Moradores do Beco Fagundes, em Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, amanheceram em protesto nesta quarta-feira (12/01). A comunidade resiste ao despejo das 27 fam�lias que vivem no local, o que pode ocorrer a qualquer momento, conforme decis�o judicial proferida nesta s�bado (8/01)
demoli��o das casas foi pleiteada na Justi�a pela prefeitura sob alega��o de que a �rea de 14 mil metros quadrados, situada no Bairro Jardim Teres�polis, est� sob alto risco geol�gico.
A "Lar � onde existe amor e o prefeito quer acabar com isso", dizem faixas e cartazes erguidos pelos manifestantes. Eles tamb�m montaram barricadas com pneus na entrada do beco.
"N�o vamos sair daqui. Temos um laudo independente de um ge�logo que mostra que as nossas casas n�o correm risco. A estrutura � excelente. Est� muito claro que o prefeito Vittorio Medioli tem um interesse socioecon�mico no nosso despejo. Quer nos tirar daqui para construir shopping popular", revolta-se a dona de casa Rosilaine Nogueira dos Santos.

Segundo a moradora, como compensa��o pelo despejo, o Executivo Municipal ofereceu � comunidade resid�ncias constru�das no bairro Citrol�ndia, mas a oferta foi recusada, pois a regi�o � marcada por alagamentos durante o per�odo chuvoso. O munic�pio tamb�m teria proposto indenizar os habitantes, mas os valores foram considerados baixos.
"Queremos uma oportunidade de conversar com as autoridades. Moro aqui h� 32 anos, n�o podem simplesmente querer me tirar daqui", diz Rosilaine.
Procurada pelo Estado de Minas, a prefeitura de Betim ainda n�o se manifestou sobre caso
Entenda o impasse

Uma a��o judicial ajuizada pela prefeitura de Betim pede a desapropria��o das 27 fam�lias que vivem do Beco do Fagundes. Segundo o Executivo Municipal, laudos da Defesa Civil apontam o beco como zona de alto risco de deslizamento de terra. Em janeiro de 2020, um barranco despencou na regi�o, matando duas pessoas.
L�deres comunit�rios contestam o laudo da Defesa Civil e alegam que as casas do Beco est�o em local plano, longe do barranco que desmoronou. Al�m disso, reivindicam melhores condi��es para uma eventual mudan�a, como aumento do valor do aluguel social e das indeniza��es previstas para a desapropria��o.
A comunidade j� recebeu duas ordens de despejo. A primeira, com prazo de sa�da at� 4 de janeiro, foi embargada na semana passada ap�s interven��o do Minist�rio P�blico e da Defensoria P�blica de Minas Gerais. O juiz em plant�o forense, Jos� Romualdo Duarte Mendes, decidiu adiar a demoli��o e chegou a marcar uma audi�ncia de concilia��o rentre as partes envolvidas para esta ter�a (12/1).
No �ltimo s�bado, por�m, o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) voltou atr�s e manteve a remo��o das fam�lias.