
Como mostrou mais cedo o Estado de Minas, uma representante do judici�rio foi ontem ao pr�dio que a Tamisa informou ser sua base, em Nova Lima. A porteira do edif�cio, por�m, informou n�o ver representantes da companhia no local h� cerca de dois anos.
"Diante da suspeita de oculta��o da empresa, dever� ser feita a cita��o por hora certa", l�-se em trecho do despacho do juiz Carlos Roberto de Carvalho, da 22° Vara Federal.
H� dois dias, o magistrado deu dez dias para que a empresa e o governo se manifestem sobre a liminar solicitada por Belo Horizonte. Com a dificuldade de encontrar representantes da Tamisa, por�m, o prazo ainda n�o come�ou a correr. A cita��o por "hora certa", no entanto, permite que o per�odo estipulado comece a contar sem que haja a efetiva ci�ncia da companhia. Para isso, basta Cristiano ser encontrado em casa.
A "suspeita de oculta��o" citada pelo magistrado, por sua vez, vai ao encontro da possibilidade, aventada pela Procuradoria-Geral do Munic�pio (PGM) de Belo Horizonte, de a sede informada pela Tamisa ser, na verdade, mera "fachada".
"A minera��o da serra que d� nome � Belo Horizonte j� exige cautelas por si s�. Com ainda mais raz�o agora que se sabe que a empresa tem uma sede com ind�cios de ser de fachada, como certificado, com f� p�blica, pelo Oficial de Justi�a ao colher o relato do porteiro do pr�dio de que 'n�o tem visto funcion�rios da empresa no local' h� mais de um ano", apontou o subprocurador-geral do Contencioso, Caio Perona, ao pedir a Justi�a a cita��o por "hora certa".
Segundo as informa��es cadastrais da Tamisa, apresentadas � Receita Federal, o quadro societ�rio tem, al�m de Cristiano da Cruz, o diretor Guilherme Augusto Gon�alves Machado. A empresa tem rela��es com a Cowan, construtora respons�vel pelo viaduto Batalha dos Guararapes, que caiu sobre um �nibus em 2014, em Belo Horizonte. O acidente matou duas pessoas e feriu 23.
A��o do MP tamb�m 'sofreu' por portas fechadas na Tamisa
Em dezembro do ano passado, Juliana Braga Aluotto Modenesi, outra oficial de Justi�a, tamb�m n�o encontrou ningu�m no pr�dio. Ela foi ao local a fim de notificar uma Tamisa de uma a��o civil p�blica do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG). A pe�a pedia o adiamento de uma audi�ncia p�blica que trataria, justamente, do processo de licenciamento concedido � Tamisa.
"N�o � aceit�vel que uma empresa que pretende minerar o s�mbolo mais importante de Belo Horizonte sequer tenha uma sede ativa com funcion�rios para responder e prestar contas dos seus atos", assinala trecho da pe�a da PGM de BH.
A autoriza��o do Conselho Estadual de Pol�tica Ambiental (Copam) aos planos da Tamisa foi dada no s�bado (30). Belo Horizonte afirma n�o ter sido consultada ao longo do processo e teme riscos � �gua, ao ar, ao meio ambiente e ao sossego dos moradores. A �rea de desejo da mineradora tem extens�o equivalente a 1,2 mil campos de futebol. H� trechos de Mata Atl�ntica no espa�o.