
Apesar de recentes picos de ocupa��es hospitalares e de transmiss�o do novo coronav�rus (Sars-CoV-2) em meio ao avan�o da variante �micron, Belo Horizonte e Minas Gerais se destacam entre capitais e unidades federativas brasileiras com ritmos mais lentos de �bitos e casos, de acordo com dados da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz). O par�metro utilizado � o de dobra de registros, capaz de situar a acelera��o dos �ndices da doen�a que j� matou quase 640 mil brasileiros desde 2020.
A capital mineira � a oitava mais lenta em mortes e a nona em propaga��o de casos (ou 19ª e 20ª, respectivamente, no ranking dos mais r�pidos). J� Minas Gerais � o d�cimo estado com menor velocidade em dobras de �bitos (18º na escala dos mais velozes), embora ocupe a oitava posi��o em rapidez com que os casos se multiplicam por dois.
“Considerando os piores per�odos (da pandemia), a letalidade da COVID-19 chegou a cerca de 4%. Na variante �micron, o pico da letalidade at� agora � de 0,4%. Existe uma epidemia de n�o vacinados que lotam os hospitais, sufocam os servi�os de sa�de e impossibilitam atendimento de outros problemas de sa�de que continuam acontecendo. Isso parece ocorrer tanto no Brasil quanto em outros pa�ses analisados”, avalia a funda��o.
A capital mineira j� aplicou a primeira dose em 93,56% das pessoas acima de 5 anos de idade e 89,96% dessa popula��o j� tomou a segunda inje��o ou recebeu dose �nica. Do total, 46,08% tomaram tamb�m o refor�o. Com o acesso �s vacinas, BH lentificou o ritmo das mortes, levando mais tempo para dobrar o total de �bitos dos �ltimos registros. Ao longo da pandemia, a cidade levou, em m�dia, 73 dias para duplicar os totais de mortes. A �ltima duplica��o ocorreu em pouco mais de 2,5 vezes esse tempo, num prazo de 183 dias. Os casos levavam m�dia de 62 dias ao longo da pandemia para dobrar. Para a �ltima dobra, os registros levaram 4,7 vezes esse tempo, chegando a 292 dias.

Comparando com as demais capitais brasileiras, BH s� tem um ritmo de mortes mais acelerado do que Bras�lia, Rio de Janeiro, Palmas, S�o Lu�s, Recife, Fortaleza e Natal, sendo esta �ltima a que levou maior tempo para duplicar os registros, num total de 301 dias. No que se refere aos casos positivos identificados, a capital mineira atinge o dobro de resultados mais r�pidos do que Salvador, Porto Alegre, Macei�, Rio Branco, Goi�nia, Bras�lia, Florian�polis e Bel�m, onde os casos levaram 400 dias para se dupli- car. A Fiocruz destaca que os casos n�o s�o necessariamente de pessoas hospitalizadas, mas que testaram positivo, podendo, inclusive, ter permanecido assintom�ticas.
Minas Gerais tamb�m apresenta boa cobertura vacinal, com 84,9% de pessoas j� com as primeiras doses, 80,19% com as segundas ou doses �nicas imunizantes, e 36,57% j� tendo recebido refor�o, entre os cidad�os com mais de 5 anos. Isso refletiu tamb�m em um bom resultado no que diz respeito � velocidade com que o estado atinge o dobro de �bitos. A m�dia durante a pandemia foi de 56 dias para alcan�ar esse patamar. A �ltima duplica��o de vidas perdidas, entretanto, ocorreu em 2,7 vezes esse tempo, num total de 156 dias. Esse prazo s� � mais lento na Bahia, Maranh�o, Cear�, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rond�nia, Par� e S�o Paulo, onde a duplica��o de mortes ocorreu em 304 dias. Os testes positivos registraram uma frequ�ncia m�dia de 46 dias para dobrar no estado e agora levam 127 dias, ritmo 2,7 vezes menor.
Acelerados
Os levantamentos da Fiocruz tamb�m levam em considera��o os munic�pios mineiros com mais de 30 casos e que integram as listas dos 50 com registros mais acelerados do novo coronav�rus do Brasil. O munic�pio de Senhora de Oliveira � o que apresenta o menor prazo de duplica��o de exames positivos, com 12 dias, seguido por Santa Rita de Ibitipoca (18), Estrela do Indai� (22), Santa Maria do Sua�u� (22), Belmiro Braga (24), Senhora do Porto (24) e Albertina (26). As m�dias mais curtas ao longo da pandemia s�o de Belo Horizonte, com 62 dias, Montes Claros (64), Governador Valadares (64), Uberaba (66) e Contagem (66).
No caso dos �bitos, os munic�pios que atingiram o dobro de mortes recentes mais rapidamente em Minas Gerais foram Coromandel, com 10 dias, Monte Carmelo (17), Pitangui (17), Barroso (23), Sete Lagoas (26), Raul Soares (28), Concei��o das Alagoas (30), Lagoa Formosa (31), Conselheiro Lafaiete (33) e Iturama (33). As duplica��es de mortes ao longo da pandemia t�m m�dia mais r�pida em Belo Horizonte, com 73 dias, Uberlandia (80), Uberaba (87), Contagem (89) e Juiz de Fora (92).
