
O an�ncio de greve geral dos professores da rede particular de Belo Horizonte mobilizou v�rias escolas a negociarem reajustes individualmente com os profissionais. Na tentativa de frear o movimento programado para a pr�xima segunda-feira (6/6), institui��es se anteciparam e garantiram reajustes salariais com base no �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC), que tem por objetivo justamente estabelecer a corre��o do poder de compra dos sal�rios.
Os professores reivindicam uma recomposi��o salarial de 19,7%, acrescida de 5% de ganho real, al�m das perdas inflacion�rias. De acordo com os docentes, a oferta das escolas � de 5% de reajuste para profissionais do ensino b�sico e 4% para os de ensino superior.
Al�m da capital mineira, a greve de segunda-feira vai atingir escolas de 400 cidades do estado abrangidas pelo Sindicato das Escolas Particulares do Estado de Minas Gerais (Sinep-MG). Na capital, a �ltima vez que os professores de escolas particulares e regi�o entraram em greve foi em 2018.
Os aumentos sugeridos pelas escolas est�o abaixo do que prop�e a categoria. Um dos col�gios que anteciparam aumento para os colaboradores foi o Loyola, no Bairro Cidade Jardim, que ofereceu 12% de reajuste para os trabalhadores da educa��o. A escola havia concedido 7% de aumento recentemente e posteriormente anunciou o complemento salarial.
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“O Col�gio Loyola reafirma compromisso e respeito em rela��o a todos seus educadores, bem como reitera afei��o ao di�logo para amplo entendimento. Ressalte-se, ainda, que o Loyola concedeu, antecipadamente, reajuste salarial e oferece 100% de bolsas de estudos para filhos de todos os colaboradores”, disse a escola, em nota.
J� o Col�gio Santa Maria, com unidades no Cora��o Eucar�stico, Floresta, Pampulha e Contagem, autorizou reajuste com base no INPC integral (11,73%). O reajuste foi creditado no sal�rio na �ltima quarta-feira (1º/6), cinco dias antes do in�cio da greve. A institui��o alega um grande esfor�o econ�mico em nome do bem-estar dos funcion�rios.
“Essa iniciativa representar� expressivo impacto financeiro no or�amento institucional, considerando que o reajuste proposto est� bem al�m das previs�es para o corrente ano. Contudo, tal decis�o se pauta na merecida valoriza��o de nossos colaboradores, buscando minimizar os efeitos corrosivos dos atuais �ndices inflacion�rios sobre o poder aquisitivo e a qualidade de vida de todos”, afirmou a escola, em nota.
O Col�gio Magnum, no Bairro Cidade Nova, tamb�m concedeu 11,73% de aumento para os profissionais da educa��o, tamb�m com base na infla��o. Com a decis�o, a escola diz que evitar� um desgaste natural de pais e alunos de uma negocia��o salarial que pode se alongar. O col�gio afirmou que seguir� respeitando os acordos firmados com os sindicatos.
Negocia��o de aumentos
Na vis�o do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), os acordos individuais n�o trazem seguran�a aos trabalhadores, j� que as institui��es podem voltar atr�s nas decis�es e eventualmente fazer cortes nos complementos salariais.
“As escolas t�m feito reajustes individuais, porque assim elas n�o repassam o percentual que t�m de repassar. A negocia��o precisa ser feita atrav�s da conven��o coletiva que vai garantir a legalidade e o direito para todos os professores. Algumas escolas alegam que fazem um adiantamento de reajuste salarial. Isso n�o assegura que ser� mantido e a escola pode depois simplesmente retirar esse reajuste”, afirma a presidente em exerc�cio do Sinpro, Thais Cl�udia D'Fonseca.
Ela entende que pode haver descompasso salarial para os profissionais que trabalham em duas ou mais institui��es de ensino: “Muitos professores podem ganhar aumento numa escola, mas n�o ganha em outra institui��o que ele trabalha. O adiamento pode ser revers�vel e o professor n�o tem a seguran�a. Por fim, acaba desmobilizando e passa uma falsa impress�o de que o percentual foi repassado”.
Por sua vez, o porta-voz do Sinep, Paulo Leitte, v� de forma positiva as negocia��es individuais entre col�gios e trabalhadores.
“Quando a escola se antecipa, ela gera uma condi��o favor�vel e promove um burburinho em outras institui��es. Essas escolas de grande porte t�m essa pr�tica que � permitida no mercado. Em muitos casos, o acordo pode ser fechado em menos do que foi proposto, mas gera uma motiva��o maior para o profissional. Ele passa a ter um comprometimento maior e a escola permanece funcionando no par�metro dela. Com isso, vai gerando mais alunos e clientes. � a din�mica do mercado.”
“Quando a escola se antecipa, ela gera uma condi��o favor�vel e promove um burburinho em outras institui��es. Essas escolas de grande porte t�m essa pr�tica que � permitida no mercado. Em muitos casos, o acordo pode ser fechado em menos do que foi proposto, mas gera uma motiva��o maior para o profissional. Ele passa a ter um comprometimento maior e a escola permanece funcionando no par�metro dela. Com isso, vai gerando mais alunos e clientes. � a din�mica do mercado.”
Ele lembra que as melhores escolas j� t�m essa pr�tica de negociar individualmente com os professores.
“Todas analisam a demanda do mercado e a pr�tica de outras escolas e em seguida validam uma determinada condi��o de reajuste e antecipam a conven��o. Mas sabemos que hoje a conven��o vai muito em dire��o a quem � pequeno, o que corresponde a 90% das institui��es. As pequenas empresas demandam muito al�vio no caixa, capital de giro e precisam de economia redonda. Essas n�o fazem porque n�o t�m condi��o, principalmente pelos or�amentos apertados no per�odo p�s-pand�mico.”
“Todas analisam a demanda do mercado e a pr�tica de outras escolas e em seguida validam uma determinada condi��o de reajuste e antecipam a conven��o. Mas sabemos que hoje a conven��o vai muito em dire��o a quem � pequeno, o que corresponde a 90% das institui��es. As pequenas empresas demandam muito al�vio no caixa, capital de giro e precisam de economia redonda. Essas n�o fazem porque n�o t�m condi��o, principalmente pelos or�amentos apertados no per�odo p�s-pand�mico.”