BH aplica quase 20% das vacinas contra a COVID em pessoas de outras cidades

A distribui��o desigual de vacinas contra a COVID-19 e o medo de falta de doses complementares t�m feito moradores do interior procurarem os postos de vacina��o das capitais e grandes cidades brasileiras. Um fen�meno que tornou Belo Horizonte a rota de muitas pessoas em busca de doses contra o novo coronav�rus (Sars-CoV-2). Segundo levantamento da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), at� junho, 15% das doses distribu�das no pa�s foram aplicadas fora dos munic�pios de resid�ncia. Em BH, esse percentual � maior, chegando a 19,3% (quase um quinto), segundo o Boletim Epidemiol�gico e Assistencial da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

 

A PBH credita esse alto percentual � popula��o "pertencente aos grupos de trabalhadores priorit�rios do Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina��o (PNOV)", que podem se vacinar pelo local onde desempenham suas fun��es, mesmo quando n�o residem na mesma cidade. No Brasil, a cada seis doses aplicadas, uma foi em pessoa que se deslocou a munic�pio diverso daquele em que reside para receber o medicamento.

Entre as 25 cidades brasileiras que at� junho mais exportaram pessoas para outros munic�pios para receberem doses das vacinas, Contagem aparece em terceiro lugar, com 39.443 doses aplicadas em seus cidad�os em Belo Horizonte, e Ribeir�o das Neves vem em 21º, com 25.055 habitantes imunizados em BH.

 

Os munic�pios que mais enviaram residentes para se vacinar em outros locais foram Guarulhos (SP), com 101.681 habitantes indo a S�o Paulo para serem aplicados, e Duque de Caxias (RJ), de onde 47.507 pessoas rumaram ao Rio de Janeiro atr�s de uma dose de vacina.

 

"Um grande volume de doses � aplicado em munic�pios vizinhos, como � comum em regi�es metropolitanas, o que evidencia a import�ncia das redes municipais. Da mesma maneira, alguns munic�pios da mesma regi�o metropolitana podem ser sobrecarregados pela procura por vacinas originada de munic�pios vizinhos", informa o estudo da Fiocruz.

 

Os percentuais de vacina��o fora do munic�pio de resid�ncia oscilam na faixa de 11% a 25%, mostra o levantamento da Fiocruz. Entre as pessoas que deixaram sua unidade federativa para se vacinar em outra, o maior volume � o de fluminenses que viajaram a S�o Paulo com esse intuito, 12.118 ao todo, at� junho, e de moradores do Distrito Federal que foram a �guas Lindas de Goi�s, 11.282, at� aquele m�s.

 

Belo Horizonte � o �nico munic�pio mineiro que aparece entre os 25 que mais enviaram pessoas a outros estados atr�s de vacinas ou tendo de se vacinar em local de tr�nsito. A capital mineira enviou 3.985 pessoas aos postos de sa�de paulistas, o que posiciona BH como o 21º maior emissor nacional.

 

"Essas diferen�as podem apontar dificuldades estruturais dos servi�os de sa�de, dificuldades de acesso geogr�fico ou mesmo complica��es no fluxo da informa��o. Esses e outros fatores podem prejudicar a campanha de imuniza��o em n�vel nacional. Nesses casos, onde os estados apresentam maiores dificuldades, � imprescind�vel o aux�lio da Federa��o para que a campanha de imuniza��o siga de forma uniforme em todo territ�rio sem uma defasagem t�o ampla", informa o levantamento da Fiocruz.

 

O estudo ainda mostra que em locais onde existe maior dificuldade de imuniza��o isso pode acarretar o deslocamento da popula��o em busca do imunizante naqueles lugares onde o processo esteja mais avan�ado. Isso pode provocar viagens desnecess�rias, privilegiando grupos populacionais que tenham condi��es financeiras de execut�-las, aprofundando ainda mais a desigualdade da vacina��o, expor pessoas ao risco de infec��o", informa a Fiocruz.

Ainda que quase um quinto das vacinas destinadas a Belo Horizonte acabem sendo aplicadas em residentes de outros munic�pios, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou, por meio da Secretaria Municipal de Sa�de, que segue as orienta��es do Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina��o contra a COVID-19, do Minist�rio da Sa�de. Segundo a prefeitura, essas aplica��es s�o feitas "tendo em vista o crit�rio de vacina��o de categorias priorit�rias de profissionais com base no local de trabalho, e n�o de resid�ncia. Fazem parte desse p�blico os trabalhadores da sa�de, educa��o, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo, entre outros", informa a administra��o da sa�de municipal.

 

"Nos grupos priorit�rios citados, o crit�rio que torna a pessoa eleg�vel para ser vacinada contra a COVID-19 � comprovar o v�nculo empregat�cio na cidade, e n�o a resid�ncia. � importante considerar ainda que a vacina��o � permitida tamb�m nos casos em que a pessoa tomou a primeira dose em outra cidade, mas est� em Belo Horizonte e precisa completar o esquema vacinal. Nesse caso, dever� apresentar documento de identidade e o cart�o de vacina para a comprova��o do aprazamento", afirma a secretaria.

 

A avalia��o se a pessoa est� eleg�vel para vacinar � feita no momento em que ela se apresenta na unidade de sa�de com toda a documenta��o exigida. A Secretaria Municipal de Sa�de informa que faz um rigoroso acompanhamento dos processos de vacina��o diariamente.

 

Belo Horizonte tem 79,6% dos adultos vacinados com ao menos uma dose de imunizante contra a COVID-19. Para 40,7%, o esquema vacinal est� completo, segundo dados do informe epidemiol�gico de ontem da prefeitura.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai aplicar hoje a primeira dose em pessoas de 20 anos, exclusivamente residentes em Belo Horizonte. E decidiu antecipar a vacina��o de mulheres de 19, completados at� 30 de setembro: marcada anteriormente para a sexta-feira (3/09), a imuniza��o ser� realizada no mesmo dia que a dos homens, na quinta-feira. Nesse mesmo dia, recebem a segunda dose os trabalhadores do transporte coletivo e rodovi�rio de passageiros, os da limpeza urbana e do transporte metrovi�rio e ferrovi�rio. Na quarta-feira, moradores de 57 anos tomam a segunda dose, e na sexta, as de 56. Os de 18 iniciam o esquema vacinal no s�bado, quando os caminhoneiros completarem o seu.