No outono/inverno, atendimentos de sintomas de COVID-19 disparam em BH
Em Belo Horizonte, os centros de sa�de fizeram 74% mais atendimentos em 2021 do que em 2020. Em Minas Gerais, junho tem o maio percentual de sintomas desde 2020
Com o frio, sintomas de gripe fazem grande volume de pessoas procurar exames e atendimento (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Um ano mais frio, com recordes de baixas temperaturas desde mar�o, no in�cio do outono, aliado ao plat� mais grave da pandemia do novo coronav�rus (Sars-CoV-2) com a chegada das variantes agressivas em Minas Gerais e em Belo Horizonte. Esses ingredientes, segundo especialistas e o poder p�blico, fizeram disparar em 2021 os testes e consultas que investigam casos de COVID-19. V�rias condi��es respirat�rias comuns nesta �poca t�m os mesmos sintomas.
Por enquanto, est�o descartados os riscos de sobrecarga e colapso do sistema. Mas j� se registra maior tempo de atendimento, filas e concentra��o de pessoas sintom�ticas buscando diagn�stico. Por outro lado, � baixa a ades�o a vacina��o contra a gripe.
S� os atendimentos a doen�as respirat�rias nos Centros de sa�de de Belo Horizonte, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA), saltaram 74%, passando de 109.699, entre janeiro e junho, para 190.991, entre janeiro e 21 de junho deste ano.
A m�dia di�ria de atendimentos respirat�rios no primeiro m�s do inverno, junho, foi de 815 procedimentos municipais, sendo j� superado em 11,3% nos 21 dias observados do mesmo m�s, apresentando um volume m�dio de 907 procedimentos com pacientes diariamente.
Lavando-se em conta apenas os meses de outono e inverno (mar�o a junho), os tradicionalmente mais propr�cios a doen�as respirat�rias com sintomas muito semelhantes � COVID-19, o aumento � de 70%, passando de 83.284 atendimentos em BH em 2020 para 141.795.
A quantidade de exames demandados pelas pessoas com sintomas gripais tem exigido refor�os para atendimentos, coletas e testes, com muitos locais de coleta apresentando volume intenso de pacientes dependendo dos hor�rios, seja em setores privados ou p�blicos.
A infectologista Melissa Valentini, do Grupo Hermes Pardini, diz ser compreens�vel esse comportamento nesta �poca - sobretudo com as temperaturas ainda mais baixas. "As pessoas ficam muito preocupadas com a COVID-19, mas estamos no inverno e na �poca de outras viroses respirat�rias. O ideal, em pacientes sem comorbidade, � fazer um atendimento online inicial. Para pacientes idosos e com comorbidade, avaliar caso a caso", indica a m�dica.
Se o teste for necess�rio, deve ser realizado tr�s dias ap�s os primeiros sintomas. "O ideal seria fazer o teste de RT-PCR (coleta de amostra das secre��es respirat�rias para detectar a presen�a do material gen�tico viral por meio de cotonetes est�reis inseridos no fundo do nariz e da garganta) para COVID-19 e tamb�m para as outras infec��es virais mais comuns, como influenza e v�rus sincicial respirat�rio", afirma a infectologista Melissa Valentini.
Frio recorde traz mais doen�as com sintomas parecidos com os de COVID-19 (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Se de um lado os sintomas gripais ampliaram a procura por exames de COVID-19, n�o animaram ainda o p�blico-alvo da campanha de vacina��o contra a influenza ou gripe comum. A expectativa da secretaria de estado de Sa�de de Minas Gerais era de se vacinar 90% dos p�blico alvo durante a campanha, de 12 de abril at� a pr�xima sexta-feira (09/07). Contudo, at� esta sexta-feira (02/07), o percentual coberto foi de 49%.
