culminou com o fechamento de sua foz principal para o Oceano Atl�ntico, em Reg�ncia Augusta, distrito de Linhares (ES), se alastrou por toda a bacia. � o que mostra o �ltimo levantamento do Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), publicado na semana passada, e onde todos os afluentes monitorados figuram com volume abaixo do considerado normal. Formador da nascente do Doce ao se encontrar com o Rio do Carmo, em Ponte Nova, na Zona da Mata, o Rio Piranga foi o primeiro em Minas Gerais a entrar em estado de alerta.


Pelo �ltimo registro, os rios Piracicaba, Sua�u� Grande e Santo Ant�nio, que s�o os principais afluentes da bacia, est�o todos em estado de aten��o, que � o est�gio que antecede a situa��o de alerta. Quando o �ndice � 70% abaixo da Q,710, o manancial entra em restri��o de consumo, o que obriga todas as capta��es a serem reduzidas.


O bloqueio da foz tradicional e a situa��o cr�tica de escassez em seus afluentes impressionaram os gestores e ambientalistas ligados ao Comit� da Bacia do Rio Doce (CBH-Doce). A presidente da C�mara T�cnica de Gest�o de Eventos Cr�ticos do CBH-Doce, Luciane Teixeira, diz que ficou extremamente surpresa com o fechamento da foz no Esp�rito Santo. “A not�cia nos surpreendeu, pois � a primeira vez que esta situa��o ocorre na foz principal do Rio Doce. Entretanto, o processo n�o ocorreu repentinamente. A ocupa��o da bacia com substitui��o das matas por pastagens degradadas, o carreamento dos sedimentos para os rios, que provocam o assoreamento, e a areia trazida pelas mar�s podem ser citados como fatores que contribu�ram para que este fato ocorresse”, afirma. Ainda esse m�s a c�mara t�cnica vai se reunir, segundo a dirigente do �rg�o, para tratar do novo cen�rio.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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