Seis meses de prote��o
A vacina CoronaVac, da farmac�utica chinesa Sinovac, manteve a prote��o contra o v�rus da COVID-19 ap�s seis meses da aplica��o da segunda dose, mostra estudo de efetividade do Instituto Butantan, no munic�pio de Serrana, no interior paulista. Segundo a an�lise, as taxas de anticorpos para se defender da infec��o contra o Sars-CoV-2 em todas as faixas et�rias se mantiveram acima de 99%. Al�m disso, a dose de refor�o da mesma vacina em idosos aumentou de duas a quatro vezes os n�veis de anticorpos. Os dados fazem parte das conclus�es preliminares da segunda etapa de sorologia e avalia��o da resposta imunol�gica dos volunt�rios do Projeto S, como o estudo de efetividade � chamado. Foram feitas tr�s coletas de sorologia no munic�pio: em julho e em outubro de 2021, e em janeiro de 2022. A �ltima coleta ser� feita em abril.
Freio feito tamb�m de restri��es
A rela��o direta entre a lentid�o da dissemina��o do novo coronav�rus em Minas Gerais, sobretudo em Belo Horizonte, vai al�m do fator vacinal, na avalia��o do presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), o m�dico Estev�o Urbano Silva. “Logo cedo, as autoridades sanit�rias da Prefeitura de BH fecharam a cidade e determinaram regras r�gidas o suficiente para impedir a circula��o do v�rus como ocorreu em outros locais. A popula��o comprou essa ideia. Preveniu-se mais. Quando veio a vacina, procurou a vacina��o em massa. Isso tudo foi muito importante, pois n�o aderimos �s ideias negacionistas que ainda circulam”, afirma o infectologista, que � integrante do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte.
O m�dico chama a aten��o para a necessidade de continua��o da vacina��o e dos refor�os para que n�o surjam variantes que possam suplantar o poder de fortalecimento do sistema imunol�gico conferido pelas vacinas atuais. “Ainda n�o est� clara qual a necessidade de refor�os e por quanto tempo a vacina confere a imunidade aos pacientes. E o pior poderia ser o surgimento de outras variantes que necessitem de altera��es nas vacinas atuais e at� a cria��o de outros tipos de imunizantes espec�ficos. Por isso devemos fazer o que estiver ao nosso alcance e manter a vigil�ncia. Ainda est� longe de essa pandemia acabar”, avalia o infectologista.
Minas detecta muta��o de cepa
Pesquisadores identificaram em Minas Gerais a linhagem BA.2 (21L) da variante �micron. A amostra foi colhida de um paciente morador de Belo Oriente, na Regi�o do Vale do Rio Doce, infectado pela COVID-19, anunciou o Minist�rio da Sa�de. A descoberta � do Observat�rio de Vigil�ncia Gen�mica de Minas Gerais (Vigem-MG), iniciativa de vigil�ncia com o objetivo de monitorar as variantes do COVID no estado. A caracteriza��o da variante foi inicialmente realizada por genotipagem pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As an�lises de genotipagem indicaram o perfil de muta��es da variante �micron BA.2 (21-L) que foram confirmadas pelo sequenciamento do genoma. Estudos apontam que o perfil � muito similar ao da variante �micron em geral, com alta transmissibilidade. O coordenador da Rede Corona-�mica.BR-MCTI, Fernando Spilki, explicou ainda que o monitoramento � importante para acompanhar eventuais altera��es no padr�o de dissemina��o e manter o monitoramento da efic�cia de vacina, entre outras aplica��es.
Estado aplica 1ª dose em 30% das crian�as de 5 a 11 anos

O n�mero pode ser maior, j� que muitas prefeituras ainda n�o enviaram ou est�o enviando gradualmente os dados de vacina��o para a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG). Aproximadamente, 1,8 milh�o de meninos e meninas de 5 a 11 anos est�o aptos a receber a dose da vacina contra a COVID-19 em Minas Gerais.
Entre as cidades com maior cobertura vacinal infantil contra a COVID-19 em Minas Gerais est�o Juiz de Fora, na Zona da Mata, com 55,27%; Belo Horizonte (49,7%) e Contagem, na regi�o metropolitana, 43,7%.
O secret�rio de Estado de Sa�de, o m�dico F�bio Baccheretti, ressalta a seguran�a das vacinas e pede aos pais e respons�veis que levem os filhos aos postos para receberem o imunizante. "A vacina � segura, tanto da Pfizer quanto a CoronaVac. O imunizante � a �nica sa�da para a pandemia. Temos muitas doses dispon�veis e muitas crian�as ainda n�o foram tomar. N�o acreditem em fake news, acreditem em informa��o de verdade. Tomem a vacina, que � o jeito mais seguro e respons�vel para atravessar este momento e, de uma vez por todas, vencer a pandemia", destacou. Baccheretti ressalta que a imuniza��o dos pequenos � fundamental para conter a circula��o do v�rus e, tamb�m, evitar casos graves e mortes.
Por meio de nota, a Prefeitura de BH informou que at� a �ltima quarta-feira (9/2) foram imunizadas cerca de 88 mil crian�as de 5 a 11 anos. At� aquela data, a Secretaria Municipal de Sa�de convocou cerca de 177 mil crian�as com e sem comorbidade nessa faixa et�ria, nascidas de fevereiro a julho de 2016, e que tenham ao menos 5 anos na data da vacina��o.
A CoronaVac, fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan, pode ser aplicada em crian�as a partir dos 6 anos de idade, com a mesma formula��o e dosagem utilizada para os adultos. J� a Pfizer pedi�trica tem formula��o e dosagem espec�ficas e pode ser ministrada em crian�as a partir dos 5 anos. As doses s�o importadas dos Estados Unidos.
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Confira respostas a 15 d�vidas mais comuns
Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara? Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina? Posso beber ap�s vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.