Os quadros respirat�rios que impulsionam atendimentos e testes em Belo Horizonte t�m se repetido de forma mais intensa tamb�m em todo estado de Minas Gerais. Segundo uma pesquisa norte-americana da Universidade Maryland (UMD), com apoio da rede social Facebook, para rastrear pessoas com sintomas gripais que podem ser relativos � COVID-19, o m�s de junho de 2021 � o que mais apresentou resultados positivos em Minas Gerais, desde novembro de 2020.
A m�dia de pessoas que responderam apresentar sintomas respirat�rios suspeitos, como febre, tosse, dores pelo corpo, dor de cabe�a, entre outros, chegou a 3,3% dos pesquisados em Minas. O maior resultado tinha sido j� no m�s anterior, que apresntou m�dia de 2,2%. O dia 2 de junho foi o pico de respostas positivas, com 4,98% de pessoas se manifestando sintom�ticas no estado.
De maio a dezembro de 2020, per�odo de vig�ncia da pesquisa, 1,1% dos mineiros em m�dia respondeu apresentar sintomas, um percentual que quase dobrou neste ano, com m�dia de 1,8% de janeiro a junho.No Brasil, os casos sintom�ticos eram 2,3%, netre maio e junho de 2020 e saltaram para 3,7% no mesmo per�odo de 2021.
O grande volume de pessoas sintom�ticas procurando exames em Minas Gerais tamb�m se reflete no Sudeste do Brasil, como mostra levantamento do Grupo Hermes Pardini, de laborat�rios de exames m�dicos. Nas �ltimas quatro semanas, a regi�o Sudeste apresentou crescimento de 13% no n�mero de testes em rela��o �s �ltimas quatro semanas anteriores. Em rela��o � �ltima semana, a regi�o Sudeste apresentou crescimento de 6,5% no volume de testes, quando comparado com a semana anterior.
Levando-se em conta todas as unidades do grupo no Brasil, o n�mero de exames realizados na ultima semana de junho deste ano "� quase o dobro do volume realizado na �ltima semana de junho de 2020", informa a empresa.
Apesar dos sintomas gripais e da busca por diagn�stico de COVID-19, vacina��o contra gripe est� baixa (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Nos laborat�rios, o Hermes Pardini informa que quem chega com sintomas gripais precisa avisar aos recepcionistas para receber atendimento em �rea separada. Cada unidade disp�e de �lcool em gel e m�scaras para sobrepor a do cliente. S� � necess�rio pedido m�dico para fazer exame de COVID-19 para quem vai acionar o plano de sa�de.
A SMSA informa que em 2021 houve aumento na demanda por atendimento relacionado �s doen�as respirat�rias comparado com 2020 e por isso possui um Plano de Conting�ncia para Enfrentamento da Influenza e outras doen�as respirat�rias.
"Desde 2020 o combate � COVID-19 foi incorporado a este plano, que prev� abertura e amplia��o de servi�os e monitoramento dos casos de doen�as respirat�rias no munic�pio e tamb�m a intensifica��o das orienta��es, por parte dos Agentes Comunit�rios de Sa�de, para a import�ncia de adotar medidas preventivas, com a manuten��o dos ambientes ventilados e ado��o da etiqueta da tosse e aumento na frequ�ncia da higieniza��o das m�os", informa a pasta.
A SMSA informa que realiza a vigil�ncia dos casos de S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG) nos hospitais e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para monitorar n�o s� o estado de sa�de dos pacientes como tamb�m qual o v�rus predominante em cada inverno. Esses dados servem para orientar a assist�ncia prestada aos pacientes assim como tamb�m a elabora��o das vacinas.
"Com o in�cio da pandemia, foi necess�ria uma reorganiza��o dos fluxos de atendimento dentro das unidades. Vem sendo realizado manejos adequados dos usu�rios para diminuir o risco de transmiss�o de Covid-19 e demais s�ndromes respirat�rias, ou at� mesmo o agravo dos pacientes com s�ndromes gripais, durante todo o hor�rio de funcionamento. Al�m disso, � realizada a avalia��o de risco e o encaminhamento de acordo com a necessidade do usu�rio, baseados em Notas T�cnicas vigentes e protocolos cl�nicos", informa.
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