De surf na lama a bloqueio na BR-381, atingidos de Mariana cobram justi�a

Na Grande BH, em Governador Valadares e at� surfando no mar com rejeitos os atingidos pela Barragem do Fund�o e apoiadores de sua causa se manifestaram em diversos locais de Minas Gerais, Espirito Santo, do Brasil e at� pelo mundo. Nesta quinta-feira (5), se completa 5 anos do rompimento.

Entre Betim e S�o Joaquim de Bicas, nas vias de acesso � BR-381 (Fern�o Dias), dezenas de atingidos da bacia hidrogr�fica do Rio Paraopeba, devastado pelo rompimento de Brumadinho, protestaram em solidariedade aos atingidos da bacia do Rio Doce com faixas e bandeiras. Os manifestantes do Paraopeba cobram por justi�a nos dois rompimentos, exigindo aux�lios financeiros emergenciais e programas de renda. O Estado de Minas produz s�rie sobre os direitos humanos dos atingidos desde o dia 1º.

"Apesar da gravidade da situa��o, chegamos a meia d�cada sem repara��o dos direitos dos atingidos. A impunidade � evidente. Na regi�o, o lucro foi colocado acima da vida. O crime se 'renova' cotidianamente nos locais por onde passa a lama de injusti�as", afirma nota do movimento dos Atingidos por Barragens, uma das lideran�as do movimento.

O rompimento da barragem operada pela Samarco, em Mariana, despejou 44 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro devastando a Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce e o mar capixaba, deixando 19 mortos e 700 mil atingidos em 39 munic�pios.

"Centenas de fam�lias seguem ainda morando em casas alugadas porque, passados cinco anos, a empresa n�o reassentou e nem aceitou reparar as fam�lias com novas moradias e locais de trabalho adequados", diz a nota.

Na outra ponta do Rio Doce, em Reg�ncia Augusta, vilarejo de Linhares (ES), onde o Rio Doce carreou os rejeitos do rompimento para o mar, a associa��o de surf promoveu um ato em favor dos direitos dos atingidos com uma grande roda de surfistas e barcos de pescadores no local conhecido como "Boca do Rio".

"Para as comunidades atingidas, foi tempo de sofrimento, de luta e de resist�ncia. Neste ano, a comunidade de Reg�ncia recebe as comunidades atingidas pelo crime da Samarco, Vale e BHP para denunciar o descaso e a injusti�a nestes 5 anos". 

A manifesta��o acontecer� as 09:00 da manh� em frente � praia.

No local se manifestaram agricultores, ribeirinhos, pescadores de mar, rio e mangue, comerciantes, pousadeiros e surfistas atingidos. "N�o aceitamos mais que a nossa hist�ria seja escrita pelos criminosos das mineradoras", afirma a associa��o.

Nos acessos � Ilha dos Ara�jos, formada pelo Rio Doce, em Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais, manifestantes pregaram cartazes com cruzes pintadas com cor de lama para lembrar dos 5 anos da trag�dia.

Em Bento Rodrigues, a comunidade mais atingida pelo rompimento e onde morreram quatro das 19 v�timas do desastre, antigos moradores e manifestantes retonaram � vila arruinada e abriram faixas cobrando pelas novas moradias em reassentamentos que j� deveriam estar prontas desde 2018.