
Sars-CoV-19 criado em laborat�rio pela China, mortes por outras causas sendo computadas como por COVID-19 e at� mesmo curas milagrosas para a doen�a que parou o mundo. Essas s�o apenas algumas das informa��es incorretas sobre a pandemia que t�m chegado a milh�es de pessoas todos os dias, na onda de dissemina��o das fake news.
A Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), autoridade no Brasil e no mundo quando se trata de sa�de p�blica, tem acompanhado a situa��o de perto. Um estudo, feito com conte�dos captados entre 17 de mar�o e 10 de abril, revelou que 65% das fake news envolviam curas caseiras milagrosas (e n�o comprovadas pela ci�ncia) para a COVID-19. 5,7% est�o relacionadas a golpes banc�rios, 5% tratam de projetos falsos para arrecadar recursos destinados a institui��es de pesquisa e 4,3% qualificam a doen�a como uma manobra pol�tica.
Presentes h� anos, fake news s�o especialmente graves durante a pandemia
Al�m dos conte�dos falsos veiculados pelas redes sociais, principalmente no WhatsApp, as autoridades de sa�de de v�rios pa�ses t�m se mostrado preocupadas com outro problema: o fato de que pol�ticos e pessoas com altos cargos dentro de governos t�m contribu�do com a pandemia de desinforma��o.
Nos Estados Unidos, essa postura trouxe consequ�ncias fatais. Em abril, o presidente do pa�s, Donald Trump, sugeriu que inje��es de desinfetante promoveriam uma 'limpeza interna' nos organismos das pessoas, ajudando a prevenir e a tratar a COVID-19. Nas 18 horas seguidas ao pronunciamento do presidente, a cidade de Nova Iorque registrou mais que o dobro de ocorr�ncias de intoxica��o pelo produto do que o normal. Os servi�os de emerg�ncia de todo o pa�s tamb�m receberam in�meras liga��es para confirmar a informa��o dada por Trump.
Outro assunto que tem estado no centro do debate das fake news durante a pandemia de COVID-19 � o uso da cloroquina, defendido por Donald Trump e Jair Bolsonaro. O uso do medicamento para tratar a doen�a, por�m, n�o � unanimidade entre os m�dicos, e o seu consumo indiscriminado pode causar efeitos colaterais s�rios, como problemas card�acos. Ainda assim, diversas not�cias falsas circulam pela internet, supostamente apresentando pessoas que foram totalmente curadas apenas por meio do uso dessa subst�ncia.
Compartilhamento de fake news pode trazer consequ�ncias legais
De acordo com especialistas, a mistura de medo da doen�a com o v�cuo de informa��o causado pelo fato de o Sars-CoV-19 ser um v�rus novo e com a contribui��o de agentes p�blicos com a pandemia de desinforma��o cria um terreno particularmente f�rtil para a dissemina��o de fake news. Ainda assim, juristas relembram que o compartilhamento de tais conte�dos � extremamente prejudicial para a sociedade, e que pode haver inclusive consequ�ncias jur�dicas pelo ato.
Por mais que n�o exista dispositivo espec�fico na lei penal para punir os propagadores de boatos, existe um trecho da Lei de Contraven��es Penais que vem sendo usado para coibir tal atitude. O artigo 41 da legisla��o qualifica como contraven��o 'provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir p�nico ou tumulto'. O delito pode causar at� seis meses de pris�o ou, ao menos, servi�os comunit�rios.
Assim, na d�vida, a melhor op��o � n�o compartilhar, e, se poss�vel, denunciar � plataforma onde o conte�do suspeito est� sendo veiculado. As principais redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram) j� come�aram a bloquear conte�dos que promovem a desinforma��o a partir da dela��o de seus usu�rios.
Pandemia de Fake News: como se defender
O principal motivo pelo qual as fake news s�o t�o compartilhadas � o fato de que elas passam por uma esp�cie de disfarce, induzindo quem as l� a crer que se trata de algo real. Apesar de isso dificultar a tarefa de identificar quais s�o os conte�dos verdadeiros e quais s�o os falsos, existem algumas evid�ncias que ajudam na tarefa.
Em primeiro lugar, � preciso ficar atento ao contexto: qual � a data da not�cia em quest�o? Muitas vezes, conte�dos verdadeiros s�o tirados do contexto no qual foram publicados. Al�m disso, not�cias falsas n�o costumam fazer refer�ncias a datas concretas, usando palavras vagas como 'hoje' ou 'ontem'.
Da mesma maneira, recursos chamativos, como emojis e caixa alta, devem ativar o alerta: textos jornal�sticos s�rios dificilmente fazem uso desses recursos. O mesmo se aplica a pedidos de m�xima difus�o: sempre que um conte�do pedir que o usu�rio o compartilhe com o m�ximo de pessoas poss�vel, � preciso suspeitar.
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Confira respostas a 15 d�vidas mais comuns
Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara? Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina? Posso beber ap�s vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.
