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Estado de Minas COVID-19

Oito meses ap�s a primeira imuniza��o, vacina vence fake news

Conhecido por campanhas de imuniza��o bem-sucedidas, pa�sl vive pol�mica que amea�a combate ao v�rus. M�dicos alertam para necessidade de prote��o coletiva


17/09/2021 06:00 - atualizado 17/09/2021 10:42

Além da falta de informação que compromete a cobertura vacinal, movimento antivacina tem influenciado na rejeição no país e no mundo
Al�m da falta de informa��o que compromete a cobertura vacinal, movimento antivacina tem influenciado na rejei��o no pa�s e no mundo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense, recebe uma chuva de cascalho, franceses saem �s ruas em protesto e alguns brasileiros, em vez de estender as m�os � sa�de, preferem encolher o bra�o e se entregar � pr�pria sorte. Em v�rios cantos do mundo, homens e mulheres dizem n�o � imuniza��o contra o novo coronav�rus e partem para o ataque, atirando pedras, como ocorreu no Canad�, ou se escorando em teorias da conspira��o para desqualificar as vacinas. Exatos oito meses ap�s a primeira pessoa ter sido vacinada contra a COVID-19 no Brasil, uma pergunta merece reflex�o e urg�ncia na resposta. Por que as vacinas ainda despertam pol�mica, arrebanham negacionistas e ganham estocadas quando salvam vidas?

“As pessoas devem ter tranquilidade para saber que as vacinas s�o seguras e os efeitos colaterais, muito raros. Todos n�s precisamos nos proteger”, diz a m�dica infectologista da Santa Casa BH, Cl�udia Murta. Ela integra o comit� de enfrentamento � COVID-19 do hospital que faz parte da rede do Sistema �nico da Sa�de (SUS) e � refer�ncia, pela Prefeitura de Belo Horizonte, no atendimento a casos da doen�a respirat�ria. A especialista credita a causa de certa pol�mica � falta de conhecimento sobre os imunizantes e, nos �ltimos anos, � dissemina��o de fakenews e do movimento antivacina mundo afora.

Em 17 de janeiro, a enfermeira M�nica Calazans, de 54 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a COVID-19 no Brasil. Ela recebeu o imunizante Coronavac, desenvolvido no pa�s pelo Instituto Butantan, em S�o Paulo. Em 12 de fevereiro, M�nica recebeu a segunda dose e disse � imprensa que sofreu ataques nas redes sociais.

O movimento antivacina � forte em alguns pa�ses, mas n�o no Brasil, como destaca a infectologista Cl�udia Murta. A partir de 1904, ano da chamada Revolta da Vacina, surgiram pequenos grupos contr�rios � imuniza��o, embora sem grande movimento e alarde. Nossa popula��o, no geral, aceita muito bem as vacinas, tanto que o Brasil apresenta um dos menores �ndices de rejei��o a elas, conforme estudos realizados”, diz a m�dica. Entre epis�dios que circularam recentemente est� o de que vacinas causariam autismo, rela��o jamais comprovada pelas pesquisas para al�vio dos pais e sinal de vit�ria da ci�ncia sobre o obscurantismo.

L�quido e certo 


Doutora Cláudia Murta ressalta a importância das vacinas e o combate às fake news
Doutora Cl�udia Murta ressalta a import�ncia das vacinas e o combate �s fake news (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Orientando que todos devem entender as vacinas como os produtos farmac�uticos, ou seja, os rem�dios mais seguros existentes hoje, Cl�udia Murta compara os efeitos dos imunizantes a outro bem da humanidade. “Vacinas salvam milh�es de vidas todos os anos, e sua contribui��o, de acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), � compar�vel � agua tratada, que tamb�m salva milh�es de vidas. As vacinas v�m logo em seguida.”

Ao falar dos benef�cios das vacinas, Cl�udia Murta cita as v�rias doen�as erradicadas e outras que podem ter o mesmo fim. Exemplo positivo est� na vacina��o contra a poliomielite, conhecida por paralisia infantil, com grande sucesso nas campanhas que levaram � erradica��o da doen�a, evitando sequelas e problemas motores em milhares de crian�as.

Durante a pandemia, com a maior parte da popula��o em casa, meses em reclus�o, houve queda nas coberturas vacinais, sem se atingir a meta ideal de 95%. A infectologista alerta para atualiza��o do calend�rio de todas as faixas et�rias para se evitarem doen�as graves principalmente nas crian�as. E ensina o caminho: as vacinas est�o dispon�veis gratuitamente no SUS, com possibilidade de o cart�o ser complementado na rede part�cular para algumas doen�as.

Infectologista Cláudia Murta destaca que vacinas contra a COVID-19 são seguras e efeitos colaterais raros
Infectologista Cl�udia Murta destaca que vacinas contra a COVID-19 s�o seguras e efeitos colaterais raros (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Sem as doses de prote��o, os perigos v�m de todo lado. Com a queda da cobertura vacinal, o sarampo, que estava erradicado no Brasil, voltou a causar v�timas e at� morte em adultos. “Houve circula��o do v�rus do sarampo entrando pelo Norte do pa�s. Sim, vieram estrangeiros n�o vacinados, mas se a popula��o brasileira estivesse com uma cobertura alta para o sarampo, o v�rus n�o teria circulado”, explica a m�dica, observando a necessidade de imuniza��o contra v�rias doen�as para crian�as no primeiro ano de vida e depois os refor�os em adolescentes, gr�vidas, adultos e idosos, com a oferta da vacina contra gripe anualmente. “Precisamos nos proteger e tamb�m a coletividade”.

