
A iniciativa consiste na coleta de 10 mil amostras em pontos fixos de quatro cidades do estado e no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.
De acordo com o chefe do Servi�o de Virologia e Riquetsioses da Funed, Felipe Iani, esse trabalho � importante uma vez que a popula��o vivencia uma nova etapa da pandemia e, neste momento, � preciso entender a incid�ncia de circula��o do v�rus em pessoas que n�o apresentam sintomas.
“Temos boa parte da popula��o vacinada, a maioria dos servi�os j� voltou a funcionar em sua totalidade, as interna��es e mortes por COVID-19 est�o em queda e o fluxo das pessoas tamb�m est� sendo retomado. Investigar quais linhagens do v�rus est�o circulando de acordo com o perfil da popula��o pode nos ajudar a tomar decis�es em sa�de p�blica mais estrat�gicas agora e no futuro”, avalia.
A a��o � coordenada em parceria com a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG), a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte e a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela tem o apoio da Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas), National Institutes of Health (NIH) e Minist�rio da Sa�de.
Coleta e sequenciamento de amostras
A Funed ficar� respons�vel por enviar profissionais a lugares espec�ficos para fazer a coleta das amostras de swab nasal. Elas ser�o submetidas a exame PCR em tempo real e, em caso de amostras positivas, ser� feito tamb�m o sequenciamento gen�tico.
Os participantes ainda devem responder um question�rio. Entre as informa��es, o volunt�rio ter� que informar a idade, presen�a de alguma comorbidade, se j� teve diagn�stico de COVID-19, se est� vacinado, com qual vacina e a data da imuniza��o.
Em Minas Gerais, a princ�pio, quatro munic�pios v�o participar do projeto, por meio de pontos fixos de coleta: Belo Horizonte, Contagem, Pirapora e Montes Claros. Tamb�m haver� um ponto de coleta na �rea de desembarque do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, a partir desta quarta-feira (3/11).
Felipe explica que todo o processo deve acontecer em um intervalo de 50 dias, pois � importante que as amostras sejam colhidas sob as mesmas condi��es epidemiol�gicas.
“Se houver uma varia��o na situa��o da pandemia, isso pode interferir no material que buscamos. Por isso, contaremos com o apoio dos profissionais dos laborat�rios macrorregionais para realizar as coletas em Pirapora e Montes Claros”, afirma.
Ao todo, devem ser coletadas 10 mil amostras, sendo que o esperado � detectar o v�rus em pelo menos 5% delas.
“Com esse quantitativo, esperamos sequenciar pelo menos 200 amostras, uma vez que nem toda amostra positiva � poss�vel de ser sequenciada, em virtude da carga viral presente”, explica Iani.
Estrat�gias futuras
Para a coordenadora de Laborat�rios e Pesquisa em Vigil�ncia da SES-MG, Jaqueline Oliveira, as informa��es conseguidas por meio dessa a��o v�o poder ajudar a responder perguntas importantes com rela��o ao cen�rio atual da pandemia no estado.
Com o avan�o da cobertura vacinal em Minas, o estado tem experimentado o melhor cen�rio epidemiol�gico e assistencial desde o in�cio da pandemia, mesmo no momento em que a variante Delta circula em maior propor��o no territ�rio. Atualmente, mais de 80% da popula��o est� vacinada com a primeira dose e mais de 50% t�m o esquema vacinal completo no estado.
Entretanto, Jaqueline destaca que “a estrat�gia de vigil�ncia gen�mica atual � direcionada �s pessoas sintom�ticas, ou seja, aquelas que manifestam algum sintoma ou sinal cl�nico da COVID-19. Pouco se sabe a respeito da circula��o das variantes do coronav�rus em assintom�ticos no Brasil”.
“Com o avan�o da vacina��o, o esperado � que a circula��o do v�rus diminua, gerando infec��es com sintomas leves, ou mesmo, sem sintomas. Portanto, essa a��o ser� fundamental para identificarmos qual a propor��o de pessoas infectadas na popula��o mineira que n�o apresentam desenvolvimento de sintomas; se a aus�ncia de sintomas nessas pessoas est� relacionada ao fato de estarem vacinados, e ainda, se existe alguma variante do coronav�rus associada a esses casos”, completa.
Jaqueline tamb�m destaca a import�ncia da participa��o dos volunt�rios. “Acompanhamos a import�ncia dos volunt�rios para o desenvolvimento das vacinas anti-COVID-19. Mais uma vez, convocamos a popula��o a participar desse estudo, pois, al�m de realizar gratuitamente o exame da COVID-19, os volunt�rios tamb�m estar�o contribuindo com a gera��o de dados que v�o subsidiar a vigil�ncia em sa�de, para que medidas de sa�de p�blica mais eficazes sejam desenvolvidas de acordo com o cen�rio atual que vivenciamos em Minas Gerais”, afirma.
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.
Leia mais sobre a COVID-19
Confira outras informa��es relevantes sobre a pandemia provocada pelo v�rus Sars-CoV-2 no Brasil e no mundo. Textos, infogr�ficos e v�deos falam sobre sintomas, preven��o, pesquisa e vacina��o.
- Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil e suas diferen�as
- Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
- Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
- Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
- Os protocolos para a volta �s aulas em BH
- Pandemia, endemia, epidemia ou surto: entenda a diferen�a
- Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira respostas a 15 d�vidas mais comuns
Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara? Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina? Posso beber ap�s vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.