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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19: a longa jornada da recupera��o ap�s a infec��o pelo v�rus

Pacientes que sobreviveram ao coronav�rus contam trajet�ria de sofrimento, medo e esperan�a que marcam caminhada at� reestabelecimento da sa�de


02/05/2021 04:00 - atualizado 02/05/2021 08:27

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
 
Com 1.256.330 recuperados, segundo dados oficiais da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), Minas pode acumular mais de 125,6 mil casos de s�ndrome p�s-COVID e 37,6 mil de COVID longa. Os n�meros foram obtidos com base nas estimativas de incid�ncia da OMS para as duas condi��es.

O Estado de Minas acompanhou a caminhada de quatro pacientes rumo ao completo reestabelecimento, hist�rias repletas de medos, dores, frustra��es e esperan�a.
 

“As vit�rias s�o pequenas”

Carlos Henrique Costa, de 49 anos, enfrenta a batalha p�s-alta hospitalar h� quase dois meses. Ap�s contrair o coronav�rus, que chegou a comprometer 90% de seus pulm�es, ele ficou 13 dias internado na UTI, de onde recebeu alta em 4 de mar�o. O encarregado de transportes ainda se emociona ao recordar o dia em que recebeu alta.

“Quando andei pela primeira vez, foi uma emo��o muito grande. Nasci de novo. Tudo para mim foi novidade. Andar de novo, tomar banho, me movimentar. Tive uma outra data de nascimento. Eu estive bem na porta da morte. Mas, gra�as a Deus, sa� de l�”, lembra o convalescente.

Dois meses ap�s a alta, ele ainda faz sess�es de fisioterapia e mostra os relat�rios m�dicos. Entre as “heran�as” da COVID-19, o documento menciona trombos nas pernas, falta de ar e grande perda muscular.

“Ainda fa�o fisioterapia tr�s vezes por semana. Tive que aprender a respirar, a andar. E, agora, ainda preciso fortalecer a musculatura dos membros inferiores e superiores, pois fiquei muito fl�cido. O v�rus me enfraqueceu muito. Ainda hoje, sinto cansa�o. N�o � mais aquela falta de ar do in�cio, mas ainda fico ofegante. Segundo os m�dicos, esse sintoma deve me acompanhar por cerca de seis meses”, descreve.

Alguns medicamentos acompanhar�o Carlos pelo mesmo per�odo. Principalmente o anticoagulante, recomendado pelo angiologista. O paciente faz consultas regulares com mais dois especialistas – o pneumologista e o cardiologista.

“N�o adianta querer correr para acelerar a recupera��o. As vit�rias s�o pequenas, dia ap�s dia. A gente passa a comemorar coisas simples do cotidiano que, antes, costumava tirar de letra. Subir uma escada, suportar um pouco mais de peso. Dia 19 de abril, voltei a trabalhar. Por enquanto, ainda estou pegando mais leve. Muitas coisas que eu tinha o h�bito de fazer, ainda n�o fa�o. A gente fica muito limitado. Mas estar vivo �, com certeza, a minha grande vit�ria. Tudo o que eu pedia aos m�dicos e enfermeiros no hospital era para que me ajudassem a voltar para a minha esposa e para os meus tr�s filhos”, conta.


“Quase 100%”

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )

Aos 33 anos, sem diagn�stico de comorbidades, Lucas Lanza nunca havia quebrado sequer um osso ou manifestado qualquer condi��o que o obrigasse a permanecer no hospital por mais de um dia. Em julho de 2020, se viu na UTI com complica��es grav�ssimas decorrentes da COVID-19: inflama��o nos pulm�es, fal�ncia renal e hemorragia.

“O curioso � que eu fui infectado e o meu pai, que tem uma condi��o card�aca, tamb�m. Ele se internou, mas a recupera��o ocorreu sem grandes complica��es. J� eu fiquei muito grave”, relata.

O engenheiro mec�nico permaneceu no hospital por 26 dias, 14 deles entubado. Quando acordou, estava 14 quilos mais magro, sem coordena��o motora ou for�as para sequer pentear os cabelos. A retomada do equil�brio, da autonomia motora e do f�lego foi gradativa e levou cerca de cinco meses, ap�s muita fisioterapia motora e cardiorrespirat�ria.

“Considerando a gravidade do meu caso, acho que me recuperei at� r�pido. Me sinto muito bem, diria 99%”, diz o engenheiro. O ‘1%” que ainda falta ele atribui a eventuais cansa�os nas caminhadas mais longas e ao cora��o, que segue sob cuidados. “Ainda preciso tomar um rem�dio pois, quando tive alta, meu cora��o ficou um pouco desregulado. O medicamento controla minha frequ�ncia card�aca e a minha press�o”, afirma.

“N�o conseguia ficar sozinha em casa”

(foto: Leandro Couri/em/d.a press)
(foto: Leandro Couri/em/d.a press)

Para Karin Martins, de 33 anos, a batalha p�s-COVID foi, sobretudo, mental. A banc�ria, que ficou 13 dias no hospital em decorr�ncia do v�rus – seis deles no CTI – diz que desenvolveu s�ndrome do p�nico ap�s a alta.

“Nas primeiras semanas, logo que sa� do hospital, n�o conseguia ficar sozinha em casa. Tentei ir algumas vezes ao supermercado, mas n�o conseguia fazer as compras. Tamb�m fiquei sem dirigir, atividade de que sempre gostei muito, por um tempo. Demorei mais de 15 dias para conseguir pegar no volante. Sentia medo, perdia o ar. Felizmente, esse quadro n�o se arrastou muito e n�o precisei de antidepressivos”.

Em casa desde 1° de mar�o, Karin diz que fez fisioterapia por cerca de um m�s para se recuperar das perdas musculares que sofreu durante a interna��o. Ela emagreceu 8 quilos e ainda est� no processo de recupera��o de seu peso normal. “No primeiro m�s depois da minha alta tomei anticoagulantes, mas j� parei. Restam agora os suplementos vitam�nicos, pois a interna��o provoca perdas nutricionais importantes. Ent�o, tomo as vitaminas B e C, al�m de �mega 3”, conta.

“Considero que, hoje, estou bem. Mas a vida muda depois da COVID, n�? Repensei muitas coisas. Por exemplo, meu projeto de ter um filho. Antes de ficar doente, eu estava me preparando para engravidar. Agora, eu e meu marido decidimos esperar mais um pouco.  Sinto que ainda estou acabando de me organizar. � um processo que leva tempo”, emenda a banc�ria.

“Vou ter que me adaptar”

(foto: Arquivo pessoal )
(foto: Arquivo pessoal )

Para Ronildo Melo, de 49 anos, a COVID-19 trouxe consequ�ncias com as quais ele ter� que conviver para sempre. A doen�a fez com que os rins dele parassem de funcionar definitivamente. Ele agora faz hemodi�lise diariamente e entrou na fila do transplante renal.

O t�cnico de seguran�a e manuten��o, que � tamb�m diab�tico e hipertenso, foi hospitalizado por 47 dias, entre os quais oito na UTI, respirando com o aux�lio de respiradores.

“Hoje, tomo 15 rem�dios diferentes, fora os suplementos vitam�nicos. Sou outra pessoa, n�o tenho mais �nimo para uma caminhada simples. N�o consigo mais andar de bicicleta, coisa que eu gostava muito. Vou ter que me adaptar. As vezes, tenho vontade de desistir de tudo. Mas, da�, penso que sobreviver era a parte mais dif�cil e eu sobrevivi. Se eu estou vivo, isso deve ter um prop�sito”, reflete.
 

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