
A nota divulgada pela cervejaria come�a expressando solidariedade “para todos aqueles que est�o sofrendo diretamente as consequ�ncias do sinistro” e que est�o dispostos a buscar meios para minimizar ou superar a dor que todos est�o sentindo. Ao anunciar a contrata��o da empresa especializada em resolu��o de conflitos, a Backer disse que o debate n�o ter� espa�o para discuss�o sobre culpas e responsabilidades, mas sim, para conversas que resultem em uma solu��o.
“Tenham a certeza de que o di�logo para o qual ser�o convidados ser� pautado pela boa f�, tanto nas inten��es como no compromisso de fazermos o poss�vel para encerrarmos este triste cap�tulo”, disse a cervejaria, em nota.
Em nota, a assessoria das fam�lias das pessoas afetadas pela contamina��o das cervejas da Backer disse que os sobreviventes sofrem com sequelas causadas pela intoxica��o, como perda total ou parcial da vis�o, dores, perda de movimentos, entre outros, destacando que estes precisam de exames cont�nuos. Atingidos e seus entes queridos tamb�m questionaram a demora para o in�cio do processo de repara��o, mas viram o come�o do andamento como uma forma de 'alento e esperan�a'.
"O an�ncio da contrata��o de uma C�mara de Media��o, mesmo sendo algo tardio e ainda muito incipiente, n�o deixa de ser um alento e uma esperan�a de que os danos ser�o integralmente reparados", disse a nota.
"O an�ncio da contrata��o de uma C�mara de Media��o, mesmo sendo algo tardio e ainda muito incipiente, n�o deixa de ser um alento e uma esperan�a de que os danos ser�o integralmente reparados", disse a nota.
Desde janeiro deste ano, 10 pessoas morreram depois de beber lotes da cerveja Belorizontina contaminados por monoetilenoglicol ou dietilenoglicol. Ao todo, a Pol�cia Civil identificou 29 pessoas intoxicadas pela bebida.
Fichas apreendidas
Na semana passada, a Pol�cia Civil e o Minist�rio P�blico de Minas Gerais estiveram na sede da Backer, no Olhos D’�gua, na Regi�o do Barreiro, para cumprir mandados de busca e apreens�o. Mais de mil fichas de produ��o de cervejas foram confiscadas pelo poder p�blico.
Para o Minist�rio P�blico, h� ind�cios de que a Backer j� teria conhecimento do vazamento do material t�xico nas cervejas. De acordo com a promotora de Justi�a de Defesa do Consumidor da �rea criminal, Vanessa Fusco, a an�lise das fichas poder� mudar os rumos do inqu�rito policial contra os s�cios da empresa e os t�cnicos respons�veis pela manuten��o dos equipamentos, podendo gerar at� um novo indiciamento.
"H� ind�cios por essa apreens�o de agora que isso j� era do conhecimento da empresa. Que havia vazamento desse glicol que eles colocam l�, n�o dizendo o tipo de glicol seria. Essa � a grande quest�o: at� que ponto esse conhecimento vai levar a responsabiliza��o penal”, disse.
J� o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento divulgou, tamb�m na semana passada, o relat�rio definitivo sobre os casos de intoxica��o provocada pela ingest�o de bebidas produzidas pela Backer. Segundo o documento do �rg�o ligado do Governo Federal, a empresa apresentava falha na produ��o dos produtos desde janeiro de 2019.
Inqu�rito
Na conclus�o do primeiro inqu�rito policial, em junho, a Pol�cia Civil confirmou 29 v�timas e mais 30 ocorr�ncias ainda em an�lise. O caso segue com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais.
Na ocasi�o, �ngela Minghini Cotta, filha de Marco Aur�lio Gon�alves Cotta, de 65 anos, �ltima v�tima constatada, disse ao Estado de Minas que esperava que o pai tivesse qualidade de vida em seus �ltimos dias.
"A investiga��o confirmou que existia um erro, independentemente se foi causado intencionalmente ou n�o, o erro aconteceu e a empresa tem que se responsabilizar por aquilo, afinal de contas ela � respons�vel pelo produto que coloca no mercado. O m�nimo que espero deles � que o tempo que meu pai ainda estiver vivo, ele tenha qualidade de vida para estar bem", disse.
Quebra de sigilo
O Tribunal de Justi�a determinou a quebra de sigilo banc�rio das empresas que comp�em o grupo econ�mico da Backer em 9 de julho.
O processo investiga os danos sofridos pelas v�timas de contamina��o por monoetilenoglicol e dietilenoglicol ap�s consumo das cervejas produzidas pela Backer. A ideia � apurar poss�veis manobras para ocultar o patrim�nio da cervejaria, cujos donos alegam falta de recursos para arcar com o tratamento m�dico dos intoxicados.