Preconceito
 

Contra o preconceito, a favor da ci�ncia. Um ano e meio ap�s a Organiza��o Mundial de Sa�de declarar a pandemia, o mundo ainda vive imerso em negacionismo e contradi��es. “Vivemos um fen�meno mundial de desinforma��o, as chamadas fake news, e as vacinas, por estarem num momento de enorme evid�ncia devido ao coronav�rus, t�m sido uma das principais v�timas”, diz o diretor do Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais, Andr� Christiano dos Santos, m�dico da fam�lia e comunidade.

Segundo Andr� Christiano, ningu�m nunca se preocupou com o processo de fabrica��o de vacinas, os percentuais de efetividade esperados, onde s�o fabricadas. “De uma hora para outra, boa parte da popula��o passou a se preocupar com isso, se achando at� especialista no assunto e trazendo preconceitos para algumas vacinas, com boicote ao seu uso.”

O resultado do desconhecimento gera confus�o, medo e alarde desnecess�rio. “Algumas ideologias e modismos acabam atrapalhando. H� pessoas que n�o tomam vacinas pelo fato de (os imunizantes) passarem por uma fase de experimenta��o em animais, outras por acreditarem em falsas premissas de conspira��es globais como se um chip fosse implantado no momento da aplica��o das vacinas”, avalia Andr� Christiano.

O diretor do Sindicato dos M�dicos de Minas destaca que apesar de tantos fatores desfavor�veis a maioria da popula��o tem confiado na ci�ncia e tomado a vacina quando chega o seu momento.” Para resumir, o m�dico garante que vacina boa � vacina no bra�o, e no bra�o da maioria da popula��o que pode se vacinar. S� assim venceremos est� pandemia”.

Marcos


1804 – Introdu��o da vacina no Brasil

1904 – Epidemia de var�ola no Rio de Janeiro, aprova��o da obrigatoriedade de vacina��o e ocorr�ncia da Revolta da Vacina

1937 – In�cio da produ��o e uso da vacina contra a febre amarela fabricada no pa�s

1961 – Primeira campanha com a vacina��o oral contra a poliomielite

1999 – Primeiro ano da campanha de vacina��o para a terceira idade contra gripe, t�tano e difteria

Al�m da falta de informa��o que compromete a cobertura vacinal, movimento antivacina tem influenciado na rejei��o no pa�s e no mundo
 

Vacinados reconhecem valor da prote��o que negacionistas minimizam



''As vacinas evitam um mal maior, servem para nos proteger das doenças'' - Claudilene Aparecida da Silva, mãe de Henrique e Alice
''As vacinas evitam um mal maior, servem para nos proteger das doen�as'' - Claudilene Aparecida da Silva, m�e de Henrique e Alice (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Moradora do distrito de S�o Bartolomeu, em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas, Claudilene Aparecida da Silva, de 33 anos, n�o se descuida um minuto da sa�de dos filhos Henrique, de 8, e Alice, de 7, crian�as que irradiam alegria. Mantendo os cart�es de vacina e um caderno com as anota��es, Claudilene n�o “cai” em fakenews e muito menos em boatos. “As vacinas evitam um mal maior, servem para nos proteger das doen�as”, afirma na porta de casa. J� com a primeira dose contra a COVID-19 no bra�o, Claudilene adere �s campanhas de imuniza��o por dever sagrado: “Vacina � sa�de”.

Em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de BH, o servente de pedreiro Guilherme Rodrigues, de 28, solteiro, tamb�m se mostra orgulhoso de ter tomado a primeira dose e guarda da mem�ria os ensinamentos familiares. “Minha m�e diz que a defesa est� em nossas m�os e, agora, na ponta da agulha”.

Se h� pessoas que acreditam nas vacinas, outras trazem, do ber�o, a nega��o desse benef�cio. “Eu me vacinei agora contra a COVID-19, porque irei � Irlanda visitar minha irm�. Do contr�rio, n�o tomaria a inje��o. Minha m�e dizia que a doen�a vem de dentro para fora, o mal est� nas palavras, nas a��es, e a somatiza��o adoece o corpo f�sico”, diz uma publicit�ria de 45 anos, moradora de BH, que prefere n�o se identificar.

Eis o seu relato: “Quando crian�a, nunca tomei vacinas. S� fui saber o que era isso aos 19 anos, numa viagem a Goi�nia (GO). O �nibus parou numa barreira sanit�ria e me lembro de ter feito um esc�ndalo. Mas acabei aceitando, pois, do contr�rio, voltaria para casa. Depois, ao sofrer um acidente, veio a vacina contra t�tano. Foram essas e agora a contra a COVID. Tive catapora e rub�ola, mas nunca fiquei doente. Com a minha irm� foi diferente, a sa�de dela era fr�gil e, logo crian�a, recebeu as vacinas”.

Recordando o in�cio da campanha em 1999 para imunizar os idosos contra a gripe, uma mulher residente na Grande BH se recorda ainda com afli��o daquele tempoo]. “Minha estava com 70 anos e se recusou a tomar a vacina. Foi ‘na onda, na conversa fiada do povo’ de que o governo queria exterminar os aposentados para acabar com o pagamento dos benef�cios e das pens�es �s vi�vas. Desde ent�o, nunca estendeu o bra�o � sa�de. Fico preocupada, pois, com mais de 90, avisou que ‘nem morta’ vai tomar as duas doses contra a COVID-19. Pensei que fosse culpa do pastor da igreja que ela frequenta, mas at� ele tentou convenc�-la a se vacinar. Pelo menos, minha m�e n�o sai mais de casa”. (GW)

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